Lições de empreendedorismo para inspirar empresas ‘tradicionais’

Engana-se quem pensa que um evento de empreendedorismo e inovação está mais para palestras motivacionais e histórias de pontos fora da curva. Cada vez mais com os pés no chão, os empreendedores brasileiros sabem onde querem chegar e, principalmente, como chegar. Eles têm muito a ensinar e a acrescentar para as empresas tidas como tradicionais.

Durante o evento BlastU, pude observar algumas “lições” que a chamada nova economia pode dar.

Tudo muda o tempo todo

Uma constante dos novos tempos é a sensação de que a velocidade aumentou e a única certeza que sempre teremos é a de mudança. Em diferentes palestras, de CEOs de diferentes ramos, era possível ouvir sobre as mudanças: “Abrace a mudança”, “Gestão hoje em dia é isso: mudança constante”...

Ouvi também: “Não existe mais modelo de negócio que fique estático por anos. Construímos e desconstruímos o tempo todo”. E não é exatamente essa desconstrução que nos leva à inovação? 

Buscamos muitas formas de fazer estas mudanças, mas ainda não temos uma resposta única. Inovar é também experimentar modelos. O que temos certeza é que do jeito tradicional talvez não seja mais possível dar uma resposta adequada para o mercado. Por isso, abraçar a mudança é fundamental.

Atração e retenção de talentos

Manter um bom time e seguir atraindo talentos é uma tarefa constante das empresas jovens ou adultas. E atualmente uma preocupação de todos. Em um mundo cada vez mais conectado e que bombardeia nossa atenção com informação, é preciso saber como ganhar a atenção dos jovens talentos e como potencializá-los dentro da sua empresa.

A forma como conhecemos o trabalho está em constante mudança e as empresas precisarão sempre reaprender a recrutar e reter talentos. É aí que a tecnologia promete ajudar: como selecionar a pessoa perfeita para um “job” específico? Como achar a pessoa que dá um “match” perfeito com a sua empresa? Uma boa base de currículos feita com inteligência artificial pode ajudar. Start ups de recrutamento e de RH já existem e muitas estão prontas para se “encaixar” nas empresas e ajudar nessa busca.

E como lidar com as novas gerações? Vender sonhos é bom, mas eles precisam ser tangíveis. As pessoas querem sonhos realizáveis. Ter o melhor na equipe é bom, mas ele precisa sentir que tem outros ao seu lado com mesmo potencial. Como ouvi: gente boa dá trabalho.

Cultura não sai de moda

Manter a cultura da empresa é uma tarefa diária e difícil. Para as start ups, há um risco maior no momento em que elas crescem e recebem investimentos. Diversos CEOs e investidores relataram problemas graves em suas jovens empresas após um crescimento grande, que, muitas vezes, os levaram a dar um passo atrás para resgatar a essência da companhia.

Manter uma cultura sólida mesmo quando sua empresa tem milhares de funcionários ou cresceu rapidamente nos últimos anos é um desafio que não pode ser negligenciado. A cultura da empresa precisa ser lembrada constantemente com exemplos, com “embaixadores” que passem os ideais dos fundadores adiante e reforcem os valores. 

São pessoas compromissadas com os valores da empresa – e que se identificam com eles – que ajudam a levar ela para frente.

Uma mão lava a outra

Muitos enxergam o crescimento das start ups como algo a se temer, mas ainda que tenhamos Unicórnios se multiplicando por aí, este aumento pode ser algo benéfico para o mercado. 

Uma tendência é que as grandes empresas levem as start ups para “dentro de casa” e estas ajudem a solucionar seus problemas. Ou, como contou Derek Hall, da Expanding Capital, que as start ups comprem empresas tradicionais e promovam uma transformação digital nelas para acelerar um negócio já estabelecido.

Estar próximo e ajudar a entender este movimento é uma nova maneira de servir aos clientes e suas novas demandas. É entender o seu cliente para ajudá-lo a melhorar seu negócio e saber que esta é a melhor maneira de fazer negócio.

Evento Blast U em SP


Isabel Menezes

Sócia na Menezes e Menezes Advogados Associados

2 a

👏👏👏

Wania Torres

Jornalista, Assessora de Imprensa, Especialista em Gestão da Comunicação e Marketing Político (ECA/USP), experiência em Comunicação Pública (Prefeitura e Estado SP), gestão de crises, conteúdo e media trainning

5 a
João Henrique da Fonseca

CEO e Economista | Sócio fundador

5 a

Ah, o bom e velho Schumpeter. Mais atual do que nunca...

kelly cordes

fundadora da @sta_ai a porta de entrada de pessoas e empresas na Inteligência Artificial. Consultoria Estrarégica de AI + Cursos Práticos em Inteligência Artificial

5 a

Adorei! Muito bom !

Oi Márcio! Apenas uma observação: chegará um ponto em que as startups serão tão numerosas que as grandes empresas não conseguirão abarcar todas elas. Portanto, a ameaça é real, mesmo sendo as corporações economicamente poderosas. Ou as grandes empresas se tornam mais inovadoras (produtos, processos, gestão, etc), menos burocráticas, mais 'customer friendly' ou irão ser duramente pressionadas. Quanto às pessoas dentro das organizações: precisarão mudar também. Terão que: tomar riscos, trabalhar sem o medo que impede a criatividade, questionar estruturas demasiadamente verticais, discordar de processos inadequados, ser mais colaborativas, etc. Ou seja, precisarão ficar atentas ao modelo de trabalhar que as startups testaram e validaram. Grande abraço!

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