Irrelevância profissional – Quando o diploma é o problema.

Irrelevância profissional – Quando o diploma é o problema.

Muito já se disse sobre os riscos da obsolescência profissional decorrente da falta de atualização técnica por parte daqueles que sentem-se estáveis no emprego ou simplesmente se desinteressaram pelos seus principais temas profissionais.

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No final de 2014 a Harvard Business Review publicou um artigo com o título “Os trabalhadores não têm as habilidades que precisam – E eles sabem disso.” O texto foi fundamentado em uma pesquisa com mil profissionais norte-americanos com idade entre 18 e 65 anos que revelou alguns dados que, para mim, não são surpresa.

Por exemplo, 54% dos entrevistados disseram não possuir todo o conhecimento necessário para desempenharem suas funções, e destes, 33% disse que lhes falta competências técnicas. Dentre os que cursaram faculdades apenas 41% disse que o conteúdo de seus cursos corresponde às suas necessidades profissionais atuais.

A pesquisa da HBR traz inúmeros dados interessantes e deve servir como um sinal de alerta para todo tipo de profissional em qualquer estágio da carreira.

Mas eu quero me ater a um comportamento que acelera a obsolescência profissional e contribui para a estagnação da carreira. Ao contrário do grupo citado acima que sente ou percebe que não possui todo o conhecimento necessário para o desempenho de suas funções, existe uma quantidade significativa de profissionais – não fiz nenhuma pesquisa para quantificar isso – que simplesmente acha que o que aprenderam “um dia” lhes garante competência profissional e evolução na carreira. Estes acham que não precisam mais aprender.

O culto ao diploma de curso superior, que para muitos é símbolo de superação, sucesso e orgulho, às vezes de toda a família, é um dos causadores da estagnação do aprendizado. A legislação brasileira, o corporativismo das entidades e conselhos de classe, e as próprias empresas que, em muitos casos, priorizam a formação acadêmica em detrimento da capacidade profissional ajudam a agravar o quadro.

Não sou contra a formação acadêmica, ao contrário. Eu mesmo sou um eterno estudante e leciono em cursos de pós-graduação.

Porém, sou da opinião de que um diploma habilita, mas não capacita. Se capacitasse não existiriam as provas de proficiência exigidas por algumas entidades classistas como a OAB, por exemplo.

Ao terminar um curso superior, pegar o diploma e entrar no mercado de trabalho na própria área de formação, o iniciante amplia infinitamente suas possibilidades de aprendizado que pode ser com a prática da atividade profissional, com o conhecimento do superior imediato, com as diferentes experiências dos colegas, com os clientes ou alunos, que dão “toques” e dicas preciosas, com novas e inusitadas situações que aparecem todo dia, etc.

Mas para continuar aprendendo e evoluindo profissionalmente é preciso sentir a necessidade. É preciso reconhecer que, em que pese a posse do diploma, há sempre um mundo a ser desvendado em qualquer profissão. Em qualquer uma!

Mas se a soberba o faz pensar que na faculdade já lhe ensinaram tudo, que o seu chefe não sabe o suficiente e mesmo que soubesse você não demonstraria fraqueza na frente dele, que os seus colegas são concorrentes e por isso devem ser desqualificados e clientes e alunos são totalmente ignorantes perante a sua mente iluminada…

Cuidado!!!

Sua carreira profissional e sua vida social corre sério risco. A irrelevância profissional e o isolamento social é o fim daqueles que acham que sabem tudo.

Luiz Eduardo Neves Loureiro

 

Sergio Siqueira

Company Owner na Li7 Web Design | Agência Digital

9 a

Lamberto Grinover, concordo com você. A empatia entre entrevistado e entrevistador, que acaba facilitando o processo, é o início da perda do foco. A aglutinação de conhecimento teórico é importante para visualizar as opções na maratona empresarial, mas não garante eficiência na condução da atribuição futura. As simulações "quase reais" que poderiam fazer parte das reações do candidato frente ao novo emprego deveriam contar com executivos da área (da contratante) para avaliar as qualificações como filtro. Aí sim estariam depurando as informações coletadas pelos diversos meios educacionais e percebendo a sua eficácia no mundo empresarial.

Lamberto Grinover

Executive Director of Business Consulting at Grinover Consultoria Empresarial Ltda | Strategy, Negotiation

9 a

Infelizmente em períodos de crise, como os atuais, não é um diploma, uma especialização, um MBA, uma Pós ou seja lá o que for, que irá fazer com que a agulha da balança aponte para o seu lado ou para o outro na hora da fatídica escolha da demissão. E no processo de recolocação, na maioria das vezes árduo e tenebroso, quanto efetivamente conta a preparação e capacitação do profissional versus o QI (quem indicou)? Será que profissionais que morbosamente se inscrevem e frequentam cursos de capacitação (sejam eles quais forem) são efetivamente mais capacitados no dia a dia das próprias atividades, ou somente engordam os CVs ? Para não falar da pífia qualidade dos tantos cursos a disposição...

Dra Regina Célia G.

-Especialista:Saúde Pública . Especialista: ESF (Estratégia saúde da famílias) -Pedagoga-Unesp-Botucatu SP. (Profae+Fiocruz) E.Obstetra -Gestão em políticas Públicas. -Ergonomia Conselheiro:Saúde/Educação.

9 a

O Funcionario Público é o primeiro ,a se encaixar nesse Rall, por se sentir estavel, seguro. ele fica sempre na mesmisse, estagnado. Se engana pois hoje, se pode transferir ou até dispensar quando o funcionario não corresponde a espectativas da empresa..

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