Mude a rota...
"Se te apetece esforçar, esforça-te; se te apetece repousar, repousa; se te apetece fugir, fuja; se te apetece resistir, resista; mas saiba bem o que te apetece, e não recue ante nenhum pretexto, porque o universo se organizará para te dissuadir."
Friedrich Nietzsche
Mudanças... Escolhas... Novas rotas!
Inconscientemente tomamos diversas escolhas, muitas de maneira automática na rotina cotidiana, desde levantar por um lado da cama, calçar os chinelos antes de pisar no chão e outras tantas pequenas escolhas que vão compondo o decorrer diário. Mas faça um exercício simples: imagine-se acordando de maneira diferente da costumeira, pense em como faria isso, qual parte da sua rotina matinal você escolheria mudar?
Talvez, você tenha pensando em tomar uma xícara de café antes mesmo de lavar o rosto pela manhã, ou acordar mais cedo para caminhar, independente do que você tenha imaginado, o fato é que as possibilidades de mudança nas pequenas tomadas de decisões ínfimas do dia-a-dia são inúmeras. O que precisamos para tomar essas decisões pela manhã talvez seja a vontade de sair do automático, desligar o modal fabril da nossa rotina matinal, e presenciar o livre-impeto do ser, agir e mudar.
É claro que essa rotina matinal nos poupa tempo e esforços, sendo assim muito importante para que administremos melhor este tempo e esforços com coisas que realmente demandam mais atenção. Entretanto, quando mudamos o foco para uma rotina maior, em escalas que cerceiam o âmbito profissional, acadêmico e espiritual, podemos nos deparar com incongruências mais factíveis do que somente calçar um par de chinelos ao contrário.
Em determinados momentos de percepção, onde a rotina começa a nos afetar de maneira negativa e mais contundente, refletindo-se em nosso bem-estar, saúde e convívio social, levando-nos a perda de vontade nas coisas mais corriqueiras, que outrora nos trariam prazer. Nesse particular momento... cabe a nós a mudança!
Frente aos momentos indigestos, sempre temos outra opção, sempre podemos dizer "Não!"
Mas assim como imaginar outras maneiras de fazer as mesmas coisas que repetimos há anos pela manhã, essa mudança, este ponto de ruptura em uma determinada rotina não é simples, demanda uma altivez que não é inata nos sapiens. Através de uma reflexão que não faz parte do nosso habitual rito rotineiro e com determinada força de vontade, podemos alterar esse curso, para superar dificuldades instaladas pela vida ordinária a qual estamos encaixados, talvez um "encaixe" que nos traz certo conforto e normalidade, possibilitando uma vida mais retilínea á longo prazo.
Tudo é provisório em nossa breve existência neste Geoide azul, até mesmo aquilo que acreditamos ser fixo, imutável e concreto, daqui 200 anos poderá ter se esfacelado de uma maneira que não conseguimos conceber hoje, e que talvez somente nossos bisnetos testemunhem.
Atenuando um pouco o tom, cabe a nós, homens e mulheres quase absurdos (Camus indeed), encontrar o sentido, a nova rota, a maneira coesa de aliar a vontade com a necessidade, o sustento com o alento, o carinho com a educação, e principalmente desenvolver a capacidade de dizer "Não!", para tudo aquilo que nos ampute, para todas as retaliações indevidas, para tudo aquilo que possa nos causar aquela sensação de cansaço esbravejada por uma expiração de ar pesada com os ombros caídos ao final de um dia agonizante...
A mudança, pouco importa se será de resultado imediato ou a longo prazo, mude por você, mude por querer, mude em busca de um equilíbrio do bem-estar, mude antes que o tempo mude (chuvas de março atrapalhariam os planos de uma caminhada pela manhã), mas não deixe de mudar, reflita-se além da objetividade cotidiana, pegue a outra rota, permita-se perder tempo, no final das contas o tempo só é perdido se você não conseguir absorver nenhuma lição ou conhecimento proveniente da ação.
Ao final do dia, se você sente que está perdendo tempo... pronto!