Lições de Liderança na Copa
A Copa do Mundo, maior evento esportivo do ano, está na reta das semifinais. 32 seleções de futebol, com jogadores de alta performance, se enfrentaram e enfrentam pelo título de melhor seleção do mundo.
E quais lições podemos tirar a respeito do que temos visto ou acompanhado? Existem muitas e vou trazer aqui hoje um pequeno resumo de algumas delas.
1- Seleção dos Melhores dos Melhores? Cada time é composto por 23 jogadores e, normalmente, pensa-se que os 23 são os melhores, certo? Nem sempre! Para pensar em um time coeso, forte, os líderes-treinadores precisam escolher jogadores que se encaixam, que suas competências somam juntas e que, reunidos, vão alcançar os melhores resultados. Se todos forem bons na mesma função, haverá gaps de produção. E assim também é nas empresas. Um bom time é formado pela diversidade de competências que se somam e tornam o resultado coletivo fantástico.
2- O perfil do Líder. Há poucos dias pudemos assistir ao treinador Tite, juntamente com seu time, fazendo uma dancinha para comemorar o gol do time. A liderança próxima, acessível, que se envolve de forma profissional e leve com seu time torna, sim, o ambiente de trabalho mais alegre e, consequentemente, mais produtivo. As habilidades e competências de escuta ativa, empatia e comunicação clara são fundamentais para a liderança de equipes de alta performance em que não apenas um se destaca, mas o grupo como um todo.
Tenho visto algumas empresas que exigem de seus times empenho, horas extras, dedicação, mudam as metas e regras o tempo todo e, no final, quando você observa atentamente, as regras mudam sempre positivamente apenas para o lado do Líder, CEO ou dono. Dos times, é cobrando comprometimento mas a empresa nunca se compromete com a qualidade de vida deles, com melhor ambiente de trabalho ou melhores remunerações. Sinceramente, se você lidera uma empresa assim, está fatalmente no risco de perder seus talentos.
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3- O processo de trabalho: clareza do papel e das funções. Se cada jogador fizer o que considerar melhor, sem um direcionamento e posicionamento claros, o time ficará desgovernado. Esquema de jogo, plano tático, planejamento não existem para impor burocracias, mas para organizar as competências e alinhar o formato ideal, o processo, para que o melhor de cada um desponte. É papel do líder conhecer e reconhecer as habilidades de cada jogador de seu time e instrui-los em suas posições.
Quando temos uma partida a ser jogada e vencida, é muito importante que todos os jogadores estejam alinhados de seu papel naquela estrutura e quais são suas responsabilidades em campo. O mesmo se aplica aos projetos nas empresas. Se todas as funções e atividades não forem devidamente distribuídas e estiverem claras para todos, alguma área ficará desguarnecida e você pode tomar um gol, sendo desclassificado sem segunda oportunidade.
4- Valores. Uma grande lição de valor, respeito, humilde, bom comportamento. Não foi uma seleção em específico, mas os representantes de uma nação. Torcedores japoneses se destacaram por, ao final das partidas, recolher todo o lixo espalhado nas estádios. Um valor intrínseco, admirável, que deveria ser princípio básico de educação. Mas ainda não é. A lição que quero trazer aqui é que não basta entregar bons resultados, ou parecer fantástico e ter um comportamento vil, questionável e até medíocre como vimos em algumas atitudes e falas pejorativas. A maior conquista, a que se destaca e torna os seus resultados louváveis, é aquela alcançada pelo "bom comportamento em campo", pela sua conduta do dia a dia, que expressa os seus valores.
Bom, com certeza ainda temos muitas mais lições da e na Copa do Mundo que poderemos levar para o mundo corporativo. Então, fica para um novo momento em outro artigo!