Mito do Insubstituível
A pergunta que cabe aqui é: O que é ser insubstituível?
Ser insubstituível como o próprio nome já diz, é aquele que não pode ser trocado ou substituído por outro. Se pararmos para pensar em nossa carreira, nossas habilidades e desempenho dentro de uma empresa e até mesmo na vida pessoal, nós ao mesmo tempo que somos insubstituíveis, também somos substituíveis, o como isso se dá?
Deixa-me começar pelo óbvio e que de certa forma você já pensou ao ler o tópico acima, você é sim insubstituível, pois tem qualidades e habilidades únicas, que fazem de você um ser humano completamente diferente dos demais, assim como cada um de nós. Existem alguns aspectos que são tão nossos que mesmo que sejamos muito parecidos com nosso pai, mãe ou irmão, encontraremos traços que nos dão a nossa identidade, e se começarmos por aí já veremos uma infinidade de diferenças que vão desde nossa formação no útero de nossas mães, somos tão complexos e diferentes, que muitas vezes é até difícil encontrar compatibilidade genética em casos que necessitam doações de órgãos, medula, etc., assim também é em nossa carreira profissional, podemos ter cursado o mesmo curso de graduação na mesma universidade que alguns de nossos colegas de trabalho, e nem por isso teremos as mesmas facilidades que eles em determinados assuntos. Por isso, sim, somos insubstituíveis!!
Mas se somos insubstituíveis, quando deixamos de sê-lo? E é nesse ponto que nossa visão acaba ficando desfocada, ou seja, não conseguimos enxergar aquilo que está a olhos vistos na maioria das vezes. Embora tenhamos alguns talentos que nos diferenciam dos demais, chega um momento na vida pessoal ou profissional que somos substituídos por outro, e aí nossa autoestima cai por terra, pois nos sentimos apenas uma peça, uma engrenagem que foi descartada da máquina, mas você já parou para pensar porque isso acontece? Será que isso ocorre assim da noite par ao dia? Existe uma frase simples, mas de uma profundidade enorme, e gostaria de te convidar a refletir sobre ela: “O importante não é saber conquistar, mas sim saber manter.”
Quantos bem materiais não se perderam pelo desgaste do tempo e pela falta de manutenção? Quantos relacionamentos não se perderam, porque entraram na “rotina”? Quantos empregos foram perdidos porque não estávamos mais rendendo, ou melhor, nossa entrega já não era suficiente?
Esses são apenas alguns questionamentos, embora existam tantos outros, mas já serve para uma boa reflexão do assunto, mas quero apenas me aprofundar na questão profissional, pois é aqui nosso ponto de interesse. Se fizermos uma analogia com a vida pessoal, afim de continuarmos sendo insubstituíveis aos olhos da empresa, devemos nos manter “atraentes” o tempo todo para nossos diretores, se formos empreendedores também, temos que nos manter atraentes para os nossos clientes, em ambos os casos devemos nos preocupar com a nossa entrega, se estamos gerando valor para aqueles que nos contratam.
Na tentativa de manter seus colaboradores sempre atentos aos seus resultados e suas entregas, algumas empresas adotam o sistema de avaliação de desempenho, seja através de feedback com devolutivas presenciais, ou através de métricas de desempenho, e cada uma adota então maneira de incentivar o colaborador para que este continue apresentando bons resultados, ou se for o caso melhore sua entrega. Mas e no caso das empresas que não tem este mecanismo de acompanhamento e devolutiva? Neste caso a empresa pode não ter um mecanismo oficial, mas com certeza tem à sua maneira um método de “dizer” nas entrelinhas ao colaborador que este não está cumprindo bem suas tarefas, um antigo diretor que tive costumava dizer que nem sempre a falta de parabéns não queria dizer que as coisas não estavam certas. Um erro comum dos colaboradores é não se atentar para os sinais que são dados pelo seu líder de as coisas estão ou não indo bem, é certo que a comunicação direta é mais assertiva, mas e naqueles casos que não temos isso, aqui eu sugiro que a cada 06 meses você sente com seu líder e tenha uma conversa com ele para saber de como as coisas estão caminhando, seja objetivo, direto, mas fale com tranquilidade, assim você terá sempre um norte a seguir, e não será pego de surpresa caso algo venha acontecer, mas uma coisa eu garanto, por mais que um empresa não tenha um sistema de avaliação formal, quando você não estiver fazendo ou entregando suas tarefas da forma que deveria você será sinalizado.
Mas e você? Como você pode fugir da armadilha de se achar sempre tão bem que não precise melhorar? Já parou para pensar nisso? Muitos dos meus coachees, quando estão em conflito com a empresa e chegam com a queixa de não serem reconhecidos, ou terem sido injustiçados pois não tiveram o reconhecimento que “mereciam”, ao refletirem sobre algumas atitudes descobrem que são tão responsáveis por isso como seus líderes, e chegam nesta conclusão através de alguns questionamentos que que vou compartilhar aqui com você. Vamos praticar?
Neste exercício, como em todos os outros busque ser o mais sincero e objetivo possível, lembre-se não existe certo ou errado, mas quanto mais honesto com você mesmo você for, maiores serão os resultados.
1) Como você era na empresa nos seus 06 primeiros meses de trabalhos?
2) Qual era o seu nível de entrega neste período?
3) Como você agia/relacionava com seus colegas e líderes?
4) Qual o sentimento que você se sentia ao sair para trabalhar todos os dias nos primeiros meses de empresa?
5) Com você é hoje?
6) Como você se relaciona atualmente com seus colegas e líderes?
7) Qual seu nível de entrega hoje? O que você melhorou nesse período?
8) Com você se sente ao sair para trabalhar todos os dias? Quais os sentimentos que você tem ao se direcionar ao trabalho?
“Você é insubstituível, mas ninguém é insuperável.
Nem você, nem eu!” – Li Azevedo