Mantendo sua Carreira nos Trilhos

Você já parou pra pensar que praticamente metade do tempo que estamos acordados passamos trabalhando? E que isso vai ser uma realidade por boa parte das nossas vidas? Esses já são motivos mais do que o suficiente para nos fazer prestar atenção em nossas carreiras, pois ela envolve toda a nossa vida.

Para começar, quero falar sobre dois tipos de profissionais e como eles impactam a nossa carreira. São eles os profissionais com mentalidade de retenção e os com a mentalidade de multiplicação.

Os retentores, são aqueles profissionais que estão acomodados na sua carreira. Estão basicamente em um estado de manutenção, fazendo apenas o básico para manterem os seus empregos. Ou seja, não buscam mais se desenvolver, não buscam maiores compromissos com a empresa e não fazem questão de contribuir para o treinamento de novos colaboradores. Esse profissional bate seu ponto, faz o que mandam sem ir além do que foi pedido, e batem seu ponto novamente para ir embora.

Já os multiplicadores estão sempre buscando uma forma de aumentar o seu impacto no trabalho, seja através do desenvolvimento próprio ou da contribuição para o crescimento dos outros. Eles possuem um tipo de insatisfação que os levam a resolução de problemas, pois sabem que se usarem os seus talentos de forma intencional vão proporcionar crescimento para a suas carreiras, para a empresa onde trabalham e para seus colegas.

Todo mundo já foi um profissional multiplicador na vida, isso é muito normal no início da carreira, quando somos jovens, recém formados, cheios de energia e querendo mostrar o nosso valor. Nessa época somos como esponjas, tentamos sugar todo o conhecimento possível para crescer, discutimos ideias nas reuniões e sugerimos pontos de melhoria no nosso trabalho. Porém com o passar do tempo, com a rotina do dia-a-dia, com empresas consolidadas que não possuem um ritmo de crescimento acelerado, e com a conquista de um cargo e salário que achamos interessante, muitas vezes nos deixamos cair no comodismo, entramos no modo de manutenção e deixamos de ser multiplicadores e passamos a ser retentores.

Mas esse comodismo também pode ser resultado de um descontentamento. Quando estamos com a mentalidade de multiplicador, é importante estar em um ambiente que promova desenvolvimento e crescimento, e que a empresa também esteja disposta a multiplicar o que tem em mãos. Quando o ambiente não responde a nossa iniciativa e não da sinais de que nossas ideias vão ser aceitas e começar a gerar uma mudança, nós vamos esfriando, perdendo o ânimo e nos conformando com o ambiente. A falta de reconhecimento e desafios também são fatores que nos levam a deixar a mentalidade multiplicadora pela retentora.

E quando isso acontece, aquela insatisfação que nos motivava a achar soluções agora nos leva a reclamação, aceitamos que a carreira é isso mesmo e simplesmente vamos deixando a vida passar diante dos nossos olhos. A semana de segunda a sexta passa no modo automático e vivemos pelos finais de semana. A energia é trocada pelo contentamento ou as vezes até mesmo pela frustração, mas afinal, a carreira é isso mesmo, não é verdade?

O grande perigo da carreira é cair no comodismo, com a mentalidade retentora, e acreditar que a carreira seja isso, descontentamento e frustração. Que a carreira na verdade é apenas um trabalho para pagar as contas e não um meio para algo maior. Nós podemos passar anos nesse estado letárgico e um dia acordarmos e percebermos que desperdiçamos boa parte da nossa vida e carreira no modo automático e nos contentando com algo muito aquém do nosso potencial.

Para que possamos manter nossas carreiras nos trilhos e evitar cair no comodismo e, consequentemente, na mentalidade retentora, precisamos realmente nos conhecer. O autoconhecimento é o alicerce de qualquer carreira saudável e de sucesso. Você precisa saber no que você é bom, no que te traz satisfação e senso de realização, nos pontos que você precisa se desenvolver, nas atividades que drenam as suas energias, e por ai vai. Além disso, você precisa também ter clareza de onde você quer chegar e o que te motiva a alcançar os seus objetivos.

Segundo, precisamos saber discernir os momentos e as estações. Nós não somos máquinas, somos serem humanos, temos sentimentos e desafios da vida para superar. Então vão haver momentos que teremos que tirar um pouco o pé do acelerador, terão momentos que precisaremos esperar algumas coisas acontecerem para que possamos prosseguir, mas isso não significa que vamos ficar acomodados e que deixaremos de ser multiplicadores, mas isso é parte de um entendimento daquilo que nos rodeia, de um todo.

E por fim, não podemos temer a mudança. O filósofo Heráclito de Éfeso disse: A única constante é a mudança. Se queremos crescer e desenvolver nossas carreiras (ou qualquer área da vida), precisamos abraçar a mudança. A multiplicação nos leva ao movimento e o movimento a diferentes lugares. Temos que estar abertos a sairmos da zona de conforto e assumirmos diferentes responsabilidades, diferentes funções e cargos (mas em se tratando de carreira, isso deve ser feito de forma estratégica). E essa mudança muitas vezes vai vir a partir da observação dos momentos; você se encontra estagnado, talvez o próximo passo seja procurar um novo desafio.

Você quer manter a sua carreira nos trilhos, então invista em autoconhecimento, saiba como você pode multiplicar aquilo que tem em mãos para causar impacto no seu emprego. Tenha um bom planejamento de carreira e entenda os momentos e as circunstâncias ao seu redor para tomar as melhores decisões e abrace as mudanças! Não deixe o comodismo tomar conta e roubar preciosos anos da sua vida. Saiba que você é sim capar de ir além e possui potencial para fazer a diferença.

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