LAMENTO, MAS VOCÊ É MUITO BOM PARA A VAGA!
Somente esse ano, fui desclassificado de três processos de seleção, e a resposta dos recrutadores foi sempre a mesma, “ lamento, mas você é muito bom para essa vaga! ”.
Se você também já passou por isso, saiba por que as empresas dão esse feedback e o que fazer em casos como esse.
Pesquisando mais sobre o assunto, encontrei uma reportagem na revista época sobre o assunto, e resolvi compartilhar esse artigo com meus colegas.
Você passou por todas as fases do processo seletivo, fez uma série de entrevistas pessoalmente e no final recebeu o frustrante feedback: “Gostamos muito de você, mas você é muito qualificado para a vaga, optamos por outro candidato”.
Se você é assim tão qualificado, por quais motivos uma empresa não te contrataria? “No médio ou longo prazo, a chance de essa pessoa passar a ser um problema na equipe é grande, porque ela estará sendo subutilizada. Por isso, as empresas preferem contratar um funcionário para desenvolver, alguém que possa ficar mais tempo na posição”, afirma Letícia Bressiani, consultora da Fesa.
Os profissionais não concordam com esse posicionamento das empresas. “Se eu aceitei ir à entrevista é porque eu quero a vaga, não pretendo sair rapidamente. Era só olhar o meu histórico profissional, onde consta a permanência em empresas por mais de três anos. Achei um desrespeito por parte das empresas dizer que eu era muito qualificada para a vaga depois de passar por todas as etapas do processo seletivo”, afirma a paulistana de 32 anos, que prefere não ser identificada e está há quatro meses procurando uma vaga para gerente de marketing. Ela possui um MBA em Marketing com extensão na Europa, pós-graduação em Gestão de Pessoas, curso de inglês no exterior e mais de 15 anos de experiência na área.
“Cheguei a ouvir que eu era muito boa e que tinham me adorado, mas estavam preocupados com a questão salarial. Eles criaram uma grande expectativa em mim com respostas tendenciosas, me fazendo acreditar que iriam entrevistar outras pessoas apenas para cumprir o protocolo, mas que a vaga seria minha. Depois não me retornaram. Eu ainda tive de entrar em contato para saber se tinha sido aprovada", conta.
Além da falta de retorno por parte das empresas e consultorias, esses profissionais têm de lidar com a ansiedade de esperar pela recolocação. O tempo de espera médio para um gerente sênior ou diretor se recolocar dura entre quatro e oito meses, segundo Rodrigo Araújo, sócio-sênior da Korn/Ferry. “Quanto mais alto você está na estrutura organizacional, maior é o número de profissionais da organização envolvido no processo de análise”, afirma.
O longo tempo de espera também faz com que esses profissionais muitas vezes aceitem salários mais baixos do que ganhavam anteriormente, o que pode ser negativo na visão das corporações. Para Magui Castro, sócia da consultoria CTPartners, a questão salarial é um ponto importante na hora de escolher um candidato. “Se um diretor ganhava R$ 45 mil e a vaga paga R$ 40 mil nós não incluímos no processo. Ele já está num patamar acima”, diz. Segundo ela, a quantidade de liderados também influencia. “Se um diretor de marketing antes era responsável por sete gerentes e a nova posição tem apenas três funcionários na equipe, o profissional pode achar que a posição dele diminuiu”, afirma.
O mercado aquecido e saturado faz com que as empresas reduzam as ofertas de salário. “Acho que as empresas acabam se aproveitando do boom de profissionais jovens, sem tanta experiência. Eles estão dispostos a ganhar muito menos, o que poderia justificar a oferta de salários mais baixos", opina a gerente de marketing que busca uma colocação.
Rodrigo Araújo, da Korn/Ferry, coloca outra questão dentro desse embate salarial: a “proposição de valor”. As empresas que conhecem o termo e adotam o conceito têm, segundo ele, um grau de consciência elevado daquilo que podem oferecer. “Não estou me referindo a apenas um cargo ou função e sim a uma perspectiva de carreira para esse indivíduo. Tudo isso está ligado às expectativas do profissional”, afirma. E se a empresa não pode atender a essas expectativas, ela também não contrata.
A insegurança do futuro chefe também atrapalha na contratação de um candidato superqualificado. “Se o profissional é muito qualificado, ele também é um risco para o seu futuro gestor. Esse gestor se sente ameaçado pelo fato de que pode perder a sua cadeira e não contrata”, diz Magui Castro.
Para o profissional também não é bom começar um novo emprego com um chefe inseguro. “É melhor não ir. Ele vai te sugar e não vai te inspirar. Você não vai aprender nada, não terá um desafio”, afirma Magui.
Mesmo com tantos empecilhos, a sonhada contratação não é uma missão impossível. E para te ajudar, listamos algumas dicas dos especialistas para evitar passar pelo “fantasma da qualificação” (de novo, se for o caso).
Dicas dos especialistas
1) Faça consultoria, não espere o telefone tocar. Se você é um profissional com grande experiência, talvez consiga um trabalho temporário como consultor de empresas
2) Mande currículo para as mesmas agências e consultorias a cada três meses com um resumo do seu trabalho. Aproveite para fazer alguns cursos e mostre para o recrutador que você está se reciclando
3) Faça novos cursos relacionados à sua carreira (há muitos gratuitos). As novas qualificações também te ajudarão a aumentar o networking
4) Tenha atitude positiva perante os acontecimentos. Nenhum recrutador gosta de um profissional que só sabe reclamar
5) Se você é um gerente mais sênior e nunca ocupou a cadeira de diretor, pode se candidatar, desde que esteja preparado para assumir a posição. A questão de nomenclatura varia muito de empresa, um cargo de gerente em uma companhia pode ser equivalente a de um diretor em outra. Essa questão também depende do porte da companhia e das responsabilidades e funções desenvolvidas pelo profissional
6) Atualize o Linkedin. Muitas empresas já utilizam a ferramenta para recrutar
7) Ao receber um feedback negativo não insista. Só pergunte o porquê da não contratação se houver um grau de empatia com o entrevistador
8) Se você tem experiência não esconda, capitalize. Encontre oportunidades para colocar essa experiência à prova no momento da entrevista
9) Sempre mantenha contato com antigos colegas de trabalho. Eles podem ser grandes alavancadores de oportunidades
10) Se associe ou frequente grupos informais, associações e câmaras de comércio mantendo-se sempre no radar
11) Não minta na entrevista. Um bom recrutador saberá reconhecer se você está querendo ser alguém que não é
12) Não desista no meio do processo seletivo
13) Aceite vagas abaixo do seu perfil apenas se elas te oferecerem um grande desafio. O mercado não vê isso com bons olhos e a escolha pode demonstrar que você não é assim tão qualificado ou que tem uma autoestima baixa. As pessoas “compram” pessoas de sucesso, as empresas não querem contratar alguém que não “deu certo”
14) Não vá a entrevistas de mau humor, é melhor remarcar. Você só tem uma chance de causar uma boa impressão
15) Se o seu cargo exige terno e gravata, vista-se conforme a posição exige. Não adianta apenas as qualidades técnicas, a vaga exige todo um conjunto
Desejo sucesso a todos que estão na procura por recolocação. Não desistam, não desanimem, não percam as esperanças. Tenham força, foco, atitude, mas acima de tudo, tenham Deus em seus pensamentos.
Vou deixar abaixo, links de algumas publicações que enviei pelo linkedin.
Espero que gostem, e que de alguma forma agreguem valor.
Um grande abraço a todos do linkedin...
Secretária Executiva Bilíngue
8 aExcelente texto Julio. Tenho passado por isso também...