MINHA QUARTA CARTA PARA LÍDERES TEMA: PERSISTÊNCIA

Caros (as) líderes! 

Uma das grandes características que podemos encontrar em um(a) líder é a sua capacidade de persistir. Talvez seja oportuno, no início dessa minha quarta carta, esclarecer que existe uma grande diferença entre persistir e insistir, sendo que alguém persistente busca realizar algo ou atingir determinado objetivo, se necessário for, alterando a sua forma de agir(o como); enquanto alguém insistente, mesmo tendo a mesma intenção de realizar algo ou atingir determinado objetivo, não altera a sua forma de agir e insiste na obtenção de resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Melhor persistir, não é verdade?

PERSISTÊNCIA NA COERÊNCIA

Se você já teve contato com a “Filosofia de Gestão” criada pelo meu amigo Márcio Fernandes, vai se lembrar de ter visto, em determinado momento, essa expressão: “Persistência na Coerência”. Mas, o que isso significa, na verdade? Isso deve nos lembrar que devemos persistir quando estivermos convictos(as) de que nossas ações são coerentes com os nossos valores.  

Pode ser que tenhamos que persistir fazendo o que ninguém tem ou teve coragem de fazer porque simplesmente têm “seguido a boiada”. Quantas vezes ficamos inconformados(as) com coisas que vemos e, ao invés de fazer algo para mudar, resolvemos apenas reclamar e deixar as coisas como estão? Isso acontece porque dá trabalho mudar, principalmente quando quase todos estão conformados(as) com o que está sendo feito. Essa mudança é exigente e vai nos desafiar a sermos persistentes.

VALE A PENA PERSISTIR?

Quantas histórias, caro(a) líder, você deve conhecer sobre algo que tem um “final feliz”? Não estou falando de estórias contadas em filmes, novelas ou coisas do gênero. Estou falando da vida real, onde existem sonhos que são conquistados com muita dedicação, esforço, trabalho duro, mas, acima de tudo, com muita persistência. Eu sei que tem muita gente que desiste diante da primeira dificuldade e que não tolera decepções ao longo do caminho. E, justamente, por não serem resilientes, chegam ao fim da vida sem terem conquistado grandes coisas. Isso é triste e não recomendável, pois o simples fato de ser persistente pode mudar toda uma vida. Vale a pena, sim!

QUAL É O LIMITE DA PERSISTÊNCIA?

Essa é uma pergunta bastante difícil de responder. Podemos até pensar que a persistência não tem limites, mas talvez não seja bem isso, pois ela pode se transformar em teimosia. Eu penso que, enquanto há coerência naquilo que desejamos, com boas doses de bom senso, devemos persistir sem medo. A partir do momento em que os nossos desejos deixarem de ser coerentes, talvez aí tenhamos que repensar nossas atitudes e colocar um limite em nossa persistência.  

Não devemos nos esquecer que a persistência existe somente quando se tem objetivos que queremos alcançar. Se esses objetivos deixarem de fazer parte de nossas vidas ou, se já os atingimos, então podemos considerar fim de linha para a nossa persistência. 

O APRIMORAMENTO QUE VEM DA PERSISTÊNCIA

Eu dizia no início dessa carta que, uma pessoa persistente, quando é necessário, muda o jeito de fazer as coisas para atingir os seus objetivos. Essa flexibilidade é muito importante e, digamos, necessária para obter grandes realizações. E é justamente por encontrar percalços na caminhada, que nos tornamos mais fortes e isso nos ajuda a vencermos cada dificuldade que temos pela frente. Dessa maneira, ficamos melhores, ou seja, encontramos caminhos alternativos, nos preparamos e nos capacitamos e, acima de tudo, vamos nos aprimorando.

Quando desistimos facilmente de atingir os nossos objetivos, estamos deixando de lado a nossa capacidade de aprimoramento. E, convenhamos, passar por essa vida sem essa consciência de que podemos aprender muitas coisas a cada dia, é, no mínimo, um incentivo a ter uma vida medíocre. Com tantas situações que mudam constantemente, precisamos nos adaptar às novas realidades e isso nos desafia.  

A persistência tem esse poder de nos ajudar a superar os nossos desafios e a “quebrar” limitações que muitas vezes nós mesmos criamos para nós. Quando temos objetivos claros e acreditamos em nossos potenciais, a chance de conseguirmos êxito é muito maior se formos persistentes. Experimente para ver! 

