Já aconteceu com você?

Aposto que sim!

Um prospect te aborda com um senso de urgência gigante, dizendo que precisa fechar com você para ontem! Você, claro, diante de tamanho interesse, encontra uma brecha para uma reunião de emergência. Nessa oportunidade, você entende as necessidades do cliente, apresenta a sua solução, explica como tudo vai acontecer, tira dúvidas. O cliente em potencial se mostra extremamente satisfeito! A proposta comercial é elaborada e enviada ao já-considerado-cliente- para aprovação. “Valeu a pena, apesar da correria. Mais um cliente!”, você pensa.  

Silêncio...Grilos cantam...

Você não tem mais notícias da pessoa. E não estou falando apenas sobre a aprovação. Digo retorno mesmo, seja ele positivo ou negativo. Apenas um ensurdecedor silêncio.  

Eu nomeei esse comportamento como a Síndrome do Imediatismo Egoísta – alô OMS, corre aqui! Explico como ela funciona: muitas pessoas têm perseguido aquilo que imediatamente resolve as suas dores, sem assumir o compromisso de retornar àqueles que envolveu durante sua busca. Depois que a dor passa, é como se nada mais importasse, como se outras pessoas não tivessem empenhado seu tempo e esforço em possíveis soluções.  

Infelizmente, a cena que relatei não se restringe a prospects. Tenho visto e ouvido relatos sobre variações dela em muitas posições entre os envolvidos, não necessariamente entre fornecedor e cliente. Entendi então que há outro possível nome para a síndrome, esse já conhecido por todos: falta de respeito. Triste! E falando em respeito, o quanto a demonstração dele poderia ajudar o mundo dos negócios? Eu acredito que muito. Sigo esperançosa na 'educação, moral e cívica'!

Há algum tempo, estamos tomando consciência sobre a importância da saúde mental e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional como peças importantes para que possamos exercer nosso profissionalismo com excelência. Pessoas equilibradas e saudáveis com certeza vão se sentir mais capazes e produtivas, o que favorece a vida profissional. Entendeu o ciclo, virtuoso, não? 

Nossas atitudes têm o poder de melhorar ou piorar o dia das pessoas. Assim como as atitudes das outras pessoas têm poder sobre o nosso dia. É simples assim. Não é papo de coaching, é realmente se colocar no lugar do outro: como eu me sinto quando não me retornam sobre algo? Quando fazem uso do meu tempo sem responsabilidade? Isso me faz bem? Sua resposta é não, certamente se faz necessário repensar a postura.  

A falta de retorno para algo que parecia tão acertado, gera frustração e dúvidas sobre o que pode ter acontecido. “Eu deixei de informar alguma coisa? Não enviei tudo que havia prometido? Não fui clara? Não demonstrei comprometimento suficiente?” Na ausência de um retorno, tendemos a trazer para nós o problema e ficamos imaginando milhões de possibilidades sobre o que pode ter acontecido. Isso desgasta, cansa, frustra. 

Eu deixo aqui o convite para a reflexão sobre o poder do respeito e da empatia para um mundo dos negócios mais saudável e perene, torcendo para não esteja acreditando em uma utopia.   

Que sejamos melhores e tenhamos cuidado com o vazio de uma vida corrida demais!