A Liderança Dominante de Trump
Trump, recentemente, manifestou um padrão de elevada dominância territorial, necessidade de conquista de espaço, baixa amabilidade e ausência de empatia, ao afastar bruscamente o primeiro ministro do Montenegro, durante uma cimeira da NATO.
Podemos observar 3 momentos criticos do seu comportamento, neste episódio, quando:
1. afasta bruscamente o outro membro da Aliança Militar, com o seu braço esquerdo, sem pedir permissão, ou sem sinalizar, pelo menos, a sua intenção;
2. já na frente, com uma face dominante e o queixo projetado para cima, ajusta o casaco na postura do xerife;
3. aponta o dedo à senhora que está à sua esquerda, invadindo o seu espaço pessoal, mesmo depois desta manifestar abertura e gentileza, com um gesto de palma da mão para cima.
É um padrão desajustado e que tende a criar uma impressão menos habilitadora em liderança politica. Relaciona-se, também, com um estilo de liderança autocrático e menos propício à obtenção de consensos, soluções criativas e acordos win-win. A comunicação não-verbal é influenciada pelo que estamos a sentir em cada momento. Em liderança politica é tão necessário investir no alargamento do léxico verbal e não-verbal, como na gestão do estado emocional, em especial, antes e durante um momento da verdade.
O seu estilo de liderança TOP-DOWN, que priviligia o comando e o controlo, deixa pouco espaço para o desenvolvimento dos seguidores e para gerir a incerteza com eficácia. É um estilo que não sustenta a formação de novas lideranças e que não se permite a investir seriamente no empowerment.
Ao nivel da forma, é um líder que investe na produção gestual para contagiar emocionalmente os seguidores. De acordo com uma análise recente, no seu discurso à nação, que durou 17 minutos, manifestou 641 gestos, 4.2 vezes superior à média dos discursos analisados de Presidentes Norte Americanos (de Truman a Obama) e em linha com a tendência de subida. Obama, no seu 2º discurso à nação, manifestou 612 gestos em, aproximadamente, 19 minutos.
No seu primeiro encontro com o Macron, Trump encontrou o Presidente Francês bem preparado.
O aperto de mão entre ambos manifestou uma pega firme, completa e de elevada intensidade, que pode ser observada através dos nós dos dedos de Trump e das pontas dos dedos de Macron, que assumiram a cor branca.
O contato visual direto e a ligeira tensão, em especial no maxilar de Trump, apontam para um momento de disputa. No plano transacional, revelaram a necessidade de serem percecionados no âmbito de uma relação adulto-adulto, dado que não é visivel, de forma pronunciada, a rotação do pulso de qualquer um deles.
Macron revelou estar muito bem preparado para o padrão dominante de Trump e responde com um atraso na libertação da mão do Presidente dos Estados Unidos, depois deste manifestar querer terminar o ritual do aperto de mão. Esta ação vulnerabilizou Trump e sinalizou resiliência por parte de Macron.
Jonathan Ernst/ Reuters
De acordo com a Visão, o Presidente Francês explicou ao Journal du Dimanche, que o seu gesto não foi inocente e que foi sua intenção "mostrar que não faria pequenas concessões, nem mesmo simbólicas".
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7 aUm "livro aberto" em comunicação não verbal :) :) kkkkk