Inteligência emocional: como desenvolvê-la no trabalho

Inteligência emocional: como desenvolvê-la no trabalho

Com um número crescente de empresas priorizando habilidades em vez da formação técnica, fica evidente que a preocupação com as soft skills, ou ainda mais recente o termo “power skills”, só aumenta. 

Essa nova forma de se referir a soft skills que na tradução livre seria “habilidades leves” se deve ao fato de que não são habilidades fáceis de alcançar, e dada a sua crescente importância, até a maneira de se referir mudou nos últimos tempos. Como disse Jamie Dimon, que foi presidente e diretor executivo do JPMorgan Chase, um dos principais bancos americanos: “O futuro do trabalho é sobre habilidades, e não somente diplomas”.

Essas habilidades demonstram como os profissionais conseguem gerir suas emoções e lidar com questões inerentes ao meio corporativo, como pressão, cobranças, prazos, relacionamentos com pessoas diferentes e a própria condição de estar em constante aprendizado para acompanhar as transformações. 

Muitas dessas habilidades estão relacionadas ao conceito de inteligência emocional. Mas afinal do que se trata? 

Esse termo foi bastante difundido pelo considerado “pai da inteligência emocional”, o psicólogo e jornalista Daniel Goleman que escreveu um livro sobre o tema em 1995. A partir de então vem sido trabalhado amplamente e sua importância no mercado de trabalho só cresce.

Para o autor, inteligência emocional é a capacidade de identificar os próprios sentimentos e os dos outros, de conhecer e gerir as emoções, e a partir disso tomar decisões. 

Goleman categoriza a inteligência emocional em cinco habilidades:

  • autoconhecimento: reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando eles ocorrem;
  • controle emocional: adequar os sentimentos a cada situação vivida;
  • automotivação: dirigir as emoções a serviço de uma realização pessoal;
  • reconhecimento de emoções em outras pessoas: saber o que o outro está sentindo e ter empatia;
  • habilidade em relacionamentos interpessoais: interação de qualidade com outros indivíduos por meio de competências sociais.

Ou seja, pessoas que apresentam alto índice de inteligência emocional conseguem tomar decisões e resolvem problemas com mais tranquilidade, mantêm a calma sob pressão, resolvem conflitos com mais facilidade, têm mais empatia, ouvem, refletem e respondem às críticas construtivas com mais clareza.

Hoje em dia não é mais possível considerar um bom profissional sem que ele apresente um alto nível de inteligência emocional. Por meio dela, é possível contornar situações problemáticas, motivar-se a buscar os objetivos e também agrega à construção de um ambiente positivo.

Entre várias vantagens do desenvolvimento da inteligência emocional encontra-se o autocontrole que possibilita agir com equilíbrio e maturidade frente aos desafios, permite a tolerância perante frustrações, bem como o controle dos estímulos e o constante gerenciamento das emoções.

Ter um controle sobre o fluxo das emoções e a capacidade de refrear impulsos é considerada uma característica essencial para conseguir ser bem-sucedido e ter um bom relacionamento interpessoal com os colegas de trabalho, tornando o ambiente propício para o desenvolvimento das atividades com excelência e para o crescimento de todos de uma forma geral. Dessa maneira, esse controle das emoções no trabalho aparece como diferencial na carreira e na produtividade do profissional. 

Esse fato é comprovado em pesquisas como a da Talent Smart que afirmou que 90% dos trabalhadores com alta performance no ambiente profissional possuem a inteligência emocional bem desenvolvida, enquanto 80% dos que performam menos têm o Quociente Emocional mais baixo. Assim como um estudo conduzido pela Johnson & Johnson revelou que os profissionais com melhor desempenho também tinham os níveis mais altos de inteligência emocional.

Atualmente, esse equilíbrio emocional é ainda mais destacado, por conta do home office e todas as questões que ele acarreta. Estabilizar a vida pessoal e profissional, saber conduzir e diferenciar as situações do trabalho com as tarefas da casa, e cuidar da saúde emocional ficaram mais desafiadoras e evidentes na pandemia. Sendo assim, desenvolver a inteligência emocional se torna ainda mais relevante.

A boa notícia é que é realmente possível desenvolver esse tipo de inteligência. Segundo Daniel Goleman: “Ao contrário do QI, que pouco se modifica depois dos nossos anos de adolescência, tudo indica que a inteligência emocional pode ser, em grande parte, aprendida e continuar a se desenvolver no transcorrer da vida, com as experiências que acumulamos. Nossa competência em relação à inteligência emocional cresce continuamente”. 

Alguns passos podem ser feitos para que haja esse desenvolvimento da inteligência emocional. Quer saber quais? Veja abaixo:

1. Reconheça suas emoções

Tenha consciência sobre o que você sente quando as emoções vêm à tona. Foque em perceber como se sente, analise as reações, permita-se analisar profundamente o que está sentindo perante as situações. 

2. Controle suas emoções

Muitas vezes não é possível controlar o que sente, mas é possível controlar como reagir a ela. É importante evitar reagir imediatamente ou decidir de forma impulsiva. Portanto, saber se afastar, refletir, digerir e enxergar a situação com maior clareza possibilita uma decisão mais racional e menos radical.

Principalmente no caso de discussões entre a equipe ou com clientes, por exemplo, esse afastamento pode ser crucial para a resolução do problema pacificamente e sem prejudicar sua carreira por uma ação da qual você se arrependerá depois.

3. Automotivação

Não são todos os dias que você estará com vontade de fazer determinadas atividades e muito animado com o trabalho, mas sabemos que a disciplina e a capacidade dirigir e comandar as emoções a fim de se atingir um objetivo específico são necessárias para conseguir cumprir o que precisa ser feito. Essa automotivação, que está muito ligada ao autoconhecimento, é uma das características das pessoas que apresentam inteligência emocional. 

4. Empatia

Saber reconhecer as emoções das outras pessoas pode contribuir para situações cotidianas e melhorar as relações interpessoais. Observar como as pessoas agem, reagem, o que importa para elas facilita a maneira de se comunicar e estreitar laços. 

A inteligência emocional pode ser conquistada com muito treino, foco, paciência e estudo. Mas estar sempre em busca de sua evolução exige trabalho, porém é fundamental.

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Cíntia Alves Alleyne

Gerente Regional Comercial | Head de Vendas | Gerente de Vendas | Especialista em Vendas Diretas | Liderança Estratégica | Treinamento e Desenvolvimento | Planejamento de Vendas | Gestão de Pessoas

2 a

Eu sou prova viva que é possível ser aprendido e o treino leva a excelência. Todos os meus feedbacks de carreira aos 20 anos e até meados dos 33 anos eram voltados à inteligência emocional. Quando resolvi aprender, controlar, treinar. Devorei livros, fiz cursos e até me espiritualizei!!! hoje até medito! Só tem um porém: essa transformação é quando o profissional QUER! De dentro pra fora! Já vi muito gente boa perder oportunidade para gente "ruim de serviço" por não saber SE controlar...

Cristiano Fallakha

Gerente Comercial e Marketing l Desenvolvimento de Novos Negócios l Gerente Regional l América Latina l LATAM I Diretor Comercial l Marketing Estratégico l Distribuição e Grandes Contas I Compras

2 a

Na grande parte das vezes ela é adquirida com o tempo e a maturidade do profissional.

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