Inteligência Artificial: Finalmente!

Quando assisti minhas primeiras aulas de mestrado, ainda sonhava em criar robôs que pudessem auxiliar seres humanos, como aqueles dos filmes dotados de inteligência artificial, obviamente. Então veio a grande decepção, em 2005 ainda não estávamos nem próximos de conseguir tal feito. Haviam preocupações muito mais importantes com as quais universidades e empresas privadas estavam preocupadas. Uma delas era tentar formar programadores de computador para extrair o máximo dos processadores que estavam sendo equipados com vários núcleos. Isto exigia a programação paralela, algo que até hoje causa calafrios nos melhores programadores. Diante disto, desisti dos estudos sobre IA (Inteligência Artificial) por dez anos.

Agora, algumas notícias sobre novas técnicas para IA me chamaram a atenção e começo a acreditar que são, realmente, promissoras.

Caso você seja como eu há dez anos atrás e acredita que em breve poderá comprar um robô para chamá-lo de seu em uma loja da esquina, este é um excelente momento para parar de ler o texto. Embora temos sim pesquisas neste sentido, ainda estamos muito longe de ter um robô dotado de inteligencia suficiente para lavar a louça na pia ou pegar algo na geladeira. Mas algumas atividades importantes tem uma grande chance de serem desempenhadas por procedimentos de inteligência artificial. Então, o que mudou em dez anos?

É claro que a capacidade de processamento dos computadores melhoraram e isto contribui muito para IA, pois este tipo de programa demanda uma quantidade enorme de cálculos por segundos, mas não considero este o principal motivo dos avanços recentes, e sim, a mudança nas linhas de pesquisas com a utilização de novos métodos para geração de inteligência. Alguns destes métodos nem são tão novos, mas combinados com a capacidade de processamento de computadores trabalhando em conjunto, estão fazendo o QI da IA dar uma salto, se é que podemos assim dizer.

Outro fator importante que está impulsionando a IA é o surgimento de demandas. Em um passado recente não precisávamos de tradutores ou recursos de reconhecimento de voz nos smartphones pelo simples fato de que não existiam os smartphones. Estes dois recursos citados são possíveis graças a Inteligência Artificial. Diante destas demandas, as gigantes da tecnologia começaram investir muito mais em pesquisas nesta área. Google e Microsoft, entre outras, já possuem funcionalidades de IA que podem ser utilizadas por outros sistemas. A TOTVS, maior empresa de sistemas de gestão (ERP) da América Latina, também está pesquisando o uso de IA em análise de dados. Com isto, vamos acabar utilizando a Inteligência Artificial em pontos específicos mesmo sem saber, seja no sistema que você opera na empresa ou na TV da sua casa. No robô também!

As áreas que possuem demanda imediata de inteligência são muitas. Hoje se fala em carros autônomos, mas este seria o estado da arte, ainda demora um pouco para que estes carros cheguem às mãos dos consumidores. O fato é que enquanto estes carros não chegam, muito da IA já pode ser utilizada em carros com motoristas normais. Imagine que você está dirigindo o seu carro com sono, longe de um posto para parar alguns minutos, ele percebe isto e começa a conversar com você no melhor estilo Siri ou Google Now possível!

Imagine ligar a sua TV e ela lhe avisar sobre os horários dos próximos jogos de futebol do dia porque ela sabe quem você é e já descobriu o que você gosta de assistir. A NetFlix já deu os primeiros passos neste sentido.

Imagine programa de mensagens que escreva uma resposta inteira para seu contato quando ele lhe convidar para almoçar e você já combinou almoço com outra pessoa. Isto já está sendo criado também!

Exemplos de demandas como estes poderiam se estender por várias páginas. Mas o que quero demonstrar aqui é que temos demanda para Inteligência Artificial específica e isto está fazendo com que surjam várias soluções rapidamente que vamos utilizar a cada dia mais em nossos dispositivos. Enquanto isto, aguardemos pacientemente o robô chegar para arrumar a cozinha.