Mulheres gigantescas no mundo dos vídeo games
Esquerda: Yoko Shimomura nos estúdios da Square. (fonte: Tech Game World). Direita: Carol Shaw e alguns prêmiso de reconhecimento ( foto: Howard Shaw/Divulgação)

Mulheres gigantescas no mundo dos vídeo games

Hoje (08/03) é o Dia da Mulher. E como eu adoro falar de vídeo games, por que não falar de mulheres importantes na história dos jogos eletrônicos?

Embora existam nomes e em cargos importantes nesse mercado, as primeiras que vem na minha cabeça são Carol Shaw e Yoko Shimomura.

Você tem mais de 40 anos? Então pense em um jogo de Atari. Grandes chances de você ter imaginado River Raid, que é um dos maiores sucessos da Atari. Talvez até o maior.

Como comentei no post anterior, um jogo de Atari era praticamente feito por uma única pessoa, que cuidava da história da programação e da trilha/efeitos sonoros. River Raid foi lançado pela Activison em 1982, e a responsável pelo desenvolvimento do jogo foi a cientista da computação Carol Shaw. Graças a esse e outros jogos, acabou se tornando uma das programadoras mais influentes da história, levando a ser escolhida para o Hall da Fama da Academia de Artes e Ciências Interativas em 2017.

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Cria e criadora. River Raid e Carol Shaw (foto: Divulgação)

Ai alguém pode comentar "Ah, mas ela só fez um simples jogo" (afinal o mundo gamer infelizmente é extremamente tóxico e machista). Não! Não é tão simples assim. River Raid foi um marco de inovação. O avião voava infinitamente para frente, com controle de velocidade, sem atualização de janelas (como vemos em Pitfall), com recarregamento de combustível e com diversos inimigos vindo em todas as direções. Tudo isso em um gráfico lindíssimo para a época. Ah, e em Assembly, ou seja, River Raid foi feito 100% no teclado com código fonte! Inclusive a parte sonora.

Foi um jogo que elevou o nível de qualidade dos jogos. Inclusive foi o segundo jogo mais vendido do Atari 2600, atrás somente de Pacman.

Além de River Raid, Shaw lançou outros jogos antes pela Atari - "3-D Tic-Tac-Toe" (1980), "Video Checkers" (1980) e a versão de "Super Breakout" (1981) para o Atari 2600. Já na Activision lançou o "River Raid" (1982) e "Happy Trails" (1983 para Intellivision).

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Ainda na brincadeira da adivinhação, que música que vem a mente quando você lê "Round One. FIGHT!"?. Provavelmente uma das 12 músicas que a Yoko Shimomura imortalizou ao compor as trilhas sonoras para o jogo "Street Fighter 2 - The World Warrior" lançando para os arcades em fevereiro de 1991 pela Capcom.

Só quem viveu os anos 90 nos fliperamas sabe o tamanho da revolução que Street Fighter 2 trouxe para o mundo. Personagens carismáticos, gráficos sensacionais, jogabilidade incrível e trilha sonora impecável. Você sabia de longe que aquela casa de jogos tinha Street Fighter 2 só de ouvir qualquer música do jogo.

Street Fighter 2 foi um fenômeno tão grande que além de fazer com que toda desenvolvedora de jogos lançasse algum jogo de luta, extrapolou os limites culturais e virou filme, desenho animado, estojo, camiseta, caneca, etc. Inclusive acordos comerciais para o lançamento da versão para video games praticamente decretou a virada do Super Nintendo em cima do Mega Drive - o grande duelo dos anos 90.

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O lançamento de SF2 para Super Nintendo levou uma avalanche de gente para as lojas, impulsionando a vendas dos consoles da Nintendo nos EUA.

Mas está muito enganado quem acha que o trabalho da Yoko Shimomura se resume a Street Fighter 2. Além do jogo de luta, ela foi responsável por composições para outros diversos jogos de sucesso como a série Kingdom Hearts (Square / Square Enix 2002~2019), Super Mario RPG (Square), Legend of Mana (Square, 2000) e Final Fantasy XV (Square Enix, 2016). Músicas que marcaram tanto que sempre estão tocando no Spotify de muito gamer por aí.

Algumas vezes acompanhado de lágrimas no canto do olho.

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