Meu próprio velório.

“Ele vai para um lugar melhor.”, “Agora descansou.” “Ele estava sofrendo aqui.” Quem lê essas frases pensa estou falando de uma pessoa recém falecida. Só que na verdade isso foi oque as pessoas falavam de mim e de outros que saíram da minha antiga empresa.

Fico pensando no quanto é triste uma empresa onde muitos têm desejo de fazer esse “passamento”. Existem empresas que são referência na sua área de atuação, tem nome e muitos deixam seu emprego atual para iniciar uma carreira nessa empresa. E depois de algum tempo se sentem desmotivados, esgotados, acomodados ou sem aquela energia para trabalhar.

Eu sou uma pessoa que mais do que salário, procuro desafios e trabalhos onde eu possa aprimorar minhas habilidades e aprender mais. Logicamente esse é um cenário utópico, embora eu possa dizer que já trabalhei em ambientes como esse. Mas comparando com um plástico bolha, no começo você tem vários desafios, ou várias bolhas para estourar e isso é muito motivante. Mas você vai vencendo esses desafios e o horizonte parece cada vez mais vazio e você não parece crer que há necessidade de manter aquele sprint inicial, vão se esvaindo as bolhas a estourar.

Oque eu penso é que é muito difícil ajustar o compasso entre o colaborador e a empresa. E quando essa sintonia vai se perdendo os objetivos de um e de outro vão se tornando cada vez mais distantes. A empresa quer aquele colaborador exatamente ali onde ele está e o colaborador vai deixando suas grandes ideias para uma próxima empresa. E só está ali passando o tempo, enviando currículos, sonhando com uma nova oportunidade. Da empresa, mesmo quando existe uma oportunidade de um cargo melhor, ela prefere buscar um novo profissional no mercado do que dar oportunidade a esse colaborador que está lá. Nesse momento ocorre o estado terminal que inevitavelmente leva ao “falecimento” dessa relação empregador/empregado.

Oque se pode fazer para evitar essa doença mortal do organismo corporativo? Embora não seja minha área, acredito que os gestores precisam de mais flexibilidade, eles têm as demandas e objetivos. Mas não necessitam impor o jeito que cada pessoa vai fazer suas tarefas. E eu vejo muito disso, gestores que inclusive impõe oque cada funcionário deve fazer naquele momento do dia, por exemplo das 8 as 9:30 tem uma tarefa, das 9:30 até as 11 outra, e por aí vai. Isso é sufocante e a não ser que tal tarefa demande mesmo que sejam finalizadas em determinado horário, isso acaba sufocando qualquer inovação ou o que o funcionário pode agregar naquela tarefa e ir além da expectativa. Enfim acredito que exista diversas maneiras dessa relação não desgastar. Os gestores e subordinados que precisam alinhar suas demandas para abrir espaço para que esse organismo não seja contaminado. 

“Ocupar-se de viver, ou ocupar-se de morrer"... Essa frase foi dita pelo personagem de Tim Robbins no excelente filme “Um sonho de Liberdade” e isso vale de tudo para nossa vida inclusive no ambiente corporativo. Você pode passar seu tempo esperando, cumprindo sua rotina esperando o fim desse ciclo. Ou pode agir no sentido correr atrás dos seus objetivos seja na sua empresa atual ou projetando uma nova colocação. E se esse fim chegar que você possa citar Timóteo capítulo 4 versículo 7: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.”

Saúde, sucesso e paz para todos. 


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