Matriz energética brasileira e as energias renováveis: o que podemos aguardar para os próximos anos
O Brasil começa uma história diferente em 2023, e em muitos aspectos tenho otimismo sobre as propostas e movimentos da federação sobre compromisso com a retomada no protagonismo climático e sobre suporte a negócios para a consolidação da transição energética no Brasil.
O discurso de posse do novo presidente do Brasil me chamou a atenção sobre a visão do potencial produtivo da nossa nação, como participante da linha de frente da economia global e com uma declaração sobre apoio a inovação e fortalecimento a ciência e tecnologia.
Pessoalmente, desejo que isso se desdobre de forma rápida, pois como engenheiro formado por uma universidade pública e com uma breve passagem sobre o meio de pesquisa-acadêmica sei o quão caótico é a vida de quem se dedica ao desenvolvimento científico brasileiro.
Nenhum outro país tem as condições do Brasil para se tornar uma grande potência ambiental, a partir da criatividade da bioeconomia e dos empreendimentos da sócio biodiversidade. Vamos iniciar a transição energética ecológica para uma agropecuária e mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte e uma indústria mais verde. Nossa meta é alcançar o desmatamento zero na Amazônia, a emissão zero de gases de efeito estufa na matriz energética, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas, o Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola.
Transição energética e sustentabilidade
Esses não são assuntos novos ou tão desconhecidos no Brasil. Somos referências em energias renováveis como parte da matriz energética e digo isso com experiência no intercâmbio acadêmico e estágios que pude realizar na Alemanha.
O potencial do Brasil é visto e estudado lá fora, e a ciência desenvolvida aqui reverbera em muitos lugares. O crescimento econômico sustentável ambientalmente e socialmente deve-se levar em conta a cadeia de desenvolvimento de uma energia e a construção dos elementos que a compõe, esses tópicos são articulados nas pesquisas feitas no Brasil analisando a eficiência energética, racionamento de custos de materiais e o impacto financeiro possível no mercado em larga escala.
Falar de energia brasileira e não comentar sobre combustíveis fósseis é quase impossível, e ainda mais difícil desassociar da Petrobras. Nosso presidente Lula também comentar sobre a privatização ocorrida no último governo e da retomada como estatal. Reflito constantemente sobre:
Por que mantemos investimentos e atenção em fontes de energias que tem, em seu processo de aquisição, geração, transmissão e distribuição maneiras não sustentáveis ?
Nas leituras sobre o tema, me encontrei com o artigo publicado no dia no Estadão dia 07/01/23 por Ronaldo Koloszuk presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica - ABSOLAR , esse artigo explora um pouco mais sobre a dualidade entre renováveis e fósseis do discurso presidencial.
11,2% da matriz energética brasileira é solar fotovoltaica (e continuará crescendo)
Dados compartilhados da ANEEL e ABSolar confirmam a relevância e importância da energia solar fotovoltaica no Brasil, hoje temos 73.6% da matriz brasileira de energia considerada renovável, tendo a hidrelétrica, solar fotovoltaica e eólica nas respectivas ordens em porcentagem.
Na esfera política temos a criação da Secretaria Nacional de Transição Energética anunciada pelo novo ministro de Minas e Energia, que ao meu ver, é um sinal de compromisso com a concretização de regulações e institucionalização das energias renováveis para o Brasil.
Os desafios são muitos, e parcerias público-privadas para criação de novos negócios viabilizaram os movimentos para que as energias solar e eólica tomassem boa parte da matriz brasileira. Tenho a confiança de nesse governo, o fomento a inovação do setor de energia brasileiro seja prioridade, visto as declarações iniciais feitas.
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Cooperação é a chave para um futuro mais sustentável
Não podemos e não devemos aguardar que o governo brasileiro seja inteiramente responsável pela inovação, visto a questão continental que estamos inseridos. A cooperação entre estados, empresas públicos e privadas e interesses globais sobre a sustentabilidade indicam que a digitalização do setor elétrico brasileiro deve acontecer nos próximos anos.
Sendo assim, trago a vocês o perfil da GIZ Brasil que é uma empresa federal alemã para cooperação técnica que atua no Brasil na promoção do desenvolvimento sustentável há quase 60 anos.
Existem dois projetos que miram na matriz energética brasileira: E2Brasil voltado para tecnologias de armazenamento de energia por baterias e H2Brasil que tem por objetivo difundir o mercado de hidrogênio verde (H2V) no país como peça fundamental na redução da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e para contribuir para a descarbonização da economia brasileira.
E aqui faz sentido aprofundarmos e entendermos que quando falamos de matriz energética, a pluralidade de novos negócios é imensa e já presente no Brasil:
Tive o privilégio de conhecer mais sobre os projetos na Intersolar 2022 em São Paulo, no qual agradeço Jan Knaack, Carlos Divino e toda a equipe na viabilização do evento: Brasil-Alemanha: Soluções inovadoras para sistemas de armazenamento de energia e hidrogênio verde (H2V) que está disponível online e espaço para o curso Battery Energy Storage Systems (BESS) ministrado por Benjamin Sternkopf , onde puder aprimorar os conhecimentos no segmento de sistemas solares com bateria.
Foi através desse evento que pude compreender mais sobre o hidrogênio verde e ter conhecimentos das pesquisas relacionadas em torno do Brasil, destaco:
Entre outras palavras, o potencial brasileiro para ser líder em energia limpa desde a sua matriz até negócios relacionados ao tema é real e já é pauta de pesquisas nacionais há um bom tempo.
Sobre o tópico de negócios relacionados as energias renováveis, gostaria de trazer um resumo sobre as que mais captram recursos do Energytech Report da Distrito
Considerações finais
Enxergo que a mudança no setor elétrico está sendo influenciada por essas energytechs que, em algum nível, criam a ponte entre infraestrutura tecnológica digital e a infraestrutura de engenharia elétrica.
Dica para 2023: acompanhar as novidades e direcionamentos das energytechs em conjunto com os movimentos políticos, leis, decretos e sanções dos principais orgãos de energia no Brasil: ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), EPE (Empresa de Pesquisa Energética), ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e CNPE (Comitê Nacional de Política Energética).
Analista de Qualidade| Cypress | Takeblip| Testes| Programadora Python Jr
2 aPerfeitooo! Parabéns Isac!!! 👏🏾👏🏾👏🏾
Marketing de Produto | Estratégia Digital | Lançamento de Produtos| Freelancer
2 aMuito bom o artigo até para quem não é da área. Que o desenvolvimento sustentável se torne um projeto político ✊🏾
Desenvolvedor de sistemas | Pleno no Grupo Foxbit
2 aMuito bom, Isac
Muito bom o artigo, Isac!
Ótimo artigo, com bons exemplos práticos. Com todo este crescimento esperado e planejado para o Brasil na área de energia renovável, vamos precisar de profissionais qualificados e que entendam das práticas e métricas ESG. Pois é o futuro.