Maternidade e Comunicação Interna

Maternidade e Comunicação Interna

Este é um dos artigos mais sensíveis que vou escrever. E um dos mais difíceis, pois foi por meio da minha experiência pessoal que passei a ter um novo olhar sobre o tema da maternidade nas empresas e como a área de comunicação interna pode e deve ter ações efetivas em prol deste assunto. 

Você já ouviu falar do  fenômeno Motherhood Penalty?  Em todo o mundo, mulheres que são mães sofrem com a pouca flexibilização de tempo, desvantagem de remuneração e desqualificação de suas competências impostas pelo mercado de trabalho. A maioria é demitida até seus filhos completarem 2 anos. Eu mesma passei a fazer parte das estatísticas das mulheres que perderam seu emprego antes de seus filhos completarem dois anos de idade.

Minha história não é diferente de muitas das que já ouvimos. Mas meu olhar voltado para a comunicação me fez enxergar alguns pontos sensíveis. 

. conexão com a profissional gestante: existe um programa de incentivo ao pré-natal? Há uma política de flexibilização de horas ou home-office? Agora que se fala em modelo híbrido e que algumas empresas estão retornando, há espaços físicos que proporcionem conforto e qualidade para que a gestante trabalhe? (eu, particularmente, sentia muito enjôo e dores nas pernas, então, ficar sentada por horas era bem complicado)

. comunicação com a profissional que acabou de se tornar mãe: quais momentos sua empresa se comunica com ela neste período? Quais ações de relacionamento e conexão é realizada no período de licença-maternidade? 

. informações básicas para o retorno: qual processo de acolhimento existe para este momento? Qual suporte a empresa dá para a reintegração da profissional e quais ações efetivas a empresa possui para permitir que a amamentação continue, por exemplo? 

E o que a comunicação interna tem a ver com tudo isso? Creio que a área deve ser os olhos, ouvidos, fala e coração dos seus funcionários. Por isso, por mais que este tema possa ser liderado pela equipe de Recursos Humanos ou por uma equipe multidisciplinar, podemos e devemos apoiar as ações deste tema: 

. Se sua empresa tem uma rede social interna, dê voz para as mães, para que elas possam falar sobre seus sentimentos, dificuldades e superação. Uma rede de apoio é fundamental. Cada mulher lida de forma diferente com o momento da gestação, licença-maternidade e retorno.  

. A área de Comunicação Interna, com o apoio de RH e demais áreas de negócio da companhia, pode e deve ser um canal para dar luz ao tema e levá-lo para a pauta executiva. 

. Incentivar a criação de grupos de afinidades faz toda a diferença, com um planejamento de ações e metas para fazer acontecer. Além disso, a divulgação interna deste programa cria consciência, reforça a marca e engaja as pessoas. 

. Assim como a Maternidade, o tema da Paternidade também se faz mais do que necessário nas empresas. Ter tido meu marido ao meu lado, nos seus 20 dias de licença paternidade, foram essenciais no compartilhamento das tarefas, além da criação de todo o vínculo entre paiXfilho(a). 

. Não deixe para tratar os temas apenas nas datas comemorativas, Maternidade e Paternidade devem fazer parte da agenda diária, de forma natural, simples e transparente. Os pais devem se sentir seguros, por exemplo, para levarem seus filhos ao pediatra :), sem se sentirem constrangidos. . 

Trazer nossos filhos para o currículo faz parte da humanização das empresas e faz parte também da comunicação interna! 

Rosiane Felix Arita

Comunicação Interna | Marketing | Marketing Estratégico | Merchandising | Comercial

3 a

Perfeito e emocionante seu texto, quem vivenciou o que é ser mãe em uma empresa que não possui este acolhimento, sabe bem a falta que isso faz. A maternidade é parte do que somos, deveria ter mais espaço para este tema e mães deveriam contar com mais apoio ❤️😍

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