A "Microeconomia de bairro"

Estar em processo de recolocação te faz pensar muito - e em várias coisas - principalmente aquelas que envolvem de alguma forma aspectos financeiros.

Semanas atrás eu caminhava ruma a barbearia, pois teria uma entrevista e queria estar com uma aparência melhor. No trajeto pensei nas minhas reservas financeiras e em como eu teria que cortar vários gastos, como por exemplo:

1. diarista, a cada quinze dias;
2. barbeiro, mensalmente;
3. podóloga, também uma vez ao mês;
4. shiatsu, que usualmente faço uma vez ao mês.

Ao cortar tudo isso, o impacto gerado não ocorre apenas na minha vida, mas na vida (e na família) de muita gente: diarista, que terá que buscar uma nova casa para limpar; barbeiro, que precisará repor o cliente perdido; podóloga, que se não encontrar um novo cliente fiel terá sua renda reduzida; fisioterapeuta do shiatsu, similar aos outros.

Essa situação me fez pensar na existência de uma "microeconomia de bairro", que até então eu não me dava conta que existia. Além dos casos que mencionei, podem entrar na lista a padaria, o barzinho da esquina, o mercadinho, a farmácia, todos os estabelecimentos que dependem quase que exclusivamente de quem mora no bairro. Em alguns casos um cliente a menos não representa tanta perda, mas em outros pode significar a saúde financeira do negócio.

O contrário também é válido. No momento que a recolocação acontecer, a pessoa que atualmente mais perde com a minha falta de renda será a que mais vai ganhar: a diarista, que vinha a cada 15 dias, poderá passar a vir semanalmente - dobrando seus rendimentos comigo.

Na sequência tem o barbeiro, que hoje vou uma vez por mês e poderei ir quinzenalmente, e por aí vai...

E você, já pensou no impacto que exerce no comércio do seu bairro?