A Inteligência
A palavra "inteligência" provém do latim "intelligere", que significa "entender" ou "perceber". No contexto mais amplo, refere-se à capacidade de aprender, compreender e aplicar informações, resolver problemas, e adaptar-se a novas situações. A inteligência é multifacetada e pode manifestar-se de diversas formas, incluindo a cognitiva, emocional e social.
Para Platão, a inteligência estava intrinsecamente ligada à ideia de "Formas", que são conceitos eternos e imutáveis. A verdadeira inteligência era a capacidade de perceber e compreender essas Formas, sobretudo a Forma do Bem. Platão acreditava que a verdadeira essência da inteligência residia na alma, e que o mundo físico era apenas uma sombra das realidades mais elevadas.
Aristóteles tinha uma visão mais pragmática da inteligência. Para Aristóteles, a inteligência era a capacidade de discernir o "telos" (finalidade ou propósito) de algo e agir de acordo com esse conhecimento. Ele também introduziu a ideia de "nous" (intuição ou entendimento), que se refere à habilidade da mente em compreender verdades fundamentais.
Santo Agostinho via a inteligência como a luz divina que ilumina a mente humana, permitindo-lhe reconhecer a verdade. Ele acreditava que, através da razão e da fé, o homem poderia alcançar um entendimento mais profundo da verdade e da realidade.
São Tomás de Aquino, inspirando-se em Aristóteles, argumentava que a inteligência era a capacidade de abstrair ideias universais a partir de experiências sensoriais concretas. Ele também enfatizou a harmonia entre a fé e a razão, afirmando que ambas poderiam coexistir e levar à verdade.
Já Sigmund Freud, um subproduto da modernidade, trouxe uma perspectiva radicalmente diferente sobre a inteligência e a natureza humana. Ele postulava que o comportamento humano era largamente motivado por impulsos inconscientes, muitas vezes de natureza sexual. Em contraste com os filósofos clássicos que eram mais habilidosos em vários campos do conhecimento, Freud era mais reducionista, sugerindo que as complexidades do comportamento humano poderiam ser reduzidas a desejos e conflitos básicos. Ao contrário dos pensadores clássicos, que viam a inteligência como uma busca elevada pela verdade e pelo entendimento, Freud focava nas forças primitivas e inconscientes que impulsionavam o comportamento humano. Freud não enxergava a alma humana.
A palavra "alma" deriva do latim "anima", que significa "sopro" ou "vida". Refere-se à essência imaterial e eterna do ser, que contrasta com o corpo físico e transitório. A alma é o núcleo central da consciência, personalidade e identidade.
Para Platão, a alma é imortal e preexiste antes de habitar o corpo humano. Ele dividia a alma em três partes: o "logos" (razão), "thymos" (espírito ou emoção) e "eros" (desejo ou apetite). A verdadeira essência da alma, para Platão, está no mundo das Ideias ou Formas, e o mundo físico é apenas uma sombra desse reino superior.
Aristóteles via a alma (anima) como a forma do corpo, inseparável, mas distinta do material físico. Para ele, existiam diferentes tipos de almas: nutritiva (plantas), sensitiva (animais) e racional (humanos). A alma racional é exclusiva dos seres humanos e é imortal.
Santo Agostinho via a alma como uma substância imaterial criada por Deus. Ele acreditava que a alma estava em busca de Deus e que, através da razão e da fé, poderia alcançar a verdade divina.
São Tomás de Aquino via a alma como a forma do corpo humano. Para ele, a alma é imortal e única para cada indivíduo. Embora concorde que existem diferentes tipos de almas, como Aristóteles, Aquino argumenta que apenas a alma humana é imortal.
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Já Freud, cego pelas consequências do pensamento pós Revolução Francesa, que tentou retirar a metafísica da filosofia e Deus da realidade, apresenta de novo uma visão mais reducionista da natureza humana. Para Freud, a essência da experiência humana está enraizada em processos psicológicos, muitos dos quais são inconscientes. Ele não via a existência da alma, muito menos a concebia como uma entidade imaterial e eterna. Freud dividiu a psique em três componentes: o id (instintos primários), o ego (a parte consciente que lida com a realidade) e o superego (o sistema moral). Essa divisão, embora possa parecer reminiscente da tricotomia platônica, tem suas raízes na psicanálise e não em considerações metafísicas ou espirituais.
A conclusão lógica entre o entendimento sobre o que é a inteligência e a alma imortal, para os clássicos, leva necessariamente à realidade da oração.
A oração tem sido objeto de estudo científico nos últimos anos, especialmente no âmbito da neurociência. Pesquisas têm indicado que a prática regular da oração pode influenciar positivamente o desenvolvimento neurológico, a inteligência e o Quociente de Inteligência (QI).
