Kearney e a Economia de plataforma: um caminho para superar os efeitos da pandemia

Kearney e a Economia de plataforma: um caminho para superar os efeitos da pandemia

São Paulo, 18 de maio de 2020 - A economia de plataforma não é recente, mas vem atraindo cada vez mais adeptos, tornou-se ainda mais relevante com o novo coronavírus e as mudanças nos hábitos de consumo impostos pelo isolamento social. Sete das dez maiores empresas do mundo hoje estão baseadas nesse modelo de negócios, como é o caso da Apple, Google e Amazon. Estimamos que até 2024, entre 20-40% da atividade econômica será representada pelo modelo de plataformas, atingindo USD 10 trilhões de valor de mercado até o final da década. O grande potencial disruptivo desse modelo é o crescimento acelerado que essas empresas têm, muito impulsionado pelo efeito de rede criado dentro dessas plataformas, que permitem seu crescimento exponencial. Isso significa que quanto mais usuários realizam transações - tanto produtores, quanto consumidores -, melhor para todos, já que cada lado da equação irá atrair mais usuários para o outro lado da equação. "Quando há mais motoristas de Uber, mais passageiros vão entrar e permanecer na plataforma, porque conseguem localizar corridas de forma mais rápida, e isso por sua vez, irá atrair mais motoristas", explica Danilo Almeida, diretor da Kearney no Brasil. 

O atual cenário exige inovação e esses novos modelos de negócios são desejados para garantir que as empresas se mantenham relevantes no mercado, além de possuírem resultados financeiros superiores. Negócios de plataformas possuem duas vezes e meia a margem de negócios típicos, como prestação de serviços. "Criar estratégias de plataforma permite melhorar a experiências para o consumidor, aumentar o valor criado para o mercado e reduzir os custos das transações, como é o caso do Airbnb e da Magazine Luiza, no Brasil", assegura Almeida. Porém, ele alerta, que "o modelo estratégico da plataforma é substancialmente diferente daquele que as empresas estão tradicionalmente acostumadas a desenvolver. Nesse modelo a estratégia consiste em orquestrar os recursos e facilitar as interações, promovendo a melhor governança e o ambiente seguro para as trocas entre os usuários". 

Um setor que costumava ser relutante e cauteloso em adotar modelos disruptivos para sua indústria, era o setor de saúde. Entretanto, a pandemia da COVID-19 estimulou e acelerou diversas instituições de saúde - farmacêuticas, planos de saúde, hospitais, laboratórios - a darem os primeiros passos em direção à economia de plataforma. Diversas empresas lançaram no último mês soluções de telemedicina, de prescrição digital e estão se organizando para conseguirem se tornar negócios de plataforma. "Um dos grandes desafios históricos do setor é possibilidade em se compartilhar os registros médicos e que a pandemia do coronavírus pode forçar a mudança por necessidade, uma vez que as organizações de saúde não precisariam fornecer serviços dos quais não possuem e poderiam, ao invés disso, alavancar o ecossistema da plataforma", explica Almeida. 

De acordo com a Kearney, a rápida e inesperada mudança na forma como as pessoas, as empresas e os mercados se relacionam e geram negócios deve fazer com que também outros setores além do setor de saúde migrem para a economia de plataforma. O que se observa é uma tendência mundial do segmento varejista em adotar esse novo modelo, que, aos poucos, está surgindo e se consolidando no Brasil. "Estamos falando de uma mudança significativa no modelo tradicional de negócios. Todas as indústrias podem se beneficiar", avalia Almeida. 

Plataforma de saúde na prática 

Considerando o momento atual do Coronavírus, organizações privadas se uniram em resposta à escassez de equipamento de proteção individual (EPI) para a equipes médicas na linha de frente da luta contra a COVID-19. Uma coalizão formada pela consultoria Kearney, American Hospital Association, Kaiser Permanente, Merit Solutions, Microsoft e a UPS, se formou para lançar o Protecting People Everywhere. Através do aplicativo HealthEquip, pessoas e organizações podem disponibilizar os equipamentos que desejam doar e encontrar potenciais destinatários. "Esta iniciativa mostra que não é preciso ser uma startup ou uma empresa de tecnologia para tirar melhores resultados de uma economia de plataforma digital. Empresas podem somar esforços e colaborar entre si para, neste caso, equilibrar e atender as demandas por utensílios médicos", diz Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil. 

"Mesmo diante da necessidade de mudanças, a maioria das empresas ficam estagnadas e demoram a responder às necessidades do mercado", analisa Essle. O modelo de negócios de plataforma é disruptivo e não foi ensinado nas escolas de negócios até poucos anos atrás. "Poucos líderes de empresas entendem esse novo modelo e, mesmo quando o fazem, o processo estratégico leva tempo. É preciso mudar a forma que entendemos os negócios. A colaboração em um ecossistema comum com parceiros e até com empresas que concorrem no mesmo setor, com grande transparência, irá trazer melhores resultados do que a competição nos silos atuais."


Sobre a Kearney 

A Kearney é uma das maiores consultorias globais de gestão estratégica. Com presença em mais de 40 países, nossas pessoas nos fazem quem somos. Somos indivíduos que se divertem tanto com aqueles com quem trabalhamos quanto com o trabalho que realizamos em si. Sob a proposta de sermos a diferença entre uma grande ideia e fazê-la acontecer, nós ajudamos nossos clientes a alcançarem o sucesso.


A.T. Kearney - www.atkearney.com.br 


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