Meu 1º Dia das Mães: Como a vida está maravilhosa, agora que você faz parte do mundo
Toco Y Me Voy: "Esses são seus filhos? - São" | Créditos: Freepik/ AI

Meu 1º Dia das Mães: Como a vida está maravilhosa, agora que você faz parte do mundo

Bem-vindos e bem-vindas! Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez? Tanto faz. Na verdade, dá para aprender muito passeando pela rotina que você já conhece.

Especialmente dessa vez, vou falar de primeiras vezes: meu primeiro Dia das Mães.

De jeito nenhum quero me apropriar da data - o Dia dos Pais logo chega. No entanto, Dia das Mães vem primeiro no calendário gregoriano e esse é o primeiro deles para a Lô, amor da minha vida e mãe da Teresa - minha filha de 3 meses. E esse texto chega, não só como uma reflexão, mas também em forma de homenagem. Como diria Elton John:

"It may be quite simple, but now that it's done...". 

Nessa altura do campeonato

Créditos: Freepik/ AI

Conhecimento histórico: o Dia das Mães foi decretado no Brasil pelo Getúlio Vargas, na década de 30, mas nasceu nos Estados Unidos, no início do século XX, já com os moldes da data comercial que conhecemos hoje. Os Estados Unidos, no entanto, não foram pioneiros ao oficializar uma data para homenagear as figuras maternas. Os historiadores observam celebrações com o mesmo intuito em sociedades mais antigas, como a Grécia Clássica. Os gregos homenageavam em grandes festivais a deusa Reia, a mãe de todos os deuses.

Fato interessante, que não vejo como coincidência, é que o direito ao voto feminino foi conquistado, no Brasil, no mesmo ano em que foi assinado o decreto para o Dia das Mães. Faz parte do nosso imaginário coletivo: as decisões mais importantes, na média das famílias brasileiras, ficam a cargo das mães. Não vejo como acaso a Lô, a mulher mais inteligente, forte e admirável que eu conheço, ter se tornado mãe da Teresa. 

Desde que Teresa nasceu, eu despertei com mais atenção para a forma como a sociedade atravessa a existência das mulheres. Sou pai de uma menina, casado com uma mulher, que é mãe. Não que antes eu estivesse totalmente alheio às pautas das mulheres, suas conquistas e reivindicações, pelo contrário, sou cercado pelas mais competentes e fortes, principalmente no trabalho. Mas, quando se torna tão pessoal assim, é hora de dissipar a névoa da estrada.

Até então, a neblina não atrapalhava o treino no autódromo. Quando começou a corrida, era a neblina ou eu (e a minha família). 

O sentimento é de uma triste descoberta, escancarada na minha cara há muito tempo, mas que nunca fiz a menor força para enxergar. Meu sentimento, nesse caso às avessas, é parecido com aquele do personagem Ken (do filme “Barbie”), quando sai da Barbilândia e entende como tudo funciona: shitty world, o mundo é regido pelo patriarcado. Essa realidade, que tanto me beneficiou, hoje me ameaça e me desafia, como pai de menina.   

Teresa não estaria aqui, não fosse pela Lô. Tenho uma participação significativa, mas quem nutriu, cuidou, protegeu, formou e cresceu Teresa foi a Lô. Estávamos nós lá, tomando café da manhã em família no domingo, e Lô estava construindo cérebro, rins, pulmões, coração, coluna vertebral, dedos, braços, olhos, dentes, veias, artérias, pele, unha, cabelos - e dividindo uma colherada de Nutella com Teresa. 

Já eu, conversava com a Teresa em meus sonhos. Fui fazer fofoca para a dimensão divina - e o pessoal entendeu o recado. “Cuidado com o que deseja, você pode conseguir”. Meu compromisso com a Teresa e a Lô é esse: cuidar. Escrevi uma carta para a recém-nascida - a expectativa dos pais, atualmente, está muito alta: acabou de chegar ao mundo e eu já coloco a bebê para ler uma carta. Talvez daqui a 4 ou 5 anos ela leia, mas escrever para a Teresa, nesse momento, é um exercício parecido com esse que faço aqui todos os meses: praticar minha capacidade de expressar. 

