Minuto Digital - O maior erro das OKR

Minuto Digital - O maior erro das OKR

Ahhh, as OKR... vamos falar sobre elas. Ou melhor, sobre o maior erro delas!

Primeiramente, pode ser que algumas pessoas ainda não sabem o que é OKR e do que se trata. Neste parágrafo vou falar e explicar sobre, se você já sabe pode pular para o próximo parágrafo. Então, OKR é uma sigla para Objectives and Key-Results, na prática, é um modelo de Gestão Estratégica, inspirado e evoluído a partir do MBO (Management by Objectives) de Peter Drucker desde a década de 50. Já na década de 70, Andrew Grove trabalhava na Intel quando trouxe uma abordagem mais próxima do que temos hoje sobre OKR. E já entrando na década de 80, John Doerr trouxe pela primeira vez o termo OKR e vamos trabalhando nisto desde então. A estrutura de um único OKR é composta de um objetivo qualitativo com alguns resultados-chave quantitativos. Ou seja, o OBJETIVO é um desejo de alcance, e OS RESULTADOS-CHAVE são indicadores e números coerentes para o avanço ou a realização daquele objetivo relacionado. A principal regra é que todo KR precisa ter obrigatoriamente um número medido e um número alvo que está relacionado ao Objetivo proposto naquele OKR. Então 1 OBJETIVO pode ter N RESULTADOS-CHAVE (a gente descobre que é praticável entre 2 a 5 Resultados-Chave para cada Objetivo). Essa é a estrutura de um OKR. Então se dá um Objetivo estratégico e qualitativo, para que se possa trabalhar em Resultados-Chave operacionais e quantitativos. Já que falamos disso, bora falar do problema!

Agora que você já sabe como um OKR é, posso listar mil problemas aqui estruturais. Quer ver alguns exemplos? Olha só e veja se no seu caso é assim:

  • O Objetivo é um número. Dependendo do contexto, até permissível, mas o ideal seria o Objetivo ser um status quo desejado. Um lugar onde se pretende estar ou chegar. Um alcance qualitativo. A pergunta que ajuda a trocar o número e colocar o desejo é o famoso "Por quê?". Exemplo: "Por que o Objetivo é faturar 65 milhões? O que vamos fazer com esse número?". A resposta quando bem embasada, revela o desejo por trás do faturamento.
  • O Resultado-Chave não tem um número. Erro clássico! Acontece muito inclusive. Se não tem um número, seja ele percentual, temporal, numeral, financeiro, não importa... se não tem um número, isso não pode ser chamado de Resultado-Chave e por isso nunca será de fato um OKR. A pergunta que ajuda a revelar os números é: "Para alcançar esse objetivo, qual o trabalho vamos fazer no dia-a-dia? E neste trabalho que estamos fazendo ou vamos fazer, qual nossa produtividade? Qual nosso resultado? Como medimos o avanço do nosso trabalho? Como calculamos se o que estamos fazendo está dando certo ou errado?". A resposta costuma ajuda a definir os números desafiadores para alcançar e realizar o Objetivo estratégico.

Então tá, Cheab, fiz aqui um lindo e nobre Objetivo qualitativo e estratégico, criei nele 5 Resultados-Chave quantitativos e operacionais, temos os números, temos até um aplicativo que administra e registra isso. Deu certo?

Ainda não!

E esse é o tema principal desse post semanal. OKR precisam de um CHAMPION! Sem um CHAMPION, provavelmente a empresa destruirá todo o esforço estratégico para trabalhar com as OKR. A saber, o nome Champion eu aprendi com o mestre OKR Thomaz Ribas, e faz todo sentido nomear um representante ou responsável por cada Resultado-Chave. E o que um Champion faz? Dentro de uma periodicidade coerente e próxima, o Champion precisa acompanhar, registrar, servir, sensibilizar e criar meios para que CADA Resultado-Chave tenha a rédia mais curta. Recalculando o avanço do trabalho feito até o dia atual e registrando se o avanço está dentro da expectativa para completar o KR. Afrouxar o acompanhamento, esquecer de fazer essa etapa, ou até mesmo colocar uma periodicidade mensal quando deveria ser semanal, isso faz o Resultado-Chave naturalmente se perder, se desinteressar, sair pela tangente, e a empresa gastar esforço e energia, além de tempo e dinheiro, naquilo que não é Objetivo estratégico que outrora foi combinado.

Não negligencie isso. Pode acontecer de você realizar uma linda reunião de OKR hoje, e semana que vem NINGUÉM está trabalhando pensando nela se não houver um Champion, e que ele acompanhe e registre se todos os números dos Resultados-Chave estão sendo trabalhados em prol da sua realização.

Depois de anos trabalhando com OKR, na minha leitura esse é o principal erro. O maior entre tantos. Não adianta ter um software lindo de gestão de OKR, fazer algumas reuniões e desenhar perfeitamente um Objetivo e seus respectivos Resultados-Chave, não adianta trazer investimento e contratar pessoas para o fim. O maior erro é não acompanhar! De preferência semanalmente!!!

O modelo de gestão estratégica com OKR permite e propicia grandes avanços organizacionais e estratégicos, dá voz aos envolvidos e torna o trabalho mais desafiador, saindo de uma mesmice de comando-controle para uma arena onde seu foco e a estratégia da empresa estão em harmonia. O ganho que se tem é incalculável. A Google utiliza este método praticamente desde sua fundação. Tinha 20 colaboradores e já usava OKR, hoje tem 60 mil colaboradores e continua usando OKR. A empresa é pequena, a empresa é grande, a empresa é A, a empresa é B, não importa. Todos temos desafios para alcançar! Por isso os Objetivos bem claros e Resultados-Chave bem medidos e acompanhados tem um fortíssimo potencial de crescimento e retorno positivo de todo o ecossistema organizacional.

Não cometa esse erro. Acompanha seu OKR!

Maria Viana II

Representante de desenvolvimento de vendas na Novatics

2 a

João, obrigada por compartilhar!

Rebeca Pacheco

OKR Specialist | Planejamento Estratégico | Agilidade de Negócios | Consultoria

2 a

Costumo chamar essa disfunção de resolução de ano começa com gás e no terceiro mês ninguém lembra mais que existe 😰 Parece simples, mas é um baita desafio. Ótimo texto!

Thomaz Ribas

Liderança e Business Agility, Especialista em OKR | Fundador @thomazribas.com | Autor | Palestrante

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Gratidão pela menção, João Cheab !!

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