As lições de negócios que aprendi em Behaalotechá

As lições de negócios que aprendi em Behaalotechá

Havia um homem muito inteligente chamado Joseph, que trabalhava em uma empresa há muitos anos, tendo sido promovido e reconhecido como um bom profissional por diversas vezes.

Um dia, devido à uma crise econômica de nível mundial, a empresa de Joseph decidiu iniciar um processo de redução de custos e, como ele recebia um salário alto, compatível com a sua experiência e posição, Joseph foi um dos selecionados no grupo de pessoas que seriam dispensadas.

Contudo, ao saber sobre sua demissão, o dono de uma das principais fornecedoras da empresa em que Joseph trabalhava telefonou para ele e o convidou para liderar a expansão da companhia em seu país, já que havia conhecido gostado bastante do trabalho observado durante diversas negociações. Além disso, aparentemente o dono dessa outra empresa também queria amparar Joseph. Foi combinado então que Joseph receberia o mesmo salário da sua empresa anterior, e ainda por cima ele receberia uma participação sobre os lucros da sua nova companhia.

Passados alguns anos, diante da permanência da crise que assolava o mundo, os resultados estavam demorando muito para serem alcançados e a nova empresa que esse Joseph trabalhava estava avaliando fechar sua filial. Antes de tomar uma decisão, o dono da empresa analisou os motivos para a demora na obtenção de resultados (que não estariam diretamente ligados com a crise econômica mundial). A partir dessa análise, ele passou a entender que Joseph era muito sênior e que, por ser o único a trabalhar na nova filial, parte do seu tempo era utilizado com atividades que poderiam ser feitas por alguém mais júnior.

Logo, o dono da empresa decidiu contratar um analista júnior para ajudar nas atividades da companhia, porém como a empresa estava em uma situação delicada, a única saída seria negociar uma redução salarial Joseph, para que a diferença pudesse ser direcionada para o analista júnior.

Mesmo entendendo a situação, a notícia de que seu salário iria ser reduzido e que os donos da empresa não estavam satisfeitos com os resultados obtidos, Joseph ficou desolado e em dúvida se deveria procurar um outro emprego que fosse compatível com a sua senioridade. Contudo, passado alguns dias, Joseph refletiu sobre o assunto e decidiu permanecer na empresa não apenas para reduzir os riscos que ele assumiria em um novo trabalho, mas principalmente para reconhecer com gratidão o amparo que o dono dessa empresa deu para ele.

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A insatisfação com certas coisas que não acontecem em nossas vidas, principalmente quando nos esforçamos sistematicamente para atingir um objetivo e esse objetivo não é alcançado é um dos assuntos tratados na Parashá da semana passada, chamada Behaalotechá.

De acordo com essa Parashat, um alimento chamado Maná caiu do céu no meio do deserto para alimentar o povo de Israel durante 40 anos. Este alimento poderia ter qualquer sabor que as pessoas desejassem, exceto o sabor de alimentos prejudiciais às mulheres grávidas ou que estavam amamentando.

O povo, já cansado de uma caminhada praticamente sem fim, e com desejo de comer carne e outros alimentos que eram comuns no Egito, despertou a ira de D´us com suas inúmeras insatisfações. Assim, D´us enviou inúmeras aves para que as pessoas comessem, porém todos aqueles que comeram as aves acabaram morrendo.

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A diferença entre a primeira história e a segunda história, é que apesar de sua insatisfação, Joseph entendeu que estava “reclamando de barriga cheia”. Seu salário era mais do que suficiente para uma vida confortável e, apesar da possibilidade de ganhar ainda mais procurando um outro emprego, ele aceitaria seu atual salário com um sorriso no rosto caso estivesse desempregado.

Por outro lado, apesar de D´us ter tirado o povo judeu da escravidão do Egito e dado um alimento que pudesse receber praticamente todos os sabores, parte do povo judeu não foi grato o suficiente e ainda reclamou incessantemente.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Frequentemente em nossas vidas, investimos tempo e dedicação para tentar alcançar um determinado objetivo e, na maioria das vezes, o nosso principal objetivo na vida é enriquecer para comprar coisas materiais que nos darão mais conforto, tranquilidade ou até mesmo status diante da sociedade. Contudo, assim como uma em plantação, os frutos só nascem se houver chuva e, nesse sentido, devemos entender que D´us é sempre o “mandachuva” e que receberemos as bençãos se Ele quiser e quando Ele quiser. Apesar de ser frustrante saber que nem com todo nosso esforço conseguimos enriquecer no prazo que a gente deseja, devemos entender que a riqueza não é a única e exclusiva medida de sucesso.

Não que dinheiro não seja bom. No entanto, devemos entender que:

Com Dinheiro pode-se comprar uma casa, mas não um lar. Com Dinheiro pode-se comprar uma cama, mas não o sono. Com Dinheiro pode-se comprar um relógio, mas não o tempo. Com Dinheiro pode-se comprar um livro, mas não o conhecimento. Com Dinheiro pode-se comprar comida, mas não o apetite. Com Dinheiro pode-se comprar posição, mas não respeito. Com Dinheiro pode-se comprar sangue, mas não a vida. Com Dinheiro pode-se comprar remédios, mas não a saúde. Com Dinheiro pode-se comprar sexo, mas não o amor. Com Dinheiro pode-se comprar pessoas, mas não amigos.... dinheiro não é tudo...

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O sucesso, no entanto, pode ser medido de várias maneiras. Apesar de uma pessoa ainda não ser rica, ela pode se considerar uma pessoa de sucesso com algumas de suas pequenas conquistas. Uma pessoa de sucesso, portanto, pode ser considerada aquela que consegue arcar com suas contas pessoas. Aquela que consegue dar o mínimo sustento para sua família. Aquela que consegue alugar um apartamento mais confortável e comprar móveis mais bonitos para seu lar, independentemente do seu preço. Aquela pessoa que consegue dar um tratamento para um filho com alguma necessidade especial. Aquela pessoa que consegue ajudar um cliente em apuros. Aquela pessoa que consegue contribuir doando nem que seja um pedacinho do seu dinheiro para a caridade. E até mesmo, aquela pessoa que consegue com algumas palavras e poucas ações ajudar um ou mais pedintes, descrentes de si mesmos, fazendo-os se levantarem para buscarem seu sustento por conta própria e terem assim uma vida mais digna e sem depender mais do "pão da vergonha" de cada dia.

Existem várias medidas de sucesso e você certamente pode estar mais próximo dele do que você pensa, se é que já não o alcançou em certa medida. Para ter mais sucesso e felicidade em sua vida, basta continuar acreditando, reconhecendo, lutando e, principalmente, tendo gratidão por tudo que você já conquistou.

Uma boa semana para todos,

Marcos Akstein  

Falou bonito, Marcos! Quanta inspiração, parabéns!

Bolivar Barreira

Partner na Vehuiah Consultoria e Negócios

3 a

Muito bom!

Excelente reflexão!!!

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