No caso dela, expressar meu amor, minha felicidade, minhas preocupações, as muitas manias e curiosidades que tornam nossa família tão especial. Teresa nunca vai duvidar, em nenhum dia da sua existência, do quanto foi desejada, do quanto é querida e amada. A carta é privada (ler carta alheia é crime no Brasil, curiosos), mas posso dividir algumas partes aqui. 

Abri para Teresa minha angústia, misturada com tranquilidade, de que nem sempre vamos concordar e nem sempre nossas conversas e decisões serão fáceis. Estabeleci, partindo disso, um combinado em forma de promessa, que pretendo me esforçar ao máximo para cumprir.

“Nosso trato é o seguinte: teremos sempre muito respeito, transparência, cumplicidade e amor. Tudo o que decidirmos será para o seu bem, e você precisará acreditar na experiência dos seus pais durante uma fase da sua vida”.

Mais do que impor regras, dizer o que deve ou não fazer, avaliar os riscos e benefícios de riscar de giz as paredes da casa, eu quero construir com a Teresa a relação de conforto e confiança, para que ela saiba que, independente do que acontecer, ela pode recorrer a mim e à sua mãe. Não haverá relação de medo, haverá respeito. Sabe a diferença?

Medo é um sentimento que nasce de fora para dentro, respeito nasce de dentro para fora. 

A providência divina já me foi muito generosa, agora é comigo e com a Lô. “Lembre-se de que os seus princípios e valores são inegociáveis, independente da recompensa. Nunca abra mão deles”, escrevi para a Teresa. “Respeite suas dores e as suas derrotas, mas depois, as enfrente de forma madura”. Uma carta para uma recém-nascida que poderia ser uma espécie de oração para todos os adultos - todos nós vamos celebrar o Dia das Mães.

Por fim, embora educar uma menina pareça ser o maior desafio da minha vida (vou enfrentar situações e terei conversas sobre uma realidade da qual não terei experiência e tanta propriedade para falar), meu coração fica em paz ao lembrar que temos em casa a Lô, a melhor mãe que a Teresa poderia ter. Certa vez, li um lindo texto de um amigo meu, que dizia que a decisão mais importante da nossa vida é quando decidimos com quem vamos dividi-la. Que golaço, Mau. 

Feliz Dia das Mães, Lô.    

Nós te amamos. 


Halftime Show

Créditos: Freepik/ AI

O tema da playlist da vez é a Chegada da Teresa - é o amor que conforta, que cuida, que dá força, que celebra as mães. A escritora polonesa, Wislawa Szymborska, trouxe para mais perto de nós a força do sentimento do que é ser mãe, no poema “Vietnã”, publicado em 1996, no livro que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Literatura:

Mulher, como você se chama? — Não sei. 
Quando você nasceu, de onde você vem? — Não sei. 
Para que cavou uma toca na terra? — Não sei. 
Desde quando está aqui escondida? — Não sei. 
Por que mordeu o meu dedo anelar? — Não sei. 
Não sabe que não vamos te fazer nenhum mal? — Não sei. 
De que lado você está? — Não sei. 
É a guerra, você tem que escolher. — Não sei. 
Tua aldeia ainda existe? — Não sei. 
Esses são teus filhos? — São.

Para rechear de mais amor seu próximo domingo: Teresa is Coming

Karina Mazza

HR Business Partner/ Coach

7 m

Que lindo Mau, parabéns pela família linda!! Feliz dia das mães, Helô ❤️

Ludmila Lima

Sr. Business Executive - Finance (Financial Services & Fintechs) at Google

7 m

que texto mais lindo, Mau! Teresa é muito sortuda com esses pais ❤️

Vitor Zenaide

Strategic Insights Lead at Google | Matheus's Dad | Fiction Novel Writer

7 m

Lindo texto, Mau! Acho que conheço esse amigo aí que te falou sobre a melhor decisão da vida :) Parabéns pela escolha de vocês! Teresa já nasce com muita sorte de ter tantas referências fortes na vida!

Julia Pinho Pereira de Araújo

Sr Product Manager Suncare and Acne Cleansing and Treatment Vichy | L'Oréal

7 m

Que lindo Mau!! Feliz dia das mães Heloisa Pinho ❤️

Sonia Esteves

Institutional Relations at IPTI-US

7 m

Que lindo Maurício! Lolô e Teresa também tem muita sorte ❤️

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