Já pensou em escrever um livro de negócios?
canva.com

Já pensou em escrever um livro de negócios?

Já pensou em escrever um livro de negócios?

É bastante comum escutar profissionais ou professores da área de negócios dizerem que têm vontade de escrever um livro. No entanto, o caminho entre a ideia e a publicação parece muito difícil para a maioria deles.

Como editor de um selo de negócios, o Autêntica Business, eu já acompanhei vários autores nesta jornada e digo que o caminho é árduo, mas a chegada é tremendamente satisfatória. Como autor da área de business – escrevi o Workbook de Receita Previsível em coautoria com o Aaron Ross – confesso que não tem nada mais gratificante que sentir aquele cheiro de “livro fresquinho”, recém-saído da gráfica e depois encontrá-lo nas estantes das livrarias Brasil a fora.

Descobrindo o seu autor-interior

Eu acredito que a maioria de nós, profissionais ou acadêmicos de negócios, temos um “autor interior”, ou seja, temos conhecimentos, ideias e experiências que podem assumir a forma de um texto e ganharem as páginas de um livro.

Você já parou para pensar em quanto conhecimento e experiências fantásticas ficam “aprisionadas” dentro das pessoas e nunca são compartilhadas?

Pense na experiência acumulada por mulheres e homens  de negócios que solucionam problemas, desenvolvem metodologias, lidam com crises financeiras, enfim, uma infinidade de situações e aprendizados que poderiam ajudar outros tantos profissionais se esses conhecimentos fossem registrados e compartilhados por meio de um livro?

Eu procuro incentivar meus colegas professores e profissionais com quem trabalho a escreverem. Escrevam pelo amor de Deus! O mundo precisa saber disso que vocês têm a dizer.

O que te impede de escrever um livro de negócios?

Muitos acreditam que o que têm a dizer não é importante, ou que ninguém teria interesse em ler. Isso não é verdade! Veja quantos livros de negócios são lançados todos os anos. E, para cada um deles, têm um público específico. Tem leitor para todo tipo de livro. A questão é saber para quem você quer escrever.

Outros não publicam com receio da exposição aos colegas. Isso é muito comum no meio acadêmico.

O receio de ser criticado pelos colegas acaba desestimulando a publicação.

Isso é uma bobagem total! Se você escreve um livro em um determinado momento, nada te impede de escrever outro no futuro, de rever suas posições, de mudar de opinião. Enfim, deixar que o medo da crítica sufoque o seu autor-interior é um mecanismo de fuga típica de quem tem receio da exposição. Não publicando você se livra da crítica, não é mesmo? Afinal, só não é criticado o autor que não publica. Você sempre terá alguém que não apreciará o seu trabalho.

Achar que não tem nada a dizer e o medo da exposição são “travas” que você pode superar com a ajuda de um bom terapeuta. Como editor eu não posso ajudá-lo muito nesse sentido. No entanto, do ponto de vista da edição, o que eu percebo que mais impede os potenciais autores é simplesmente não terem  noção do que fazer para escrever e publicar um livro.

Não basta escrever um texto para se ter um livro

É inegável que escrever é parte do processo de criação de um livro, mas isso é só uma parte. Imagine quantas dissertações e teses de mestrado e doutorado brilhantes existem nas bibliotecas e bases de dados das universidades e que nunca chegaram às mãos de um leitor não acadêmico. Quantos excelentes livros poderiam ser escritos a partir dessas pesquisas? A linguagem do texto acadêmico é, muitas vezes, incompreensível para o “leitor típico”, não familiarizado com o rigor das referências e das normas de padronização científica. No entanto, devidamente editados, esses trabalhos poderiam se tornar excelentes livros e contribuiriam para a disseminação de ideias e descobertas científicas.

Também não basta uma CEO de uma empresa, o Diretor de Vendas de uma multinacional ou o fundador de uma startup promissora ter alguns slides de power point para criar um livro.

É preciso muito mais do que isso para transformar esse conteúdo em algo que realmente chegue da forma adequada do outro lado, o do leitor.

Então, por onde começar?

O primeiro passo para quem realmente deseja escrever um livro de negócios é vasculhar internamente o que você tem de melhor e que possa contribuir para outras pessoas, profissionais ou organizações. É claro que você tem de ter noção dos seus limites para não engrossar a fila dos “pseudo especialistas” que invadiram a internet e falam de algo que não conhecem, mas são ótimos atores e atrizes.

Consistência é a palavra que me vem à mente.

Quando eu convidei, por exemplo, o Matheus Souza para escrever o livro Nômade Digital, ele já era um nômade digital e já escrevia assiduamente artigos para blogs. Então, escrever um livro sobre algo que ele já fazia e sobre o que já escrevia foi um pulo e deu origem um livro consistente e autêntico.

E depois?

Bom, se você já encontrou o seu autor-interior, agora vem a parte mais fácil, porém mais trabalhosa, que é colocar para fora todo esse conhecimento, ideiais e experiências que estão dentro de você.

Eu sempre recomendo que você coloque na mesa tudo sobre o que pode falar e quer falar, sem autocensura.

Só depois você deve examinar aquele “monte de ideias” e ir descartando umas, incluindo outras e organizando-as em grupos.

Na sequência, tente construir algo como um sumário de um livro, com até no máximo três níveis de hierarquia. Tente imaginar, ou até mesmo pegue um livro de negócios como referência, e veja que um livro está agrupado em partes ou seções, depois capítulos, subtópicos dentro de cada capítulo e, às vezes, itens dentro de um subtópico. Monte uma primeira versão desse sumário e “durma com ela” por algumas noites, mude-a, discuta com algum colega da área, enfim, fique com o seu sumário por um tempo para que ele amadureça.

Com o seu sumário definido, mas não imutável, você já terá 50% do seu livro pronto. Agora é “SÓ” escrever!


DENISE ELER, MSc 丹尼斯·埃勒

🔸SYSTEMIC DESIGNER - MODELAGEM DE NEGÓCIOS REGENERATIVOS. ENGAJAMENTO DE STAKEHOLDERS. Conselheira certificada FDC. Associada IBGC. Sensemaker. Palestrante. Consultora #wickedproblems #stakeholdersengagement #strategy

1 a

Que texto oportuno! Sou cobrada sempre e, embora seja um desejo, não sabia como começar. Obrigada Marcelo Amaral

Plinio Bastos

Teacher and work 2 in TI (video & class) at Public Broadcasting Service

2 a

O Meu é memorial. Tem dica?

Thiago Cardoso, MSc

Sócio-Fundador da TC Kata | Professor, Autor e Palestrante| Especialista em E-commerce e Performance de Negócios Online

2 a

Sensacional! Realmente existe um acervo enorme de livros nunca escritos e experiências não contadas. Gostei muito da reflexão!

Thiago Muniz 🦄

CEO e sócio na Receita Previsível®️. Especialista em gerar vendas e leads qualificados em canais digitais. / RevOps Specialist I Growth Hacker Marketer I Go To Market I Consultoria Vendas

2 a

Conteúdo extremamente didático e de fácil entendimento. Gostei bastante e me inspirou. Parabéns pelo material!

Luanna Luchesi

Editora | Preparadora | Revisora

2 a

Excelentes pontos de partida, Marcelo! Muito bom! 😄

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos