Insights — DAY 1 XP Expert ESG 2021
Dos três fóruns que eu assisti do dia 1 (Emergência Climática, Amazônia 4.0, Empreendedorismo e Sustentabilidade) da XP Expert ESG 2021:
Logo no início da manhã, uma informação que me chamou a atenção foi que a maior parte de gases poluentes emitidas são do setor privado — e por isso, a grande pressão de ativistas e países que assinaram o Acordo de Paris em 2015 nas grandes empresas. A questão aqui é que muitas empresas e governos ainda não entenderam que os impactos advindos da emergência e desastres climáticos atuam diretamente na economia: seja no preço dos seguros, valor de empresas que causam impacto no meio ambiente, no agronegócio e até mesmo no valor que os governos tem que usar para reconstruir países inteiros após desastres. Temos que ver medidas para diminuição de emissão de gases poluentes como um investimento de médio/longo prazo e para diminuição de risco — mas a depender de onde estamos falando de emissão, o benefício chega no curtíssimo prazo pois, por exemplo, energia eólica e solar são as fontes mais baratas no Brasil e ao mesmo tempo, renováveis.
Um outro insight que tive foi que a Amazônia tem que ser vista como ATIVO e não como passivo — e ela pode colocar o Brasil como solução ou problema no aquecimento global. Atualmente, estamos vendo o Brasil como problema com diversos países como França e Alemanha evitando fazer comércio pois não estamos cumprindo medidas para diminuir emissão de gases poluentes feitas em Paris em 2015. Enquanto não vermos a Amazônia como um potencial de negócio, as manchetes do tipo “Custo para fiscalizar desmatamento aumenta e desmatamento não diminui” não irão diminuir e realmente não conseguiremos dar valor ao que essa biodiversidade entrega para o mundo como um todo. Se realmente fizéssemos um trabalho para preservar esse bioma, poderíamos ter um grande crédito de carbono no país e até mesmo vender - uma das inúmeras possibilidades de gerar ainda mais valor através da amazônia.
Outra coisa que me chamou a atenção no primeiro dia da XP Expert ESG 2021 foi a frase dita por Denise Hills, da Natura, ao responder como ela estava junto com a Natura ajudando na preservação da Amazônia — a resposta foi “Eu trabalho em rede”. Ainda, Mariano Olini e Marina Grossi falaram isso também. Depois o fundador da Osklen , Oskar Metsavaht, também citou a importância de empresas, governo e líderes trabalharem juntos pois a solução de problemas complexos tem que ser colaborativa. Isso deixou mais claro ainda para mim, a importância da formação de redes entre empresas do mesmo setor, entre setores, entre público e privado, PF e PJ para juntos atuarem para gerar menos impacto no meio ambiente e na sociedade e na construção de um mundo melhor para as próximas gerações. Sozinho ninguém muda/faz nada — e aqui meu propósito fica mais claro: as pessoas são a chave de tudo.
A tarde, no fórum sobre Empreendedorismo e Sustentabilidade duas expressões me marcaram: Lifestyle e Sustainable Design Thinking. Tanto o fundador da Osklen, quanto Emily Ewell (da Pantys) como Pedro Wickbold (Diretor e herdeiro da Wickbold) falaram sobre como sustentabilidade e práticas mais sustentáveis no dia a dia tem a ver com o lifestyle da sociedade. E o negócio de cada um deles vem com a proposta exata de fazer com que as pessoas comprem roupas, calcinhas absorventes e comidas que gerem o menor impacto socioambiental negativo possível, ou que até mesmo gere impacto positivo.
Já empresas que estão começando, ou projetos de empresas já estruturadas, precisam seguir o modelo de sustainable design thinking para que tenham desde a concepção da empresa/projeto sustentabilidade como valor na cadeia, e como estratégia dos seus executivos. Sustentabilidade é um tema que precisa estar bem alinhado entre os executivos, acionistas e outros stakeholders. Pedro da Wickbold deixou extremamente claro esse ponto ao dizer que ao ter esse alinhamento e valor na cadeia e cultura da companhia, os acionistas não pedem justificativa do porque pagam a mais para comprar castanhas de comunidades em vulnerabilidade.
Por último mas não menos importante, queria deixar uma reflexão sobre sustentabilidade ser um tema muito importante do século 21 porém não fazer parte ainda da formação acadêmica das novas gerações. Eu, por exemplo, me formei há 3 anos (ESG já estava em alta) e não tive nenhuma matéria na faculdade sobre o tema. Tenho amigos se formando em direito que também não tiveram assuntos relacionados sobre o tema. Fica o insight: se precisamos ser mais sustentáveis, precisamos incluir nos valores desde o período de educação primária para que faça parte do Lifestyle das novas gerações.
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