Integração Escola x Digital: moda necessária ou tendência duradoura?

Integração Escola x Digital: moda necessária ou tendência duradoura?

Com a chegada da pandemia e a necessidade coletiva do isolamento social, a única opção possível e plausível para a educação foi migrar integralmente para o digital. No entanto, o horizonte tecnológico já não era uma barreira inexplorada para a maioria das escolas. Nas últimas duas décadas, cada vez mais tecnologia foi incorporada ao dia a dia escolar, seja como ferramenta de aprimoramento do ensino, seja como artifício para suporte e construção do aprendizado.  

     Nada mais natural, em uma sociedade conectada, que o aprendizado incorpore suas facetas, explorando caminhos inimagináveis para a geração anterior. Não obstante seus benefícios no magnífico universo da sala de aula, educadores, alunos e escolas foram obrigados a encarar mudanças com uma celeridade nada desejada para a manutenção de um aprendizado positivo.

     Sim, ainda vejo um futuro em que as escolas se tornem uma grande vitrine digital para o mundo, no entanto esse ainda não é o momento para isso, tão pouco o ambiente físico pode ser desprezado no engrandecimento desse processo. O desenvolvimento humano, que vem da socialização durante a vida escolar, é tão importante quanto os meios escolhidos para conduzir os caminhos educacionais. Essa troca viva de experiências, que acontece nos corredores de um colégio, não pode ser substituída em momento algum por um ambiente virtual. 

       E como o digital se entrelaça, então, com o ensino presencial? A tecnologia é uma ferramenta, não com fim em si mesma, mas como um braço, uma extensão de toda a arquitetura escolar, então, trazer para uma geração familiarizada com recursos digitais um aprendizado entrelaçado com a cidadania tecnológica é motivá-los a encontrar em ambientes familiares as descobertas sem fronteiras. 

      É através do digital que temos possibilidade de fomentar uma cultura maker, com foco na solução e não somente na discussão do problema. É com o universo online, também, que conseguimos aprofundar o pensamento investigativo, colaborativo e proativo. Além de mais interativo, o ensino atrelado às tecnologias permite diversificação na retenção de conteúdos, sendo um trabalho de constante expansão do aprendizado. Ele traz consigo um processo muito particular de autonomia do discente, incentivando a interação constante, potencializando a criatividade, aumentando o interesse individual e o contato com outras culturas. Em suma, é um futuro mais personalizado e flexível.

    É preciso lembrar, no entanto, que ao tratar de tecnologia não estamos nos debruçando unicamente sobre uma ferramenta física e conectada a internet (como simplesmente incorporar tablets na sala de aula), mas sim da modificação de um sistema de ensino, que começa com novas práticas pedagógicas de professores e programas escolares, com práticas pedagógicas cada vez mais modernas e condizentes com a realidade posta em questão. 

     Antes do impulsionamento, causado pela pandemia, a lentidão no processo de incorporar a cultura digital nascia de uma resistência em compreender a potencialidade total do objeto. O movimento que surge agora é o da apropriação de uma tendência que se transformará no consenso de que não há o que substituir com o digital, mas sim o que modificar, para transpor o aprendizado a um nível acima da curva que conhecemos hoje. Cabe às escolas nesse processo incorporar a tecnologia, sem perder de vista o fomento de uma formação cada vez mais crítica e democrática, entendendo que inovar na educação é educar para criar inovadores. 


Sérgio Domingues

Diretor de Marketing e Conversão | AI Especialist | Villa Global Education - World School IB

3 a

Professora, parabéns pelo belo artigo. Muito congruente com minha Dissertação de Mestrado. O “on” e o “off” devem viver em harmonia. Um dando sustentação e suporte ao outro. As TDICs não são a solução de tudo, e sim ferramentas para escalar o processo mágico do ensino/aprendizagem, onde educamos para o mundo e trazendo o mundo para a educação. Grato por compartilhar!

Carine Cidade

Especialista em Desenvolvimento Profissional | Atuação como Executive Coach, Consultora e Mentora | Expertise nas áreas de Carreira, Liderança, Recolocação, Marketing Pessoal, Transição e Projeção Profissional.

3 a

Gostei muito da reflexão, querida Viviane. Inovar para criar novas possibilidades por meio da tecnologia, mas não perder de vista a humanidade, sensibilidade e a interação.

Prof. Me. Adm Fernando Miranda

Diretor de Planejamento – Secretaria de Turismo do Estado da Bahia – SETUR.Ba.

3 a

Professora, Boa noite. Me permita concordar com vosso artigo na totalidade. E me permita citar uma parte importante de vossa escrita: "Sim, ainda vejo um futuro em que as escolas se tornem uma grande vitrine digital para o mundo, no entanto esse ainda não é o momento para isso, tão pouco o ambiente físico pode ser desprezado no engrandecimento desse processo..." o ambiente físico não pode em hipótese alguma ser deixado de lado nesse contexto de construção social dos nossos jovens. As escolas precisam construir ambientes especiais para um momento especial. Afirmo: As instituições que aprenderam e entenderam o processo pelo qual passam as famílias, largam na frente. E largam na frente percebendo que não apenas se faz necessário investir em tecnologia. É preciso investir nas pessoas e nos espaços de convívio. Tenho acompanhado o trabalho do Villa e parabenizo o colégio por entender todo esse contexto e estar preparado para essa retomada!

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