A marca, a presença digital e o conteúdo.

A marca, a presença digital e o conteúdo.

Lá vem textão :)

Então sua empresa está começando a falar sobre “to be digital”. Bom, antes agora do que nunca. E entenda que não estou avacalhando a decisão, até porque um dos tantos pontos positivos de entrar nesse jogo é que com criatividade e planejamento dá para avançar muitas casinhas e deixar gente bem grande para trás.

Pozé, ainda tem uma porção de empresas médias e grandes, até líderes de mercado, que ainda estão atuando no ambiente digital com a mesma mentalidade de quando o Cid Moreira dava boa noite no Jornal Nacional. 

Agora só um pouquinho. Antes de entrar nessa e não praticar os mesmos erros desses peoples que falei, é fundamental refletir sobre o que este movimento vai gerar para o futuro da tua empresa. No digital o orçamento é que faz a roda girar também, e “de graça”, como se dizia que a internet era tempos atrás… bueno, já se viu que não é bem assim tão “de graça”.

Para te certificar se o raciocínio está indo bem e na direção certa, responde as três perguntas que seguem com alguma calma. Elas podem chacoalhar um pouco o entendimento sobre a razão de ser da tua marca, mas no final te garanto que irão auxiliar bastante nas decisões sobre o “to be digital”:

1. Que negócio estamos hoje?

E a resposta aqui não são as tecnologias, ofertas ou categorias onde a empresa atua. É preciso identificar e definir o problema que a marca resolve para os clientes. Em outras palavras, responda qual trabalho a marca faz e qual valor é gerado com isso para eles.

2. Quais as novas oportunidades o digital abre para a marca?

A entrada no ambiente digital é normalmente uma disrupção (salvo algumas empresas que já nasceram digitais) com grandes oportunidades de crescimento. A questão é que essa mudança no curso sempre vem acompanhada de transformações no modelo de negócios, ou mesmo na cultura interna.

Fica o aviso que no digital as marcas aproveitam o contínuo modo beta de ser, ou seja, vivendo, aprendendo e evoluindo para acompanhar as mudanças com adaptações rápidas.

3. Quais as capacidades/processos precisam ser qualificados para aproveitar as oportunidades do meio digital?

Tenha humildade e curiosidade. Tem de tudo para todos e não existe uma fórmula, mas por outro lado há muita documentação de experiências e conhecimentos que proporcionam o melhor aproveitamento das oportunidades.

Avalie recursos, contrate a ajuda de terceiros, mesmo que temporariamente, domine o pensamento digital e construa o seu posicionamento na mente dos consumidores - este que estão também mudando seus comportamentos com relação ao consumo.

O presente é digital. E o futuro vai por aí por um bom e longo tempo.. pelo menos até que falte luz.

A questão é foram anos de bombardeios diários com ações de marketing irrelevantes que pelo menos deixaram uma coisa bem clara para marcas e consumidores: anúncios somente geram retorno quando são significativos e estão adaptados aos interesses do público.

Pense só na última década (2006-2016). Quem já tinha o hábito de ler notícias em portais, ali por volta de 2007, já estava sendo atingido por incontáveis anúncios pop-up, que abriam e piscavam na tela até o momento em que se conseguia achar o botão para fechar aquele miserável ser digital piscante.

E surpreendentemente isso ainda é uma estratégia para alguns anunciantes, que abusam da interrupção - que bebe lá na fonte das mídias tradicionais -, e torna a mensagem absolutamente desagradável para os consumidores, e o pior, ineficaz para as marcas.

Para a alegria de nós - como seres consumidores - os anúncios irrelevantes estão marchando aceleradamente para a obscuridade. O surgimento de novas maneiras de atração e criação de valor para as marcas avança a galope e permite atingir os consumidores ao atender seus desejos por soluções no momento certo em que eles estão interessados por informações que direcionem suas escolhas e preferências.

Esta forma de gerar a percepção orientada ao contexto realmente melhorou a experiência do usuário em vez de distraí-lo e afastar-se dele. Além disso, com um conteúdo proprietário, e bem ativado, as marcas conseguem alcançar audiências nichadas com mensagens que estão cada vez mais relevantes do que nunca.

A presença digital das marcas mudou, e permanecerá mudando, e o modelo de sucesso hoje demanda a entrega de mensagens de uma forma natural e orgânica para acompanhar a experiência e a jornada de busca e interesse dos consumidores.

Nesta era de conexões que vivemos, ganham impulso as marcas que começarem a pensar sobre como usar suas ações e canais proprietários para criar uma narrativa própria e aplicada nas rotinas, formatos e atividades com as quais seus consumidores interagem, e consomem estas informações.

A marca ainda é o ativo mais valioso de uma empresa, desde que posicione-se com valor e relevância para permanecer, por um longo tempo, na lembrança da audiência a partir das experiências e soluções que entrega.

