Isso também vai passar. Mas o que vai restar, afinal?
Eu jamais imaginei que passaria por uma situação como esta que estamos vivendo diante da pandemia do Coronavírus. Acredito que ninguém da minha geração (alô, galera dos 30 e poucos anos) sequer pensou que isso seria possível. Ainda mais dessa forma.
Depois de quase dois meses de isolamento social, posso garantir que muita coisa mudou. Profissional, física e, principalmente, psicologicamente. Porque se você, meu amigo, não deu pelo menos uma surtadinha nesse período, realmente não entendeu o que está acontecendo. Volte 10 casas (e se informe, por favor).
Diante desse novo cenário, fica difícil não se abalar. Não se questionar. Não parar para pensar, repensar. Priorizar o que precisa ser priorizado, deixar para lá o que não merece nossa atenção, energia e dedicação.
Quase 60 dias depois, ainda me pego inconformada com a ignorância do ser humano. Com a falta de empatia. Com a ausência de bom senso, de coletividade. Ainda me pego tendo crises de ansiedade, lendo as notícias que demonstram, mais do que nunca, o quanto estamos perdidos.
Tento criar minha bolha para me proteger. Parei de seguir inúmeras pessoas que, aparentemente, não estão se importando com o que estamos vivendo. Marcas, empresas, negócios que estão mais preocupadas com o CNPJ do que com o CPF. Não leio mais tantas notícias e tento filtrar, ao máximo, o que consumo nas redes sociais. Ainda assim, é difícil manter a sanidade.
Por muito tempo, me senti uma ET por estar assim. Pensei: “Por que, diabos, isso me afeta tanto?”. E a resposta veio de uma amiga querida, que disse: “Porque você se importa!”. Tem como não se importar?
Os números estão deixando de ser algarismo e estão virando rostos. A cada dia, dezenas, centenas de confirmados bem aqui, ao meu redor. Tem como não se importar?
Os encontros já não têm mais abraços. São por uma tela. O amor, ainda assim, resiste e ultrapassa qualquer distância. Mas é impossível não sentir saudade. Do toque, da presença, do afeto, das trocas. Da energia! Ah, que falta nos faz.
Ainda temos muito a enfrentar pela frente. Engana-se quem pensa que a pandemia está no fim. A vida vai mudar. Quem sabe, finalmente, daremos valor ao que realmente importa e deixaremos para depois o que não tem pressa. Aliás, que a gente aprenda a entender a verdadeira urgência. E saiba viver o agora.
Quando tudo isso passar – porque vai passar, só não sabemos quando! –, que a gente tenha amor para recomeçar. Forças para nos levantar. E saúde para aproveitar! Se não, o que vai nos restar, afinal?
Principal Product Manager no Zé Delivery
3 aMuito importante reflexões assim, obrigada Carol! Nesse momento de tantas perdas e retrocessos está muito difícil ficar bem, e conseguir entender nosso papel nesse novo contexto. Pensar em pessoas em primeiro lugar é cada vez mais essencial ❤️
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4 aQue texto, Carol! 👏🏻👏🏻👏🏻 Super momento de reflexão mesmo. :)
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4 aQue lindo Carol! Eu acredito que tudo isso está acontecendo para reafirmar que precisamos sim colocar a empatia em primeiro lugar, respeitar o próximo e a nós mesmos.
Jornalista, Assessora de Comunicação e Imprensa, sócia-proprietária da Trevo Comunicação
4 aÓtima reflexão, Carol!
Gerente de Marketing e Prospecção na Magazord | Especialista em Neuromarketing e Gestão da Comunicação Pública e Empresarial
4 aExcelente Carol, grande reflexão. Para quem se importa, realmente está sendo desafiador. Tenho certeza que o amor vai vencer, só ainda não sei de que forma \o