Lá vem o futuro a passos largos....             
Ó o meio!!!

Lá vem o futuro a passos largos.... Ó o meio!!!

Após uma semana inteira de imersão em uma bateria de matérias em revistas, textos aqui no LinkedIn e em outras plataformas, transmissões no YouTube de fontes com uma tempestade de ideias na ponta da língua, newsletters que levavam a outros textos, senti-me inebriado, quase empachado de tanta coisa sobre Tecnologia, Futurismo, Inteligência Artificial, Hackeamento de Mentes, Ética de Robôs e o desaparecimento de um caminhão de profissões.

O interesse que me moveu agora foi o mesmo que me fazia questionar e azucrinar os meus amigos nos idos de 1980, todos sentados à noite em plena calçada da esquina das ruas Pedro Riquet com Padre Carlos Quixadá a filosofar: o que diabos vai ser do futuro? Será que o homem vai mesmo ser substituído pelos robôs?

Se bem que nesse momento eu tenho outros interesses em mente, que são os de diminuir minha angústia em relação às mudanças na minha área de atuação, que é a de Comunicação e Conexões/Networking. Mas voltando à Parangaba...

Naquela época o máximo que conseguíamos vislumbrar com olhos míopes era a chegada dos anos 2000, quando eu teria 27 anos (olha aí, ô vanta!!); os computadores teoricamente papocariam no tal bug do milênio – o que viria a acontecer só uns 15 anos depois com alguns tipos de aparelhos de telefonia celular –; a expectativa era que as sempre confiáveis Dona Ignácia e Dona Lourdes, que me ajudaram e muito a “ser gente”, seriam substituídas por espécies de Roses, dos Jetsons; e nós andaríamos palitando os dentes dentro do carro, ou sei-lá-de-que-bicho, enquanto a direção viraria para lá e para cá acompanhando as ruas e avenidas.

Os anos passaram, a banda veio tocando e as mudanças, claro, são muitas. Quem diria que iríamos trocar boas rodas de conversa lá na esquina por animados grupos de bate-papo à distância, na palma da mão, e com um em cada canto do País ou mesmo no exterior? Isso é espetacular!!! Ruim é só quando essa conversa na tela acontece com os cotovelos se esbarrando uns nos outros à mesa do restaurante ou no sofá de casa, com as cabeças baixas e os olhos apertados para ver se não estamos digitando alguma abobrinha (esse infame corretor ortográfico!!).

Ou como imaginaríamos à época que teríamos a chance de mandar ver e tirar fotos a torto e a direito sem se preocupar com a ligação do cara da Aba Film ou do meu amigo Salim, da Foto Sales, dizendo que só saíram algumas fotos, porque o resto do filme velou??!! Problema é para quem vamos mesmo mostrar esse monte de fotos, porque ainda que você queira colocar uma boa parte dela nos seus perfis nas redes sociais vai acabar “floodando” a sua “timeline” (e a alheia!) e virando um risco nos gráficos de visualização.

E se há uns dois anos, pouco mais, pouco menos, eu estava em uma agonia tremenda achando que nós, os Comunicadores da era do byte-lascado, estávamos fadados a virar algum tipo de animal em extinção, um simpático e gorducho Dodô das Ilhas Maurício, hoje graças a muita leitura (obrigado, Walter Longo! Raymond Kurzweil e tantos outros mestres), conversas com e sem-futuro e a uma visão menos neurótica, vejo que o fato de estarmos em período de transição dessa nova era para a pós-digital capacita todos a, de alguma maneira, acharem novos espaços.

Unindo as melhores capacidades dos seres moventes das várias gerações, desde os baby-boomers aos da Geração Z e o que mais surgir, vamos conseguir entender aos poucos o que deve vir por aí. Vale uns exercícios mentais de Black Mirror vez por outra, mas sem perder a base científica e a visão humana, essa sim um distintivo atemporal, desde as cavernas.

Pois nos preparemos porque o futuro parece vir correndo, mas é de lá pra cá. É uma luz danada no fim desse túnel. E nem é o trem, como na piada analógica. Talvez seja uma manada de algoritmos em desabalada carreira.

Melhor estar preparado.

Benedito César Lima dos Santos

Corretor de Seguros na A Conterrânea Corretora de Seguros

7 a

Maurão, essa análise está muito bem colocada. Só acho que a nossa geração, e temos de ter isso bem claro, tem muita vantagem sobre outras que estão por vir. É que para a nossa sorte, fazemos parte de uma geração que viveu no passado próximo a evolução de muitas coisas assim como o nascimento de outras tantas, fazendo com que a gente sinta o gosto de ambas. As gerações que estão no "fim do túnel", carecem de essência, coisa que temos demais, afinal de contas vivemos o telejogo; o "tijolão"; celular com flip e sem flip; a ficha pra jogar pimball; a ficha pra usar o "orelhão"; a máquina olivett, desde a completamente manual até elétrica; a TV à válvula; a CARTA; o TELEGRAMA; os cheiros do Vinil novo; do KICHUTE novo; etc..etc..etc. E não falo isso de forma saudosista, falo que essa é nossa essência, nossa experiência vem disso até chegarmos aos dias atuais e prontos para o que vem.

Vinicius Augusto Bozzo

Roteirista, editor, AD e produtor | Diretor Criativo da Sinfonia Filmes

7 a

Linguagem divertida e repleta de inteligência, como de costume. Boa leitura! Abs

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