Mulher é Transcendência

Mulher é Transcendência

A opressão é histórica. A propagação das nossas causas, a luta pela ampliação e valorização de nossa presença em todos os setores sociais, estimulam mudanças de um contexto ainda em desequilíbrio, quando avaliamos as oportunidades e condições de trabalho refletidas ao preconceito de gênero. 

A mulher no Brasil ainda precisa vencer barreiras, além do assédio moral e sexual. Durante a pandemia, um cenário desfavorável se alavancou: você sabia que 67% das vítimas de agressão física no Brasil, são mulheres? Durante a pandemia, os casos de feminicídio aumentaram 22%. As mulheres também foram as mais afetadas com o aumento no desemprego, que atinge mais de 14 milhões de brasileiros. Entre as mulheres, a taxa de desocupação é de 17,2%, maior que a dos homens, 11,9%.

Além disso, as mulheres, ainda hoje, ganham 77,7% do salário dos homens no nosso país, comparando os mesmos postos de trabalho. E quando se trata de posições de liderança, ocupamos somente 37,4% dos cargos, mesmo que tenhamos nos dedicado mais aos estudos. As fontes do IBGE e do IPEA, não omitem uma desigualdade, aparente nos lares, nas ruas e nas empresas.

Nos últimos 15 anos, famílias chefiadas por mulheres cresceu 105% (a mulher está a frente em mais de 28 milhões de lares no pais). E mesmo assim, a mulher se comprometeu com o acolhimento de novas pessoas na crise. Uma pesquisa promovida pela Organização Sempre Viva, aponta que 50% das mulheres passaram a cuidar de alguém durante a pandemia. As pesquisas também apontam que a mulher foi quem se envolveu mais em ações de voluntariado.

É claro que também viramos eleitas a outro ranking: as mulheres foram as que tiveram a saúde mental mais afetada na pandemia, segundo pesquisa do IBOPE, o crescimento da nossa ansiedade, mais que dobrou no enfrentamento da crise. E mesmo assim, a mulher se posicionou no empreendedorismo, e representou 48% dentre novos MEIs, conforme o SEBRAE. A pandemia, exigiu uma articulação ainda maior para lidar com o inesperado. Principalmente às mulheres.

Representamos a maior fatia da população e vivemos em média, sete anos a mais que os homens. Reagir à tanta discrepância e desfavorecimento, não é somente essencial. Significa sobrepor uma situação ultrapassada. Desempenhamos papeis multidisciplinares. A sociedade depende da nossa habilidade, da nossa força, e do nosso pertencimento. Incumbimos não somente filhos e entes queridos. Fazemos parte da economia, das profissões, somos indivíduos sociais. E enfrentamos condições não aderentes à atualidade, à realidade. E mesmo que ainda, mais exigidas, somos, sem surpresas, correlatas à todas expectativas.

É inaceitável existir blindagem de oportunidades que desfavoreçam a mulher em 2021. Até quando haverá preconceito sobre essa capacidade?

O que deve virar uma "pandemia", é a diversidade. Isso não vai favorecer somente mulheres. Vai fazer com que sejamos todos socialmente sustentáveis.

www.biasaisse.com.br 

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