Liderança é atitude
Sim, liderança é atitude, o resto é discurso.
Um enorme viés da tão falada liderança é quando o discurso é diferente da prática. A condução de um trabalho só pode dar certo quando o pretenso líder vai na frente, abrindo a trilha e não atrás, empurrando e colocando peso na nuca das pessoas.
Pressões, todos sofrem. Das inseguranças, do chefe, dos boletos, tem para todos os gostos. A questão, até meio repetitiva, é o que eu faço com as pressões. E se envolve uma equipe, pior ainda.
Como sempre digo, futebol não é minha praia. Mas as atitudes em campo, me fascinam. E nesse terreno, a bicampeã olímpica Pia Sundhage tem batido um bolão.
A PIA é foda.
Pia é a liderança por trás do desempenho das meninas do futebol feminino brasileiro e um exemplo mundial de comando e relacionamento com seus times. Não são poucas as entrevistas dela onde conta como seu mindset funciona.
“Sou uma pessoa feliz e também séria ao mesmo tempo. Adoro rir. Porque me tornei uma treinadora? Porque eu disse sim. Tenho tanta paixão pelo futebol que ouso ficar e dizer sim.”
“Precisamos encontrar formas de contagiar e motivar o grupo para que ele siga em frente. Eu comecei a cantar. (...) Grit (em português, garra) é algo que a equipe brasileira precisa. Vemos muita emoção nos brasileiros e lidei com isso com organização e coragem.”
“(...) Você não pode controlar o resultado, mas pode controlar o desempenho.”
“(...) Receber feedback, às vezes, é desconfortável. Às vezes, você recua. Mas estejam confortáveis em estar desconfortáveis. É ok cometer um erro, é ok experimentar coisas novas e isso levar a um erro.”
(...) Nós queremos mover jogadoras, emocionar, mudar e todas fazem isso de forma diferente. Por isso, é tão importante ser diferente. Então, eu tento trabalhar com pessoas que não sejam como eu.
“Quando você olha o Twitter, tem tantas opiniões no momento. E se eu quiser ser uma boa treinadora, eu preciso buscar ajuda e acreditar em algo a longo prazo.”
São afirmações que soam parecidas com algo que já cansamos de ouvir da boca de muitos pretensos líderes? Sim. A diferença é que Pia acredita e prática, o que a torna genuína. Por tanto, não são discursos, são narrativas de vida.
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Pia fez fama como uma jogadora dedicada na Suécia, mas ganhou o mundo quando mostrou como se lidera um time. Passou pela seleção americana por quatro anos, voltou para a Suécia, para liderar a seleção do seu país de origem. Ganhou duas medalhas de ouro.
E assumiu a seleção brasileira em 2019, o que considera seu maior desafio de carreira.
“Quando me convidaram, eu disse sim imediatamente, depois negociei. O Brasil é um país respira futebol, como não aceitar?”
Chega de discurso. 😎
Liderar é um sacerdócio, não uma vaga ou uma oportunidade de carreira. Exemplos não faltam, de pessoas que lideram e influenciam sem cargo. Esses, então, são os melhores. Inspiram sendo o que são, sem muito esforço, e com muito respeito e foco no próximo.
Gerência sem liderança, é burocracia. É tarefação. 😣
É estar naquela posição porque alguém precisava. É se segurar o máximo na oportunidade, porque boletos vencem. Por Deus, não estou aqui desfazendo quem se vê nessa situação porque caiu de paraquedas. Quem não quer um salário melhor para pagar uma boa escola aos seus filhos?
Mas isso é tema para outro micro artigo.
Olha a Pia aí numa performance que viralizou mundo a fora. Quer mais exemplo de empatia e sensibilidade do que este vídeo? Mostra cantando o porquê de o time brasileiro ter adotado a canção de Alceu Valença como hino?
O futuro do futebol feminino está traçado. Se vai manter a alta performance? Não se sabe. Mas a depender da treinadora, tem tudo para ser exemplo mundial de como se leva um time ao sucesso. Isso, ela sabe bem.
Tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais,...
Gestão Escolar, Educação Infantil e Ensino Fundamental
1 aAmei essa frase: "Liderar é um sacerdócio, não uma vaga ou uma oportunidade de carreira." Obrigada por compartilhar conosco esse artigo, Dani Daniel Souza !