JN passou o pano em Lula

Creio que Bolsonaro não tem a menor condição de governar o país. Ele não é o último brasileiro a poder governar em termos de capacidade, Bolsonaro , pelo conjunto da obra, não pode governar, por incompetência,

Ganhou a eleição porque o PT, Lula e Dilma, com a revolta que causaram com suas respectivas atuações, o levaram ao Poder. A maior parcela de responsabilidade por Bolsonaro ter sido eleito é do PT, Lula e Dilma.

Todavia, é preciso reconhecer quando Bonner e Renata tratam de forma desigual os candidatos. Lula não foi apertado como Bolsonaro.

Logo no começo, fora de seu papel, Bonner limpou a barra de Lula, mesmo sabendo que ele não foi absolvido, e que está livre para se candidatar por uma anulação do julgamento por parcialidade. Aliás, Moro, um desastre político, também foi um desastre jurídico, e acabou por ajudar a Lula emergir. Lula não vai ser julgado por prescrição, o que não o absolve em termos da conduta.

Se o PT construiu Bolsonaro, este e Moro reconstruíram Lula.

O JN não confrontou as falas anteriores de Lula sobre Cuba e Venezuela, que praticam políticas hediondas desrespeitando os direitos humanos.

Não perguntou se Lula assume o compromisso de reverter o calote que esses países deram no BNDES, nos empréstimos que os governos do PT forneceram a eles.

Não perguntaram sobre o sítio e os pedalinhos com nomes dos netos.

Na questão econômica, diante do discurso antimercado que Lula faz, não questionaram a indicação que fez de Trabuco do Bradesco, para o ministério de Dilma, que resultou em Joaquim Levy, que implicou medidas de ajuste fiscal recessivas, desemprego, e uma contradição absurda ao discurso que Lula e o PT fazem.

Quem ajudou a pedalar foi Mantega, indicado por Lula.

Não arguiram sobre o seguinte fato histórico e pouco conhecido: Lula distribuiu mais dinheiro ao Um por cento mais rico, via BNDES, desonerações e isenções, do que deu aos pobres via Bolsa-Família. Fez reserva de 370 bilhões e Lula/Dilma geraram mais desonerações do que isso.

Não confrontaram as mentiras de Lula, listando COAF e outras iniciativas de outros governos como sendo sua. Utilizou-se de artifícios.

Alckmin foi uma invenção de Haddad para o "tirar da frente" em SP e poder ganhar a eleição e não uma escolha baseada na capacidade de alguém compor e trazer equilíbrio a uma chapa de esquerda.

Não perguntaram sobre Alckmin ter acusado Lula de criminoso e querer voltar ao lugar do crime, isso não é ser divergente, isso é grave, é ser antagônico, na pior escala de antagonismo, ou Alckmin se assume leviano por ter acusado sem provas ou Lula se assume oportunista por apoiar um criminoso.

Deixaram Lula livre para se utilizar de frases genéricas e de chavões, quando não fizeram o mesmo com Bolsonaro. "Cada um é governo", para se descolar de Dilma, da forma mais simplória.

Lula usou Dilma impunemente. Apropria-se do que ele acha que foi bom no governo dela, e se afasta da parte ruim, que ele ajudou a construir do lado de fora, numa atitude antiga e esperta. Síndrome Ricupero : "mostra o que é bom, esconde o que é ruim".

Comparar Orçamento Secreto com Mensalão é ridículo, ambos são perniciosos e nocivos, ambos são ilegais, e ninguém sabe quanto custou o mensalão, porque, parte do dinheiro oferecido aos partidos, segundo a imprensa, foi "por fora". Então como comparar em valor se não temos a quantia do mensalão?

E a questão não é de valores e sim de compra de votos.

Lula respondeu sempre, que se comprometia com projetos e atitudes éticas futuras na base do "deixa comigo", manifestação de vontade, e não com a estruturação dos projetos de forma a lhes dar sustentação. Tudo será melhor , porque Lula garante que será.

Lula dá a sua palavra como garantia, a mesma que deu quando disse que não sabia do mensalão e deixou companheiros na estrada. Todos os candidatos garantem. Isso é insuficiente.

Lula cometeu contradições quando quis explicar o "nós contra eles", e não foi reperguntado sobre as incoerências entre o discurso que fazia e sua prática.

Faltou sempre a "segunda pergunta", que os jornalistas entram nas incoerências ou inverdades do candidato, Lula foi poupado.

S o desempenho de Lula foi considerado bom para enganar os não politizados, isso ocorreu pela folguedo ofertado pela dupla que o entrevistava.

Lula ficava vermelho, apoplético, cada vez mais, em muitas respostas mostrava raiva, ódio, diferentemente do que prega em pacificar o país. Sua linguagem corporal não se harmoniza com o discurso. Bolsonaro foi confrontado com as incoerências, Lula , não.

Bonner não cometeu com Lula as mesmas caras e bocas que fez com Bolsonaro, que não cabem a jornalistas que entrevistam, não importa as respectivas posições pessoais.

Bonner e Renata passaram o pano em Lula, permitindo que ele falasse inverdades e ficasse confortável na entrevista.

Com aval da Globo, que já enveredou em eleições para posturas como na eleição de Brizola governador, montagem do debate de Collor (na ocasião, prejudicando Lula) e agora.

Foi mal.

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