É difícil criar uma marca, sendo que já existem muitas maneiras testadas, comprovadas, aprovadas e descartadas. E o que se viu, especialmente nestes últimos dois anos, é que o marketing de conteúdo ganhou espaço com o entendimento sobre como consegue contribuir na construção do valor de percepção para as empresas, marcas, produtos e serviços.

Usar conteúdo para desenvolver a identidade digital exige uma profunda compreensão dos públicos de interesse, do negócio e sua oferta, das oportunidades, e da capacidade de organização que conduz a produção e a ativação do conteúdo proprietário.

Desta forma, se a presença digital da marca consegue atender as dúvidas do seu público e, ao mesmo tempo, reduz custos de venda no médio prazo, então é bem provável que a estratégia de conteúdo está bem planejada e executada, e a empresa definitivamente já integrou o mindset digital na sua cultura e modo de operação.

É interessante quando o gestor de uma marca entende o valor do digital e inicia o processo de adesão a este ambiente. As dúvidas que surgem são sobre processos e custos, e há sempre aquela busca por comparar com concorrentes, ou mesmo marcas de outros segmentos, para criar um cenário mais palpável que oriente o entendimento.

Só que esta realidade as vezes também é apavorante, principalmente quando a conversa se expande para redes sociais, vídeos, blogs, podcasts, entre tantas outras formas de onde a presença da marca pode/deve evoluir.

Um caminho para tornar esta conversa mais fluida é mostrar o que é prioritário para a presença digital, e aqui vale identificar, e classificar, quais ações e investimentos são importantes e/ou urgentes.

E o que é importante? Ou o que é urgente?

Assim, importante e urgente sobre conteúdo para a marca - redes sociais, blog, vídeos, podcasts, entre outros -  é tratar de encaminhar, antes de qualquer outra coisa, o planejamento. Isso representa analisar canais, avaliar o que já existe produzido, criar o que falta,  definir metas e cronograma, porque somente desta forma há como se verificar a efetividade do investimento e do valor do conteúdo frente aos resultados alcançados.

#DicaDoDuda Isto é regra: toda validação de postagens precisa monitorar os canais ativados permitindo o cálculo sobre o retorno de engajamento gerado.

A relevância estratégica do conteúdo para a marca nas redes sociais é tema que se discute como, onde, com quem, mas não por que fazer.

O uso das mídias sociais é atualmente a forma mais rentável para atingir os consumidores sem gerar interrupção, e isso tem muita relação com a capacidade de segmentação que um eficiente plano pode identificar e oferecer. A exposição da marca, com informação atraente e relevante consegue conquistar e fidelizar a audiência impactada, proporcionando negócios tanto imediatos como o fortalecimento a médio prazo, quando bem orientados e nutridos, dos relacionamentos com a base de clientes.

É certo que tem tanta rede social hoje que não dá mais para dizer que o ambiente digital está restrito aos millennials. E é certo que o tempo de uso em todas elas só aumenta. De toda forma, o que as pessoas procuram ainda são os mesmos três pilares base da internet: informação, entretenimento e relacionamento. Então, para uma marca existir com coerência nas redes sociais ela deve aproveitar o marketing de conteúdo para atrair, direcionar e converter o seu público, caso contrário, a expectativa que existe no acesso/contato com a marca será perdida. E isso representa uma perda para ambos.

As redes sociais para as marcas são fundamentais para estabelecer o relacionamento, e isso parte da ativação que elas proporcionam sobre o conteúdo postado nos canais proprietários. Ter um plano que integre a distribuição via mídias (sociais) digitais ajuda a atrair e consolidar a percepção de valor da marca. E isso não quer dizer somente estar lá, ter um perfil em todas as redes e pronto. Nananinanão. Tem que fazer bem feito ou lá se vai dinheiro e tempo. E sem esquecer que não ter uma estratégia de mídia social hoje é um desserviço para os motores de busca (Google e similares) para encontrar seus produtos e serviços.

Para fechar, tenho que dizer que conteúdo também gera retenção de clientes, visto que com planejamento e criatividade, as redes sociais ajudam na decisão de recompra dos clientes da própria base. Em resumo, conteúdo é relacionamento, mas acima de tudo, conteúdo tem é que vender. E isso amizadinhas é possível se todas as partes envolvidas estiverem alinhadas para fazer acontecer.

Valpirio Monteiro

Designer, Consultor de Marca e Filósofo da Comunicação

8 a

Excelente Artigo. Preciso, lúcido e coerente. Alinhado com o que também acredito. Até que falte luz ou percamos sinal de WiFi.

Luciane Bemfica

Jornalista, consultora de Marca Pessoal para líderes| | TOPVOICE Thinkers "100 de líderes de pensamento e influenciadores 2024" e TOPVOICE "50 Líderes Globais de Pensamento sobre Marca Pessoal 2024"

8 a

Muito boa análise, Duda. Gostei!

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