Meus novos hábitos e minha vida após ter pego Covid-19

Logo que eu ouvi falar sobre o Coronavírus eu juro que achei que era algo que iria passar em breve e que talvez não chegasse a ter a intensidade e o impacto que hoje estamos vendo no nosso país. Sempre fui positiva, ao ponto de acreditar que certas coisas não me afetariam nunca, e talvez em alguns momentos isso foi bom e em outros fui taxada de teimosa.

Por ironia do destino, eu fui viajar com umas amigas antes mesmo do início do isolamento social, e após 3 dias do meu retorno comecei a sentir mal estar, febre, dor no corpo, dentre outros sintomas. Fui ao médico em uma época que não tinha mais testes nem mesmo no particular a disposição, até porque no início da doença o Brasil não tinha muitos testes disponíveis e não estava preparado para a doença, portanto me mandaram voltar para casa e não tomar nenhum medicamento sem ser paracetamol. Passaram os dias e os sintomas pioraram – Dor no corpo, falta de ar mais forte na parte da noite e muita febre. Mas eu juro, não me rendi! Eu segui trabalhando, segui cozinhando e segui arrumando a casa.

Esse período em que eu fiz isolamento total me serviu para muitas coisas, o que vou focar aqui neste artigo, será nos meus novos hábitos. Há algum tempo eu estava distante da minha fé, acabei recuperando, orei pela minha saúde, orei pela saúde de todas as pessoas que amo e por todos que estavam enfrentando algum tipo de doença. Além disso eu comecei a meditar, e também fiz algo que nunca tinha experimentado: logo que eu acordava a minha primeira tarefa era arrumar minha cama, antes mesmo de checar o celular.

Parecem coisas triviais, mas hoje posso ver o quanto modificou minha rotina ter iniciado o meu novo ciclo pós Covid-19 com novos costumes.

Depois de 16 dias isolada me senti melhor, e com muito cuidado pude ir ao mercado comprar as minhas próprias coisas (antes minha mãe estava indo ao supermercado para mim e deixando as compras na porta da minha casa para que eu não tivesse contato com ela), comecei a me exercitar dento de casa e continuei tendo fé, meditando e arrumando minha cama dia após dias.

Mesmo que tenha sido como se fosse uma gripe mais forte, eu vi a importância de ser grata a nossa saúde e o quanto a vida social mudou após todo esse período. Alguns amigos que eu tinha proximidade acabei me afastando e ficando apenas com poucos e semelhantes a mim, outros eu acabei me reaproximando, retomei a proximidade com a minha mãe e também me reconectei a ela, enxergando a importância de ter momentos apenas meus com ela, utilizando muito menos celular e valorizando aquele espaço de tempo reservado por nós e para nós.

Lembro que assim que foi liberado o primeiro dia da academia eu retomei as atividades físicas, foi sofrido porque estava mais fraca e tive que me adaptar ao uso da máscara durante o treino (sigo até hoje nessa adaptação), mas fiquei grata porque eu podia finalmente me exercitar com qualidade.

Além disso, acabamos decidindo (eu e meus sócios) que não teríamos mais uma sede na empresa, que o home office passou a ser mais produtivo do que nos deslocar até a nossa sala comercial. O que acarretou em mais uma mudança nos meus hábitos: Meu escritório agora passou a ser minha própria casa todos os dias.

Os happy hours foram substitutidos por estudos EAD, leituras de livros e confesso que alguns dias por séries no Netflix. Minha rotina eu escrevi em uma folha de caderno, pensando que mesmo em casa eu teria que ter algo mais regrado para não perder o equilíbrio entre tarefas do lar, trabalho e lazer. Aprendi que conexões humanas são extremamente importante, e que a distância ou o isolamento não rompe aquilo que é forte.

Hoje, no dia 27.05 as 23:11 p.m eu vejo o quanto tudo isso foi marcante e será ainda mais. Digo isso porque não serão para os próximos meses que quero manter meus novos hábitos, serão nos próximos anos! Claro que sempre me adaptando as circunstâncias do momento em que estamos vivendo.

Não adianta planejarmos tudo e acharmos que o plano sempre vai dar certo se existem situações que fogem do nosso controle, e não estou aqui dizendo que não é para planejar mais nada. O que quero dizer é que temos que ter resiliência para se adaptar as distintas situações, disrupção para contornar o momento e se reinventar, e também muita persistência naquilo que sabemos que será benéfico para nós mesmos para que sigamos disciplinados.

O equilíbrio não é e nunca será estático, e sim fluido, por isso desejo que tenhamos equilíbrio em todas as áreas da nossa vida. Que ela seja fluída ao ponto de sabermos nos adaptar aquilo que não podemos prever e que seguimos nos esforçando para prever aquilo que teremos que nos adaptar.