Liderança positiva: novos tempos, novos modelos
"A empresa é a orquestra e o líder, o maestro."
A única certeza que temos nessa vida é a da mudança. Estamos em constante evolução, muitas coisas que antes davam certo agora não funcionam mais. Isso se aplica tanto a todos nós de maneira individual e principalmente às organizações. Elas são obrigadas a mudar, diante das crises, recessões, fusões ou simplesmente porque precisam se reinventar a cada instante. Mostrar algo novo para o cliente, demonstrar liderança no mercado e principalmente, que estão antenadas com a inovação é um diferencial competitivo para as organizações na era do conhecimento.
As grandes transformações ocorrem porque pessoas visionárias anteciparam às mudanças e são justamente elas que fazem a diferença no mundo. Se hoje temos nossas vidas facilitadas, devemos muito a essas pessoas. Os trabalhos mecânicos, repetitivos e sem criatividade, são aos poucos substituídos pelas máquinas. Mas a criatividade e inovação são prerrogativas humanas. As empresas inovadoras não existem sem as pessoas, mas elas não seriam o que são sem seus líderes. São eles os responsáveis pelos rumos da empresa, os grandes impulsionadores dos diferenciais competitivos. A liderança determina a história e o sucesso da empresa, criando expectativas e credibilidade não só nos funcionários, mas nos investidores, nos clientes e nos fornecedores. A empresa é a orquestra e o líder, o maestro.
Esses novos tempos pedem uma nova liderança que influencie seus liderados com o objetivo de desenvolvê-los e motivá-los para a implementação das mudanças, que nem sempre são fáceis. Nesse sentido insere-se a liderança positiva, baseada no movimento da psicologia positiva, que tem como precursor o psicólogo americano Martim Seligman, cujo desafio é liderar trabalhadores do conhecimento, obter resultados maiores e que ao mesmo tempo seja bom para todas as partes. Liderança positiva não tem nenhuma relação com autoajuda, trata-se de ciência. O líder positivo promove aumento de performance de seus liderados, estimulando e valorizando suas habilidades e forças internas e não os pontos limitantes.
Esse modelo de liderança valoriza quatro dimensões simultaneamente: o clima organizacional positivo, as relações positivas, a comunicação positiva e o significado positivo. Em relação ao clima, o líder detém um impacto extraordinário sobre ele. O líder positivo cria condições que valorizem as emoções positivas (alegria, apoio, compaixão, otimismo, gratidão) e que superem as negativas. Pesquisas revelam que os colaboradores estimulados e focados nos sentimentos e relações positivas produzem mais e possuem um nível maior de felicidade subjetiva. As relações positivas dizem respeito à construção de redes de energia positiva, reforçando os pontos fortes e a autoconfiança dos liderados. Em relação à comunicação, o líder positivo não reforça críticas ou linguagem negativa, oferecendo suporte, ajuda e elogios, em vez de desaprovação, insatisfação, cinismo ou descrédito. E por último, o significado, cuja proposta é atrelar o propósito da empresa com o trabalho e o próprio sentido de vida (missão, visão, valores) dos liderados.
O líder que foca na motivação e no desempenho positivo, conquista resultados maiores com a sua equipe ao apoiá-la na busca de alto nível de realizações, nas forças pessoais, não ignorando os erros, mas busca construir soluções e resultados positivos diante das ocorrências e adversidades. A necessidade de uma liderança positiva é fundamental nas organizações que valorizam as competências essenciais da mudança como criatividade, espírito de iniciativa e resiliência. O desafio do líder positivo é ajudar a criar o novo e mobilizar as pessoas para realizarem essas mudanças.
Artigo publicado na Coluna Painel Corporativo, 13/03/2016, Gazeta de Limeira.