VOCÊ AINDA NÃO É PERSISTENTE? 

 Se você “joga no time” daqueles(as) que desistem facilmente dos seus sonhos, saiba que é possível desenvolver a persistência. Antes de mais nada, você vai precisar entender bem quais são as suas expectativas para que elas não sejam exageradas, principalmente, para que não sejam inalcançáveis. Se errar nesse item, poderá se decepcionar de maneira “injusta”. Esse, portanto, é o primeiro cuidado que deve ter para a realização dos seus sonhos. Tudo é possível, mas nem tudo. Entendeu? Esse “tudo” deve ser algo lógico, atingível e dependente das nossas ações, senão, torna-se difícil ou, impossível de realizá-lo.

Preciso acrescentar mais um ingrediente indispensável para o desenvolvimento da persistência: o propósito. Isso mesmo, quando temos um motivo forte, que tenha um real sentido para nós, fica muito mais fácil persistir na caminhada, mesmo que ela seja difícil. Eu sei que quando falamos de propósito, isso pode trazer muitas dúvidas porque nem sempre temos isso claro em nossas vidas. Eu penso que não precisamos sofrer por conta disso, porque essa clareza que é tão importante, virá com naturalidade à medida que vamos fazendo as coisas e sentindo em nossas ações, um gostinho diferente, uma sensação boa, algo quase inexplicável. Quando isso acontece, não podemos ter dúvidas de que devemos persistir, pois esse deve ser o caminho que vai nos levar à muitas conquistas. 

FALANDO EM CAMINHOS

E, por falar em caminhos, gosto muito de uma frase que li e que quero compartilhar com você, caro(a) líder. “O Homem superior é persistente no caminho verdadeiro e não só persistente”. Essa frase é atribuída ao filósofo chinês, Confucio. Vejam que profundidade! Persistir é muito bom, desde que estejamos no caminho verdadeiro, ou seja, no caminho certo. De que adianta persistir no erro? Você já deve ter ouvido isso também: “Errar é humano; persistir no erro, não”. Então, a persistência só é uma “virtude” quando ela tem qualidade. 

Por isso, é fundamental que conheçamos bem o caminho que iremos percorrer e, além disso, termos a consciência de que ele é o caminho certo. Se percebermos que estamos no caminho errado, não precisamos ter medo nem vergonha de ajustar a rota. Aliás, isso será necessário para que a persistência faça sentido; caso contrário, como mencionei no início dessa carta, será insistência e nos levará a obter resultados que não queremos.

FINALIZANDO

Muito bem, estou concluindo mais uma carta, onde abordei o tema “persistência”. Se você, líder, quer obter êxito em sua vida, seja em qualquer setor dela, não pode desistir facilmente diante da primeira dificuldade. Saiba que o fracasso é uma parte natural do caminho para se obter êxito e, esse mesmo êxito é proporcional ao nível de persistência empregado na caminhada.

Dizem que as pessoas têm sorte porque são persistentes. E isso é a mais pura verdade! 

Fico por aqui e nos “vemos” na próxima carta, onde abordarei o tema “vulnerabilidade”. Não é porque você é um(a) líder que não tem lá os seus pontos fracos, não erra, não tem seus medos...mas essa conversa vamos deixar para depois. 

Até breve!

CONTRIBUIÇÃO DO JOÃO FONTÃO

Vale a pena ler essa contribuição do João Fontão, meu colega de trabalho lá na Thutor, a quem admiro pela sua inteligência e a quem agradeço publicamente por me dar um “feedback” desse meu texto:

“Grande Marcão! Deliciosa leitura, parabéns por mais essa “aula” sutil e inspiradora. Apenas contando a mesma história com outras palavras, digo para quem posso que o ideal é lutarmos por causas e não por consequências (pois elas naturalmente virão). A sutileza dessas palavrinhas pode nos auxiliar ao escolhermos por onde talvez seja mais proveitoso persistir. Causas verdadeiras precisam gerar resultados relevantes e profundos e aí fica fácil ver que: alimentar o ego, ganhar dinheiro, etc, podem até serem necessidades importantes, mas são apenas consequências...”