Milly Greenheart e a Feira de Ciências.

Milly Greenheart e a Feira de Ciências.

Milly Greenheart, uma jovem curiosa e indagadora que só, moradora de uma bela e ensolarada cidade brasileira, se encontrava com um dilema: estava chegando a época da feira de Ciências da Escola e por isso procurava um caso inovador e interessante para mostrar.

Filha de Janis Greenheart, sua mãe professora, uma bióloga inglesa erradicada no Brasil desde a ECO92, quando veio participar de um dos painéis. Após o evento, ela permaneceu um pouco mais para conhecer o Brasil e acabou se apaixonando pelo clima, as belas praias, paisagens e por um belo e simpático moreno brasileiro, com o qual se casou e teve a sua filha, protagonista da nossa história.

Janis, consciente e engajada, sempre separa o lixo doméstico, pois acha importante a separação, no momento da geração do mesmo, porém sem muita frescura, em parte seca, reciclável e os rejeitos. Mas para o material orgânico da cozinha, ela usa um recipiente separado e manda para uma startup que faz compostagem, a qual produz compostos fertilizantes a partir deles. 

Numa bela manhã, Milly ajudava a sua mãe com os afazeres domésticos e a pedido dela, teve que esvaziar o baldinho da pia da cozinha, pois o mesmo já estava cheio. Mas ao retirar a sacola do recipiente, percebeu que a mesma estava muito quente. Milly ficou intrigada e surpresa, então comentou com a sua mãe a sua percepção:

  • Mãe, veja como esse lixo está quente. Disse ela.
  • Faz parte do processo de decomposição do material orgânico. São reações termoquímicas que acontecem com a decomposição do resíduo alimentar. Respondeu Janis.
  • Nossa que interessante! Como assim? Perguntou a jovem surpresa.
  • A decomposição de matéria orgânica é um processo natural e complexo, realizado por microrganismos, como fungos e bactérias que são chamados de decompositores, causando a sua fermentação e fazendo com que o recipiente se aqueça, liberando além do calor o metano (CH4), um gás tóxico incolor e inodoro, que contribui para o aumento do efeito estufa no planeta. Explicou a mãe.
  • Caramba, então temos uma mini usina termoquímica na nossa cozinha. Sensacional! Exclamou a futura cientista.
  • É por aí, minha filha. É assim que funciona mesmo. As bactérias e fungos ao se alimentarem, realizam a biodigestão, produzindo o biogás e também esse calor que você sentiu ao tocar a embalagem.

Milly parou e tocou novamente o pote de lixo que continha o material. Estava realmente quente. Em seguida avaliou e refletiu sobre os efeitos de uma grande quantidade de resíduos orgânicos, ao serem despejados em recipientes fechados, como são no caso, despejados em buracos no chão. O que se espera disso, senão o aquecimento do subsolo e da crosta terrestre, além da emissão do gás que provoca o efeito estufa? Espantada e triste ela concluiu e falou:

  • Meu Deus, mãe! Por um lado, isso é muito legal, mas se pensarmos que grande parte do lixo produzido na terra é enviado para os aterros, imagino eu, que isso pode ser a causa do aquecimento global. Agora eu já sei qual será o tema do meu trabalho para a feira de Ciências.

Milly estava muito feliz pela descoberta, mas ficou bastante preocupada também. Por fim, agradeceu a Janis.

  • Obrigada mamãe! Ao te ajudar com o lixo, ele e a senhora me ajudaram a descobrir o tema do meu trabalho escolar. Espero dessa forma poder conscientizar as pessoas também, de que precisamos parar de enterrar lixo e descobrir outras maneiras de consumi-lo e aproveitá-lo, pois não existe fora!

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