Mãe, como você tá encerrando esse ano?
Nossa...
E não é que o ano acabou? Já parou para pensar como você lidou com toda essa mudança emocional do último ano?
Esse ano veio para me mostrar que ser mãe é difícil, mas ser mãe enfrentando uma pandemia mundial é ainda mais difícil. Como a maioria das mães que eu conheço, nós já éramos responsáveis por cuidar das crianças, da casa, do trabalho e de todo aquele trabalho invisível que só a gente sabe que existe. Eu confesso que por muitas vezes me tranquei no banheiro e chorei de exaustão, de medo e de frustração por estar sendo uma ‘mãe-pato’, sabe aquela que faz um monte de coisa e no final não faz nada como gostaria? Eu tinha a sensação de que eu trabalhava mal, cuidava mal da casa, cuidava mal da minha família e cuidava mal de mim.
Antes da pandemia as coisas não eram tão mais fáceis, mas pelo menos eu tinha um sistema que me ajudava a identificar quais eram os pontos mais importantes para atacar naquele momento. Lembra do Scrum? Então, era ele que eu usava em casa.
Com o tempo, eu comecei a entender que eu poderia fazer toda essa dinâmica de uma forma mais ‘puxada’. Tá vendo onde eu vou chegar? Eu não precisava mais de sprints semanais para me ajudar a organizar e ter compromisso comigo mesma. Eu já conseguia priorizar e comecei a classificar minha vida em tipos de coisas pra resolver, sem deixar de olhar o grau de importância que essas coisas têm. Era um sistema que realmente funcionava e eu conseguia ver claramente quando eu precisava me dedicar mais a um item do que ao outro.
Mas sinceramente, que sistema resiste ao caos de ver o mundo mudando com uma doença sem controle nenhum, levando pessoas importantes e nos fazendo trabalhar muito mais do que a gente consegue? E olha que eu nem estou falando de trabalho ‘trabalho’, sabe aquele que te ajuda a levar o dinheiro pra casa? Estou falando de todo o trabalho invisível, que nós temos e ninguém se dá conta.
Pra ser bem sincera? Eu acredito que estou chegando à beira de um burnout e, conversando com outras pessoas que se encontram no mesmo processo de maternidade que eu, vejo que eu não estou sozinha nisso tudo. Mães que trabalham em casa precisam lutar contra a falta de transição entre o trabalho e a dedicação aos filhos e aos cuidados da casa. Em inúmeras reuniões esse ano, minha filha me interrompeu e pediu por atenção, fazendo com que eu mudasse totalmente uma linha de raciocínio que estava e que no final, eu acabasse me culpando pela sensação de entregar um resultado inferior a expectativa que eu tinha criado dentro de mim.
Eu que por muitas vezes converso com as pessoas sobre limitar o trabalho em andamento, estava ali brincando com uma criança de 3 anos e atendendo a reuniões. Sem contar as inúmeras aulas e atividades que a gente precisou planejar com as crianças durante esses últimos meses. Como não sentir um misto de desespero e culpa nesse cenário? Os pratos começaram a cair da minha mão e o prato que mais me doeu quando caiu foi a minha família.
É muito fácil falar que nós precisamos priorizar as coisas corretas, mas em meio ao caos que foi o período de quarentena e isolamento, quem consegue pensar direito no que fazer com tanto medo e tanta incerteza ao redor?
A culpa materna só crescia e me consumia. Igual estava acontecendo com todo mundo que eu conhecia e conversava. Eu precisava ficar constantemente me relembrando e sendo relembrada que eu não era uma mãe ruim e que os meus erros não me definiam enquanto pessoa. Que eu podia abandonar a escola e os planejamentos de atividades que eu criei dentro da minha cabeça. Inclusive mesmo com várias entregas maravilhosas no trabalho, eu continuava me sentindo um fracasso lá no trabalho e em casa. Eu não era um monstro por estar constantemente chateada e achar que todo mundo fazia melhor que eu. Eu não estava sozinha lidando com toda uma mudança mundial.
Por sorte eu trabalho num lugar composto por pessoas incríveis como o Garrido bem fala aqui e lá a gente genuinamente cuida um do outro, sabe? E meu time dentro da K21 cuidou de mim e me deu espaço para eu aprender a ser inteira como profissional e inteira como mãe. Eles me enxergaram enquanto indivíduo. E eu posso dizer que no meio do caos existe amor, existe afeto, existe colo, cuidado e existe toda uma organização errando e aprendendo a cuidar uns dos outros.
Isso me fez lembrar que nós precisamos ainda mais entender o aspecto cultural das nossas organizações e, de fato, abraçar as mães que estão lidando com gravidez, parto e pós-parto nesse novo cenário que nós estamos aprendendo a viver. Precisamos olhar para aquelas mães cujo companheiro ou companheira perdeu o emprego e ela é a única fonte de renda de casa para manter os filhos alimentados e seguros embaixo de um teto. Precisamos abraçar com carinho as mães que cuidam de seus filhos, de um familiar idoso ou deficiente ao mesmo tempo que entregam um valor enorme para as organizações em que trabalham. Acolher com carinho as mães que perderam um membro da família durante a pandemia e se viram sem chão e sem apoio e muitas outras mães em muitas outras situações.
Eu queria dizer que vocês, assim como eu, não estão sozinhas! Eu vejo vocês! Eu sinto o que vocês sentem.
E te convido a aproveitar que o ano tá chegando ao fim para fazer uma reflexão de como você mãe chega a esse final de ano?
Consultor na Nower
3 aVocê não para de me inspirar. Exemplo de mulher e pessoa. 🥰
Product Manager | Desenvolvimento de produtos digitais | PMO | Project Management | Agile Frameworks | CSPO® | CSM® | LeSS
3 aObrigada você Sami, pela parceria, os conselhos as lições aprendidas juntas! Você arrasa!!!
Comunicadora Social | Atendimento ao Cliente | Produção de Eventos | Comunicação Interna | Mestre de Cerimônias | Publicidade| Gestão de Comunicação Corporativa
3 aEu sigo mais forte que nunca e ter você por perto me faz me sentir menos só. Obrigada por esta sempre por perto e por dizer tanto sobre nós, mães, mulheres.
Agile | SAFe® Agilist 6.0 | PSMI ™ | PSMII ™ | PSPOI ™ | SAFe® POPM 6.0 | TKP® | KMP® | Product Agility | PBB | Lean Inception | Innovation | Writer | Healthy Lifestyle
3 aBacana! Sucesso. Feliz ano novo!
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