Mala com Rodinhas e a Nasa

Artigo: Inovação Transformação Digital e uso das novas tecnologias - Parte PFCC - Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da #BoardAcademyBr

Há um passado não muito distante, todo mundo começou a falar de metaverso.

Mal deu de tempo de entender o que significa esse tal de metaverso e quase todo mundo já percebeu que sua aplicação, talvez seja muito restrita no momento que estamos.

Muitas ideias inovadoras morrem por não resolverem um problema. Qual problema o metaverso resolveria? Talvez o problema ainda não exista ou ele foi tão momentâneo que perdeu o timing (ex: Pandemia). Ou ainda não chegou no seu nível de maturidade.

Em alguns casos, a inovação é tão simples e tão absurdamente óbvia mas ninguém pensou nela antes.

Outro dia, ouvi a fantástica analogia em um outro contexto, mas muito aplicável ao tema de inovação (obrigado @Mauricio Arrausi):

·      O homem inventou a roda há 5.500 anos ou seja, 3.500 anos A.C.

·      O homem chegou à Lua em 1969

·      O Homem que chegou à Lua entrou no foguete carregando pesadas malas de viagem. As malas não tinham rodinhas......

·      A mala de viagem que conhecemos hoje foi inventada em 1987.

Claro que não ter as rodinhas na mala não foi um impeditivo para o homem chegar à Lua, mas se as malas tivessem rodinha, seria mais fácil entrar no foguete.

Brincadeiras à parte, a inovação não exige ciência da Nasa em muitos casos, mas requer esforço para pensar, questionar e estar atento aos problemas da sociedade e buscar soluções.

Ao mesmo tempo é necessário que haja uma maturidade de entendimento do problema para que seja aplicada a correta solução e da mesma forma a inovação também precisa ter o seu estágio de maturidade para atingir grande escala de alcance. Ou seja, em um 1º momento, a ideia pode não estar totalmente acabada e exigirá um aprimoramento e persistência.

A mala com rodinhas é um exemplo do desenvolvimento de uma inovação.

A 1ª aplicação de rodinhas na mala de viagem se deu em 1970, um ano depois do homem chegar à Lua e foi patenteada por Bernard D. Sadow como rolling luggage. Bernard voltando de férias com a sua família viu a dificuldade que sua filha tinha em carregar a sua mala e ao ver um empregado do aeroporto empurrando um carrinho de malas, teve a ideia de colocar rodas em suas malas e realizando uma adaptação simples. Mostrou a sua ideia para um fabricante de malas que convencido da ideia, passou a produzir as primeiras malas com rodinha.

Em 1987, um piloto da Northwestern Airlines, Robert Plath, já um usuário assíduo da invenção do Sadow, teve a idéia de colocar uma haste que ajudasse a puxar a mala e facilitasse o seu manuseio. E assim, nasceu a mala com rodinhas que conhecemos hoje.

Essa história é uma reflexão de como a inovação pode estar em coisas muitos simples do nosso dia-a-dia.

Muitas inovações que transformaram a humanidade tiveram princípios simples, mas sempre focados em resolver um problema, mesmo que tenha sido por um acaso.

A Apple é um exemplo de aplicação da tecnologia para resolução de problemas que nem sempre estão tão claros, mas quando comparávamos o 1º Iphone com o que havia de mais moderno em julho 2.007, percebíamos quanto complexo era usar um Blackberry, considerado a tecnologia mais avançada naquela época.

A Apple tornou intuitivo o uso de uma tecnologia trazendo interfaces cada vez mais simples, a cada lançamento.

Pensar e Implementar inovação são ações mandatórias para qualquer empresa, mas sempre deverá ter um propósito e/ou um problema para resolver, caso contrário, será desperdício de dinheiro, esforço e o tempo, mesmo quando a ideia é extremamente simples.

Criar comitês de inovação por foco de problema/solução é uma das práticas recomendáveis para que a empresa tenha rotinas e rituais para pensar” fora da caixinha”, seja para criar um novo produto ou para resolver problemas internos.

Conselhos consultivos podem ajudar muito os empresários e gestores na criação e implementação desses comitês, bem como, colaborar com o alinhamento na governança corporativa.