A MARCA PARA O BEM
A expressão da individualidade do sujeito do século XXI, se baseia no “ter para ser” e é estimulada 24 horas por dia por todos os canais visuais possíveis que atingem o ser humano. Bill Wctterson, faz uma crítica sobre o assunto na tirinha de Calvin, mostrada na figura 1, onde um garoto de 6 anos já acha importante usar roupa de marca para ter uma identidade.
Figura 1: A marca como expressão da individualidade
Fonte: SERRALVO, 2008, p.93.
Ter uma marca é importante e um diferencial em relação a concorrência e pode agregar valor para empresa quando consegue atingir a imagem desejada, criada através de um posiciosamento de marketing. Quando esse posicionamento é criado pela missão, visão e valores reais da empresa, essa imagem cria um know how e deixa seu legado para sociedade, que usufrui de seus benefícios, conforme a figura 2.
Figura 2: Composição do branding
Fonte: Autora (desenhada por Kaiky Machado)
O problema é que essa concorrência tornou o produto ou serviço descartáveis, para que houvesse mais consumo, e a “coisa” foi crescendo e expandindo para outras áreas tornando todo o “resto” descartáveis. Nada mais é duradouro, nem as relações humanas.
Estamos vendo o mundo se tornar um “umbrao na terra”, como dizem os religiosos, cheio de violência gratuita e falta de visão comunitária.
A vaidade excessiva de mostrar o que tem, eleva o ego e pessoas, e até quem deveria cuidar de outros, seja em casa ou no poder público, lesam para ter conforto acima do normal e poder esnobar padrão de vida.
Criar uma marca forte é um processo importante para manter as relações humanas fortes porque envolve muitas pessoas, cria empregos, valoriza a vida, e possibilita crescimento. É o “ser para ser”.
Na figura 3, podemos ver que a marca está no topo da pirâmide da empresa, e é a razão dela existir, envolvendo muitas pessoas e setores interessados em seu processo de crescimento. São chamados de stakeholders, os clientes internos, compostos por todos os colaboradores da empresa das áreas operacionais, que tem o maior número de pessoas, pela área tática, a media liderança com supervisores, coordenadores, encarregados e etc, dependendo do tipo e tamanha da organização. E a alta liderança composta por diretores, vices e presidente. Ainda como parte dos stakeholders, temos a mídia, que pode influenciar diretamente na imagem da empresa, a sociedade que se beneficia das produções positivas da empresa, o governo que protege a empresa pelas leis, ou deveria, os sindicatos, que dão as diretrizes aos funcioáarios e alta liderança e etc. Existem outros stakeholder dependendo do porte da empresa. Quando ela possui capital aberto podemos ter os shareholders, que são os investidores, acionistas e cotistas que não atuam diretamente em seu processo diario.
Esse conceito de marca é criado pela integração da comunicação entre todos os clientes internos e seus parceiros na organização, sustentados pelos pilares da comunicação institucionail que além das ações da imagem corporativa, patrocina eventos culturais, sociais e esportivos que ajudam na educação da sociedade e criam afinidade com a marca. O segundo pilar é a comunicação mercadológica que faz a propaganda da marca em diversos canais. O terceiro, e muito importante, é o pilar interno comporto pelo endomarketing e demais ações para valorizar seu público interno. E o quarto pilar é o administrativo que cuida de todos os fluxos e processos para que todos os outros pilares permaneçam em pé.
Figura 3: Processo de formação da comunicação para a marca.
Fonte: Autora , com desenho de Kaiky Machado
Da mesma maneira que a corrida pelo lucro livre das corporações capitalistas tornou o mundo violento e destrutível, abastecido por vários canais midiáticos e corrompendo a mente das pessoas com ideias pessimistas e atitudes destruidoras, todos tentando manter suas empresas lucrativas, poderia ser criado um processo reverso que tivesse um foco em crescimento conjunto. Se “o homem é um ser social” e então ninguém vive sozinho, porque não se consegue criar uma visão de um todo? Ver o outro como um igual?. Sei que parece ideologia, mais eu também “quero uma para viver”, como cantava Cazuza.
No filme Tomorrowland, de 2015, direção de Brad Bird, é discutido o assunto da repercussão do pessimismo e individualismo na destruição do mundo, bem como no filme Fim do Mundo, em 2008 com o ator Keanu Reeves, que vem de outro planeta para destruir a raça humana da terra que está destruindo o proprio planeta e as relações humanas.
Vários produtores de conhecimento em livros, filmes, vídeos, palestras e outros canais alertam para a falta da visão comunitária, mas é tudo classificado como ficção, gênero que retrata fantasia, imaginação e fingimento. Mas a realidade é que deveriam ser reclassificados como drama, realismo e visão de futuro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEERALVO, F (org). Gestão das marcas no contexto brasileiro. – São Paulo: Saraiva, 2008.