A minha palavra para 2024 é coragem. Qual é a sua?

A decisão de empreender no início de 2023, para mim, foi uma decisão de coragem: me desconectar de uma empresa onde eu adorava trabalhar e era feliz, tinha flexibilidade e a melhor gestão de todas as empresas por onde passei. Sim, eu era feliz no trabalho. E mesmo assim, algo lá, no fundo, constantemente me lembrava que nos últimos anos eu vinha passando por momentos muito difíceis onde a minha saúde mental não andava nada bem. A física, idem.

Eu tinha muita clareza de que não era o trabalho em si que provocava isso em mim. Mas coisas que eu tinha no coração e na alma de fazer e não tinha coragem, pois afetaria muitas outras. Eu teria que explicar, por exemplo, porque deixar uma empresa que eu gostava tanto. E fui questionada por isso várias vezes quando tomei a decisão.

Eu queria ter tempo, queria minha liberdade. Mas sempre fui condicionada desde criança a ter salário, estabilidade e previsibilidade. E por isso vivia 24 horas em um profundo conflito.

Com muito frio na barriga, eu decidi ser dona do meu tempo.

Rico é quem é dono do seu tempo.

Escutei isso em um vídeo, dito pelo apresentador Luciano Huck. Fiquei uma semana com essa frase martelando na minha cabeça, passei todos os dias que se seguiram pensando nisso.

Me lembrei de tudo aquilo que eu sempre quis fazer uma vida toda e não tinha feito. Das pequenas coisas que agora eu posso simplesmente fazer, como cuidar do jardim no meio da semana, arrumar meu próprio armário, cuidar da minha casa, tomar um lanche com o meu filho ou ir à academia no meio da tarde. Eu posso organizar a minha agenda, trabalhar muito vários dias seguidos e ir para a praia na sexta-feira.

Eu trabalho a noite, aos sábados e domingos sempre que eu preciso. Em novembro e dezembro trabalhei madrugada adentro. Mas foi a minha decisão.

Isso faz com que eu me sinta a pessoa mais rica do mundo. Eu finalmente posso e consigo decidir o que fazer com o meu tempo e sempre sonhei com isso.

A coragem te liberta.

A falta de coragem nunca foi o meu problema; eu nunca tive dificuldades em tomar decisões difíceis. Mas romper com tudo, ao que fui condicionada desde muito pequena, foi a coisa mais difícil que eu já fiz.

O processo foi difícil. Mas, desde que a maternidade chegou na minha vida, muitas coisas nasceram com ela e gritavam em mim, por mais que eu não quisesse escutar. E isso me fez adoecer. Contrariar meus desejos, sonhos e as mudanças que eu queria para a minha vida, fez com que eu me perdesse pelo caminho e nem me reconhecesse mais.

A coragem nos liberta. Passar pelo processo de ressignificar um estilo de vida, comportamentos, crenças e lidar com opiniões alheias enquanto vive esse momento é incrível e muito libertador. Eu me reencontrei, encontrei meu equilíbrio, minha alegria e sentido em cada coisa que eu faço. Hoje me sinto completamente em paz e feliz.

Eu continuo vivendo em 2024 com muita coragem; coragem de dizer não para situações que parecem muito tentadoras, mas que vão na contramão do que pedem o meu coração e a minha alma. E que, no longo prazo, me trarão desequilíbrio.

Mensagem para você.

Então, se você está passando por um momento assim, tem se questionado, refletido sobre a sua jornada e suas escolhas, preciso te dizer: escute o seu coração, preste bem atenção ao que ele lhe diz. Muitas vezes nós adoecemos simplesmente por não nos ouvir, por não fazer aquilo que o corpo pede, ou que a alma está gritando. Pode ser uma mudança de rotina, de trabalho, uma situação pessoal, um relacionamento que você precisa repensar e ajustar.

E não se preocupe nunca com o dinheiro, não deixe que ele seja o único fator de decisão. Quando você está bem e feliz, o dinheiro vem, naturalmente.

Esse é um simples relato para inspirar outras pessoas a abraçarem suas próprias jornadas com coragem.

Ainda há um ano novinho pela frente. Mude, se for preciso, sempre. A coragem te liberta.

As fotos são um registro do passeio que fiz com meu filho e sobrinhos no último dia de férias escolares. Uma sexta-feira à tarde.