Los Angeles 2028 já começou!

Nem bem acabou as Olimpíadas e já é hora do Comitê Olímpico Brasileiro iniciar seu plano para a próxima olimpíada, em Los Angeles, 2028. A gestão dos objetivos estratégicos pode contribuir muito para esta medida e é o que deveria nortear as ações do COB neste ciclo de quatro anos.

O primeiro passo é estabelecer a meta que será buscada em um período final de praticamente um mês. Note que são praticamente quatro anos de dedicação para colher resultados em menos de um mês, portanto o plano deve ser altamente eficaz e as ações altamente eficientes para que tudo saia conforme o esperado. Construir a meta da olimpíada pode ser criar um enunciado sobre os resultados esperados, por exemplo: "ser a olimpíada com maior número de conquistas de medalhas da história brasileira". A partir disso, estabelecer os indicadores e as medidas que devem ser adotadas para tal.

Antes de avaliar as medidas, é necessário criar os indicadores que balizarão esta meta. perguntas como quantas medalhas precisamos para a meta? Queremos aumentar o total de medalhas ou o total de medalhas de ouro? Ou de prata? Queremos ficar com a melhor posição brasileira da história no ranking da olimpíada? Ou queremos o maior número de medalhas totais, independente de ser ouro, prata ou bronze?

Isso porque se quisermos o maior número de medalhas, não nos importaremos em ser de ouro, mas que venham medalhas. Agora, se queremos a melhor posição brasileira da história, o foco precisa ser ouro, depois prata. São avaliações como essas que fazem compreender o que precisamos alcançar. Mas digamos que sejam o maior número de medalhas possíveis. Então o passo é compreender o cenário atual e o cenário futuro. Quantas medalhas conquistamos na nossa melhor olimpíada e quanto precisamos (e queremos) alcançar na próxima. A resposta é: no Japão conquistamos 21 medalhas, logo, precisamos conquistar 22 para bater o recorde.

A partir daí começamos a buscar os caminhos, as medidas! Identificar as medalhas mais potenciais ao longo da história e contabilizar cada medalha. Via de regra, esperamos conquistar medalhas no futebol masculino, no voleibol masculino e feminino, há uma boa chance para o futebol feminino, o judô nos traz medalhas geralmente, a ginástica tem um potencial, etc. Com isso, podemos contabilizar as medalhas potenciais. O ideal é que tenhamos ao menos 30 medalhas potenciais, em um cenário conservador. Com isso vamos priorizar nossas medidas!

Priorizar é fundamental porque possivelmente o COB não terá condições de investir fortemente em todos os atletas possíveis, então precisamos saber em quem investir mais. Essa é a regra do jogo, não é uma questão de exclusões e inclusões, mas algo que precisa ser feito. Nem todos projetos de uma empresa são viáveis, então precisamos priorizar aqueles com maior retorno.

Há de se considerar que algumas modalidades não precisam do investimento do COB, por terem campeonatos mais bem estruturados e são muito fortes e independentes. É o caso do voleibol e de futebol, sobretudo o masculino, ainda que o feminino tenha crescido fortemente nos últimos anos. Esses esportes não precisam (teoricamente) dos investimentos e "andam sozinho". São certeza de medalhas? Não, mas as chances são altas. Então é preciso voltar os olhos para as outras modalidades que precisam realmente de investimento e aí há uma nova rodada de priorização.

Vamos considerar o judô e que esta modalidade precisa de investimento (exemplo). Vamos considerar que não será possível investir em todos os profissionais da modalidade, então teremos que novamente priorizar aqueles que tem maior potencial para o próximo ciclo olímpico. Estes devem ter um centro esportivo adequado, patrocinadores, torneios, treinadores de alta competência e outras necessidades a serem identificadas.

O plano precisa ser seguido corretamente e sempre revisado. Olhar para o futuro além de Los Angeles 2028 é ainda mais essencial. Olhar para eventos esportivos e patrocinadores, para buscar cada vez mais visibilidade às modalidades, melhorar estruturas e salários, fortalecer as categorias de base e por aí vamos.

Esta é apenas uma recomendação sobre o que pode ser feito. Aqui fica também a torcida para que tenhamos sucesso ainda maior na próxima olimpíadas!