O advento de técnicas avançadas de neuroimagem, como a Ressonância Magnética Funcional (fMRI), possibilitou o estudo da atividade cerebral durante a oração. Dr. Andrew Newberg, líder em pesquisas de neuroteologia, revelou que durante momentos de oração e meditação, áreas do cérebro responsáveis pela atenção, concentração e autoreflexão tornam-se especialmente ativas. Mais especificamente, Newberg e colegas observaram que o lobo frontal e o lobo parietal apresentam padrões distintos de atividade durante a oração, o que pode estar ligado à conexão com algo maior e à expansão da percepção do tempo e espaço.
A neuroplasticidade, ou a capacidade do cérebro de reorganizar-se em função de novas experiências, é uma área em que a prática da oração tem um impacto significativo. Estudos têm indicado que práticas regulares de oração podem promover alterações positivas nas conexões neurais e na estrutura cerebral. Por exemplo, o Dr. Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin-Madison, observou que práticas meditativas, que muitas vezes se assemelham à oração contemplativa, reforçam vias neurais associadas à compaixão, empatia e regulação emocional.
Um estudo de 2018 publicado no "Frontiers in Psychology" observou que a oração pode levar a melhorias em diversas áreas da cognição, incluindo memória, atenção e velocidade de processamento – todas componentes do QI. Outro aspecto relevante é que práticas oratórias frequentemente promovem estados de relaxamento profundo, que podem otimizar a aprendizagem e a retenção de informações, contribuindo, assim, para um melhor desempenho em testes de QI.
Os benefícios neurológicos e cognitivos da oração, conforme revelado pela pesquisa contemporânea, são vastos e profundos. É evidente que a prática regular da oração pode enriquecer tanto nossa vida espiritual quanto nossa capacidade cognitiva.
Em suma, enquanto os filósofos clássicos viam a inteligência como uma busca pela verdade e pelo entendimento, e a alma como a essência eterna e imaterial do ser humano, os modernos reduziram o homem a um amontoado aleatório de moléculas movidas por desejos instintivos e inevitáveis, no melhor estilo 'servo-arbítrio'.
O mais curioso é que ao ignorar a Filosofia Clássica e fingir que a Patrística e a Escolástica nunca existiram, a modernidade-freudiana acabou por decretar que o ser humano é mais parecido com algo entre uma cadela no cio e um chimpanzé violento e excitado, do que com homens como São Tomás de Aquino ou mulheres como Edith Stein.
Se quiser se aprofundar no que é de fato o Ser Humano, e daí compreender melhor a nossa natureza real, estude os clássicos: Filosofia Grega, a Patrística e a Escolástica.
Strategy & Operations @ Nubank | ex-BCG | MBA > Especialista em Parcerias / Negociação / Gestão de Projetos / Novos Negócios / Gestão de Stakeholders
1 a"Agostinho não é fonte!" - Internet, 2023
Geologist at Ecopetrol Brazil
1 aINTELLIGERE: inter (entre) + legere (eleger, escolher). Entre todas as ideias que esses pensadores tiveram eles escolheram as mais humanas. A inteligência sozinha não é suficiente, é preciso também ter coragem de escolher uma ideia humana e renunciar àquelas que não contribuem para elevação do espírito. Pois, Não basta ter inteligência e coragem. É preciso ter fé nas escolhas das ideias que irão nutrir o espírito humano dentro de cada pessoa. Esses homens possuíam: inteligência, coragem e fé.
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1 aA modernidade trouxe muitos benefícios. No entanto, se embrenha em uma busca que, ao meu ver, está fadada ao fracasso. Digo isso porque por mais que se tente, nunca se conseguirá apartar Deus e sua obra do cotidiano humano e de tudo que circunda a existência. Coisas que se questionamos, e eu pelo menos nunca encontrei dentre os estudiosos secularizados, quem me respondesse. A teoria da evolução diz que o homem veio do macaco. Se adotarmos isso como verdade e unanimidade ( o que não é ), surge um impasse: A fala é uma habilidade que se aprende e, que para isso, tem-se que ter a língua anatomicamente adequada para proferir palavras. Um ser vivo que sabemos que tem a capacidade de falar é o papagaio. No entanto, é necessário que alguém o ensine. O mesmo ocorre conosco, seres humanos. Por mais que tenhamos racionalidade, somos incapazes de desenvolver a fala sem que um terceiro nos ensine. Sendo assim, faço uma pergunta simples: Se viemos do macaco, quem ensinou o primeiro homem a falar? Henrique, mais um excelente texto compartilhado por ti. Muito obrigado por mais essa contribuição.
Audience Engineering Coordinator
1 aObrigado por compartilhar essas obras de arte!!
Fundador e managing partner • Tekton Capital
1 aMuito obrigado!