Liderança na Geração Y - O Que Mudou?
As pessoas da Geração Y, hoje, são um dos maiores mercados consumidores do mundo. Composta de adultos que nasceram entre a década de 80 e 90, ela domina o mercado do entretenimento e boa parte da programação de marketing hoje é feita com eles em mente.
Por outro lado, há um dado curioso, muito diferente de seus antecessores da Geração X. Enquanto um profissional da Geração X costumava ficar a vida toda em apenas um emprego, os profissionais da Geração Y apresentam outro quadro.
Mais especificamente, 71% dos profissionais da Geração Y ficam entre 3 a 6 meses em uma mesma companhia.
Eles não querem trabalhar com você no momento.
Estudos constatam que a Geração Y é a que mais muda de emprego. Uma pesquisa recente realizada pela Talenses, consultoria em recrutamento executivo, revelou que esses talentos ficam menos de dois anos na mesma companhia, o que, segundo especialistas em Recursos Humanos, exige um esforço maior para entender como esses profissionais trabalham e para pensar em um programa de retenção.
A relação da maioria dos líderes com a Geração Y é tensa. Afinal, a Geração Y é uma geração “livre”, precisam de algo mais para ficar onde estão. Eles são a geração empreendedora por excelência e por vezes podem ser difíceis de serem liderados, por serem voluntariosos demais.
Mas a culpa não é da geração Y. Uma nova geração eventualmente chegaria. O mundo muda e precisamos nos adaptar.
Acho que é bom apresentar outro lado da história. A Geração Y tem ocasionado uma grande revolução no modelo de gestão e liderança das empresas. E isso, naturalmente, tem incomodado gestores mais conservadores e, por que não dizer, antiquados.
Um Geração Y incomoda muita gente…
Deixe-me contar de uma conversa que eu tive com um líder de uma empresa recentemente. Ele reclamava da nova geração, enquanto alimentava as suas planilhas financeiras e analisava os seus relatórios, tão importantes em sua rotina. Após alguns minutos de lamentação, perguntei a ele: “Quantas horas por dia você dedica para conversar com as pessoas?”. Ele respondeu: “Conversar? Como assim? Eu converso o tempo todo, delego atividades, faço solicitações, cobro resultados…”.
Então continuei: “Deixe-me ser mais clara: você estava dizendo que o ‘fulano’ não é comprometido com a empresa e que isso lhe preocupa. Pois bem, quantas vezes você já conversou com ele sobre o seu futuro na empresa? Quantas vezes você o chamou para conversar sobre os projetos e lhe pediu alguma opinião? Quantas vezes você demonstrou gratidão e reconheceu o seu esforço? Quantas vezes você se interessou pelo desenvolvimento de sua carreira?”.
Isso é conversar com outro profissional. Isso é exercer um papel de liderança ativa.
Como líder, você deve se perguntar: você fez tudo o que foi possível para fazer aquele profissional se comprometer com a sua visão? Com o seu trabalho?
Liderar é mais que delegar tarefas, que atribuir funções, que cobrar resultados. Liderar é abrir diálogo, se preocupar, conseguir conversar com os seus liderados.
Preocupe-se em ensinar, não em cobrar.
E esse mindset é essencial quando se trata da Geração Y. A nova geração é diferente, pensa diferente, age diferente e quer coisas diferentes. Ela busca recompensas que vão além do financeiro. Eles buscam uma liderança verdadeira. Um motivo para seguir você.
Portanto, chega de lamentação! Antes de terceirizar a responsabilidade e julgar o seu time, tenha a certeza de estar fazendo a coisa certa:
- Evolua rápido e sempre, pense diferente, aja diferente, seja diferente, não fique isolado no seu mundo. Abra a sua cabeça para as novidades. Você não precisa gostar de tudo, mas tem que estar atento ao que existe.
- Fale a mesma língua para estabelecer sintonia com as pessoas. Entenda como pensam, agem, comunicam-se e utilize isso a seu favor.
- Importe-se com as pessoas. Seja um impulsionador de carreiras, desenvolva o seu time, ajude-o a evoluir e amadurecer. Você somente conseguirá isso se, de fato, estiver disposto a conversar muito e na hora certa.
- Participe o seu time das decisões. Jamais confunda falta de experiência com falta de inteligência. Muitas vezes uma cabeça mais “fresca” pode produzir ideias sensacionais.
- Desafie as pessoas continuamente. O dinamismo é a palavra-chave dessa nova geração, portanto, jamais deixe as pessoas se acomodarem, desafie-as sempre. Mas, lembre-se: um desafio só vale a pena se trouxer alguma recompensa.
- Por fim, aceite que o mundo mudou, as empresas mudaram e as pessoas também, logo, a nostalgia dos velhos tempos não o ajudará em nada. Viva o presente!
Por fim, depois de conversarmos abertamente, eu deixo uma pergunta que todo líder deve se perguntar na frente do espelho: “O que você pode fazer hoje para engajar verdadeiramente as pessoas?”.
A resposta é somente sua, e a decisão de entrar em ação e transformar o seu time, também!
Para mais informações sobre gestão empresarial, visite meu site: www.scrittaonline.com.br
Innovation consultant | Scientific and Technological Policy PhD candidate at Unicamp
8 aJá compartilhei. Excelente artigo!