Machismo Estrutural e Institucional
Machismo estrutural e institucional é quando verificamos que a organização da sociedade e das instituições são realizadas com base no machismo, num jogo de reprodução e perpetuação da superioridade do “macho” em relação à “fêmea”.
A imagem de golpista entregue à mulher é reforçada a cada divórcio. A ideia de que a mãe é uma alienadora por natureza, que não sabe separar as atitudes do relacionamento e da paternidade é lida como uma verdade absoluta.
A crença de que a mulher usa o corpo para obter vantagens lícitas ou ilícitas ainda é tida como real. O lazer e prazer da mulher ainda é taxado como jogo de sedução, indicando que nosso corpo tem apenas a função sexual.
A “fêmea humana” nasce e é “educada” para existir para um “macho humano”. Desde o seu nascimento a “criança fêmea” é orientada a existir de forma relacional a uma “criança macho”, buscando ser bela, meiga, recatada, do lar e corresponder a toda e qualquer espectativa dessa entidade que é a masculinidade.
Até a heterossexualidade é compulsória - não há espaço de escolha para se relacionar intimamente com alguém, se é fêmea - vai casar com um macho! se é macho - vai dominar uma fêmea!
Sim… a mulheres já temos ambições quanto ao trabalho, carreira e auto-desenvolvimento, mas geralmente isso é visto (de forma inconsciente, às vezes) como egoísmo da mulher ou coisas para o segundo plano…
Claro que cada pessoa tem o direito de escolher sobre sua própria vida, acontece é que as nossas escolhas são tomadas a partir daquilo que conhecemos como possível, das influências da nossa criação e mundo em que vivemos.
E esse mundo é estruturalmente machista, por ter sido criado e organizado sem a colaboração da visão e opinião da mulher. Nós, até hoje ocupamos número baixíssimo de cargos de chefias ou representação política e também nos demais espaços públicos, fazendo com que nossa opinião e visão não tenham força para serem efetivadas.
É triste ver o quanto o mundo precisa de reformas e o quanto os espaços de decisão são ocupados por homens que decidem continuar apostando nos erros, sem aprender ou abrir guarda para novas formas e visões… A economia é sempre dada como desculpa, mas é a mulher que tem tripla jornada e recebe os menores salários, além de ser a mais cobrada socialmente e assediadas pela publicidade.
Como reflexo, nos vemos toda hora tendo que repetir o óbvio… e muitas vezes esgotadas por não sermos compreendidas, por estarmos sempre no jogo da empatia e recebermos mais opressão como retorno.
Vejo a advocacia feminista como uma grande oportunidade de transformação desses espaços. Também vejo o empreendedorismo das mulheres como uma excelente forma de transformação da economia e da sociedade.
Por mais desafiador que seja, apostas como essas são aquelas capazes de transformar a nossa realidade e trazer à tona uma sociedade mais inclusiva, baseada na paz e no bem estar social.
Ao contrário disso, estaremos nos entregando aos nossos opressores, o que jamais será uma opção para mim!
O que você acha?
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