Morre Sigmaringa Seixas, o advogado dos estudantes.
Em 1977 a UnB viveu momentos tensos. Uma greve levou o então reitor José Carlos Azevedo a intervir, com apoio de tropas militares, no Campus.
Saia da UnB, em meu “possante” fusca azul diamante 73, quando cruzei com o comboio militar. Tentei retornar para avisar aos colegas mas já não era possível. Todas as entradas estavam bloqueadas.
Um grupo de alunos foi preso, incluindo um colega de turma sem qualquer histórico de atuação política.
Alguns pais - entre os quais estava minha mãe - se organizaram para tentar libertar os alunos. Pediram socorro a um jovem e combativo advogado. Sigmaringa Seixas assumiu a causa, sem cobrar nada por isso.
Foi assim, indiretamente, que o conheci e passei a admirá-lo.
Além de defender com competência os alunos, ainda teve que lidar com as estripulias das mães. Algumas - de novo minha mãe no meio- tentaram manter contato através de uma fresta do pátio da PF, onde eles se encontravam. Resultado: os meninos foram colocados em isolamento e proibidos de tomar banho de sol por alguns dias.
E o advogado, que já enfrentava um baita desafio, teve que trabalhar dobrado para dar conta do recado.
Que ele descanse em paz.