Mudança Organizacional: Como faço para estruturar a mudança na minha empresa?
IsabelleN.Cruz

Mudança Organizacional: Como faço para estruturar a mudança na minha empresa?

Adentrando no tema da Mudança organizacional, tema extremamente atual e importante no mundo hodierno, temos diferentes interpretações feitas ao longo do tempo, começando desde os primeiros estudos da administração clássica e percorrendo avanços bastante relevantes para o desenvolvimento das organizações.

Max Weber, sociólogo e economista que formulou a Teoria da Burocracia, por volta da década de 1940, trazia um modelo organizacional com foco na padronização focando apenas nos aspectos formais das organizações com uma estrutura hierárquica mais rígida, funções especializadas e procedimentos formais. Mas como fica a mudança nesse modo de ver a organização?

Como tudo na burocracia é padronizado, previsto com antecipação, o funcionário geralmente se acostuma com a rotina e passa a dominar o seu trabalho com plena segurança e tranquilidade.Qualquer possibilidade de mudança na organização é encarada como uma ameaça à sua segurança.

A mudança passa a ser indesejável e a resistência à mudança pode ser passiva e quieta, como pode ser ativa e agressiva, por meio de reclamações, tumultos e greves, criando um ambiente resistente à mudança.

Com o avanço dos estudos e teorias que abordavam o homem como ser social, subjetivo e inerente à mudanças, principalmente com o avanço tecnológico que trouxe modelos de negócio voltados à inovação, continuar com um ambiente resistente a mudança passaria a caracterizar uma desvantagem competitiva e uma impossibilidade de permanência no mercado.

Jack Welch, executivo estadunidense e autor de livros como: Paixão por Vencer, nos coloca a sua experiência prática sobre as mudanças no século XXI levantando alguns questionamentos: será que em todo caso a mudança realmente se faz necessária?

É notável a importância da mudança e da adequação das organizações ao novo ambiente de mercado, isso certamente o é, mas também agente não corre o risco de querer mudar a qualquer custo perdendo a essência central e o foco nas ações, conforme suas prioridades e necessidades?

Segundo Jack Welch: "a mudança pelo amor à mudança é imbecil e exasperante. A mudança deve estar atrelada a objetivos claros e mensuráveis."

Para assim fazer, é necessário identificar claramente quem são realmente as pessoas abertas a essa mudança dentro da empresa, capaz de gerar diferencial competitivo na organização. Após, se faz necessário identificar os opositores e tentar integrar as visões, mas se a oposição persistir, se faz necessário eliminar, mesmo aqueles com desempenho satisfatório. Na prática, essa é uma tarefa difícil né?

Os gestores, normalmente, preservam os membros da resistência por causa de habilidades específicas ou por tempo de casa, mas isso para a organização que precisa estar atenta às mudança para sobreviver no mercado pode ser um grande risco, tendo a organização que ficar bem atenta aos "acidentes" da estrada, ou seja, percursos do caminho que pode distanciá-la de seu objetivo central.

A mudança, por mais que possa ser dolorosa, ela trás a visão de que não há um processo que não possa ser esmiuçado, aprimorado ou reformulado. No entanto, os gestores não raro preservam os membros da resistência por causa de um conjunto de habilidades específicas ou porque estão em campo há muito tempo. Mas, se queremos ser uma empresa inovadora, precisamos não fazer mais isso, pois isso cria um ambiente resistente à mudança, podendo esta ser uma desvantagem competitiva.

Por fim, é importante enfatizar que há diferentes tipos de mudanças que podem ser necessárias em uma organização: Mudança comportamental, mudança cultural, mudança de produtos, mudança de estrutura, mudança de gestão, fechamento de novas parcerias, ingresso em um novo mercado de atuação, tudo isso imputa em mudanças organizacionais.

No entanto, mudar não é tarefa fácil, pois desencadeia diversas mudanças simultâneas que precisam ser gerenciadas da melhor forma, de ponta-a-ponta, necessitando de uma comunicação clara e eficaz, além de ter uma boa integração da equipe de trabalho para ajudar no processo. Caso contrário, haverá necessidade de rupturas que nem sempre são desejáveis, podendo gerar rumores e um clima de trabalho não agradável.

Por isso, em caso de perceber que há uma mudança que precisa ser realizada, não tenha medo, mas atente-se a alguns detalhes:

  • Fazer um planejamento minucioso da mudança;
  • Informar, com clareza, o motivo da mudança e atentar-se a ter uma comunicação mútua, clara e eficaz entre empresa e funcionários, de forma a minimizar os possíveis ruídos;
  • Entender os diferentes tipos comportamentais existentes internamente para, assim, utilizar técnicas de motivação diversas que auxiliem o alcance do objetivo.
  • Organizar toda a empresa para a mudança e garantir o entendimento de que todas as partes impactadas compreenderam o impacto da mesma em suas ações diárias.
  • Alinhar o direcionamento das ações com foco no resultado.
  • Controlar os avanços e não-avanços para corrigir, antecipadamente, os possíveis problemas. Para tal, feedback contante e o diálogo são fatores chave nesse processo.

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