A Inteligência Artificial na vanguarda do ensino jurídico de pós-graduação na FDSM
Prezados colegas e entusiastas da tecnologia,
É com grande entusiasmo que compartilho com vocês algumas reflexões sobre o avanço da inteligência artificial (IA) no âmbito acadêmico, especialmente nas faculdades de direito no Brasil e ao redor do mundo.
Nesta semana que passou fizemos uma série de reuniões entre os professores e alunos do PPGD/ FDSM Faculdade de Direito do Sul de Minas para discutirmos juntos a implantação de um sistema inovador de regulação do uso da IA na escrita dos trabalhos acadêmicos da pós-graduação. Antecipando-se às tendências mundiais, elaboramos uma portaria que define como utilizar corretamente IA como ferramenta auxiliar na escrita e pesquisa científica. Isso porque, percebemos o crescimento exponencial dos dois seguintes extremos: de um lado, trabalhos sem uso de IA por receio de plágio ou por não saber utilizar corretamente as ferramentas e, no outro extremo, trabalhos realizados 100% com inteligência generativa de texto, sem nenhuma intervenção ou supervisão do pesquisador, com resultados inconsistentes e inadequados para as exigências de pós-graduação. Acesse aqui a nossa portaria sobre o uso de IA nos trabalhos acadêmicos: https://www.fdsm.edu.br/mestrado/arquivos/espaco-do-aluno/portarias/02.pdf
Benefícios da IA na educação jurídica
O uso da IA como ferramenta auxiliar no ensino jurídico tem proporcionado uma série de benefícios inestimáveis. Ferramentas de IA estão revolucionando a maneira como estudantes e professores interagem com vastas quantidades de informações jurídicas. A capacidade de processamento de dados da IA permite análises mais rápidas e precisas de jurisprudências e doutrinas, o que, por sua vez, enriquece o aprendizado e a pesquisa acadêmica.
A comunicação oral e escrita é a ferramenta fundamental das profissões jurídicas e as dificuldades dos alunos em geral na correção gramatical dos textos e na avaliação da clareza dos argumentos jurídicos está sob uma profunda transformação pela IA. Possivelmente algumas tarefas como: corrigir a consistência, coerência e sintaxe dos textos escritos, poderão ser realizadas pela assistência da IA.
Claro que dá uma impressão de que a IA parece querer substituir a inteligência dos alunos. A IA pode “emburrecer” a inteligência natural? Bem, isso depende do conceito de inteligência que você tem. Alguns filósofos diziam, na Grécia Antiga, que a escrita enfraquecia a memória. Passados dois milênios, hoje a escrita é a principal fonte do conhecimento e troca dos saberes. A questão é que a IA pode deslocar o conceito de inteligência para a uma atividade mais criativa e inovadora, que são mentalidades fundamentais na pós-graduação. Saber fazer as perguntas certas se tornou não mais, tampouco menos, mas tão importante quanto conhecer as respostas.
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Riscos e desafios
No entanto, há riscos associados ao uso da IA. Questões éticas emergem, especialmente em relação à privacidade dos dados, plágio, autoria do trabalho e possibilidade de viés político algorítmico, que podem influenciar negativamente a formação dos futuros juristas. A transparência, integridade acadêmica e a regulamentação adequada são fundamentais para mitigar esses riscos. O fato é que o usuário da IA é absolutamente responsável pelo texto apresentado. Saber utilizar corretamente a IA na pesquisa e garantir a transparência e integridade das informações é crucial para a qualidade do trabalho.
Perspectivas futuras
Olhando para o futuro, a IA promete transformar ainda mais o ensino jurídico. A adoção de tecnologias emergentes, como o aprendizado de máquina e o processamento de linguagem natural, poderá levar a métodos de ensino personalizados e a uma maior acessibilidade ao conhecimento jurídico. Isso não apenas preparará melhor os estudantes para o mercado de trabalho, mas pode contribuir para a democratização do acesso à justiça.
Convido todos os colegas a refletirem sobre como podemos, juntos, moldar um futuro em que a IA seja uma aliada na promoção de um ensino jurídico mais eficiente, ético e inclusivo.
Atenciosamente,
Rafael Lazzarotto Simioni
Advogada Especializada em Direito Digital, ênfase em LGPD, Visual Law, Inovação e Contratos, integradora de soluções jurídicas. Empresária do segmento de TI. Estudiosa entusiasta de I.A. (Inteligência Artificial)
3 mPenso que a aplicação da IA, no ambiente acadêmico, se acompanhado de uma política de conscientização, pode potencializar de forma positiva o desenvolvimento tanto de acadêmicos, quanto de suas pesquisas. Percebo essa temática da mesma forma que você. Parabéns pela iniciativa e pelo senso crítico.
Acontecendo mais rápido do que pensávamos!!!