O desafio de se manter relevante num mercado cada vez mais acelerado e competitivo
Hoje é meu aniversário, são 40 anos de vida, dos quais 26 foram dedicados ao trabalho. Quando eu falo dedicado, é dedicado de verdade! Como bom capricorniano, tenho uma relação muito forte com o ofício. Comecei com 14 anos de idade, fui office-boy, florista, decorador, balconista, estagiário, diagramador, colunista, criativo, auxiliar, assistente, vendedor, analista, executivo, coordenador, gerente e, aos 39 anos, me vi sem emprego.
No início foi uma loucura, um misto de medo, insegurança e preocupação com as contas… Mas depois, senti que era mais uma oportunidade que a vida me dava para desprender de situações tóxicas que eu vivenciava diariamente e que faziam com que eu me autossabotasse. Muitas vezes ouvi: "você passou dos sete anos de empresa, não pede mais a conta…" como se o fato de permanecer num mesmo empregador desse liberdade para que alguns falassem e fizessem verdadeiras barbaridades com o meu psicológico. "Vamos ver até onde ele aguenta". Isso é muito louco e existe com mais frequência, e mais perto, do que você pode imaginar.
Passado o susto e um tempo de respiro, olhei para minha trajetória e vi tudo o que eu já havia construído, desconstruído, aprendido, desaprendido, vivenciado e não experimentado. Percebi que nesses anos todos nunca deixei de buscar conhecimento, de me adaptar, de procurar entregar o melhor. Muitas vezes eu dizia: "sinto que estou emburrecendo". Quando você tem essa sensação, é o gestor que existe dentro de você dizendo: "cara, aqui não é mais o seu lugar, voa".
Recomendados pelo LinkedIn
Acredito que os gestores têm a responsabilidade de desenvolver talentos ao mesmo passo que têm a responsabilidade moral e ética de se auto desenvolver, em dado momento, talvez a cadeira que ocupam já não seja mais a adequada.
É aí que eu vejo o pulo do gato na relevância profissional. A constância te leva a lugares mais óbvios e a frustração pode ser um deles. Viver a emoção de uma montanha russa te dá uma sensação de prazer e de satisfação que é até difícil de explicar. O fato é que, pelo menos nas minhas experiências, a ruptura sempre foi um impulsionador de carreira. É como se o início da jornada fosse mais "fácil" e o teu crescimento mais acelerado, porque você já vivenciou uma série de situações que te moldam a agir e pensar totalmente fora da caixa. A mudança é um gatilho para a criatividade, certamente algum autor já escreveu isso, mas, será que o mercado percebe as mudanças como algo positivo, ou negativo? A resposta é: depende!
Depende do quão "fora da caixa" é o pensamento de quem tem o poder de abrir portas para você. Lembram do artigo que eu escrevi sobre manter, ou não, experiências tóxicas no currículo, e também do artigo o poder da recomendação. Tudo gira no entorno da interpretação de quem te avalia, de como está o dia da pessoa, ou do quanto você conseguiu se adequar aos parâmetros definidos para dizer que o seu perfil é o ideal. Lá no fim, o que vai importar de verdade é se foram ou não foram com a sua cara. Vai por mim.
Tá, quer dizer então que o que realmente importa é a sorte? Não! O que importa é o movimento, é ele que te faz ser mais ou menos relevante. Afinal, "águas paradas são profundas" mas é só "mar revolto que faz bons marinheiros". Será?
Coordenador | Gerente de Recursos Humanos| RH | DHO | Gestão de Pessoas | HR Business Partner (BP)
1 aAnderson primeiro parabéns, que seja um ciclo cheio de novas oportunidades. E quanto ao artigo trouxe várias reflexões que não ficam apenas na superfície mas são profundas e essenciais dentro de um processo evolutivo. Adoro teus artigos.