Mundo do trabalho 2022, quem é você nesse cenário?
Estamos recomeçando as reflexões de futuro depois de um período de torpor causado pela pandemia em seu estágio mais bruto. O momento já permite olhar no horizonte das nossas vidas e entender a nova perspectiva profissional que se apresenta.
Uma pesquisa proprietária do ManpowerGroup publicada em abril, traz informações interessantes sobre esse novo cenário nas perspectivas dos trabalhadores em geral. Intitulada The Great Realization: panorama do mundo do trabalho 2022 é um retrato interessante do impacto que já vinha sendo sentido antes, mas que se consolidou com a pandemia.
A pesquisa revela que 81% dos trabalhadores esperam mais treinamento de suas habilidades adquiridas nesse período pandêmico, oferecido pelas organizações. Podemos compreender essa necessidade premente de aprendizado se levamos em conta que para dar conta das entregas foi estabelecido o modelo “às pressas” com todos os desafios que sabemos, mas agora é hora de aprimorar a forma para manter o que é bom.
A melhor configuração do modelo híbrido (45% gostariam de manter o formato) significa muito para equipes que já não consideram voltar ao passado totalmente presencial. Temos que compreender o que significa essa certeza: percebemos a produtividade adquirida no remoto, a flexibilidade das atividades que passou a ser valorizada em equilíbrio com a vida pessoal, necessidade de diretrizes claras que regulem esse formato, entre outras.
Olhando para além das posições possíveis de operarem no modelo híbrido, o valor nas entregas e demais ganhos de uma relação saudável no ambiente profissional são para todos.
Há um dado bastante impactante da pesquisa que mostra que 49% dos profissionais mudariam de emprego caso algumas questões não sejam contempladas pelas organizações: cuidados com a saúde emocional, bem-estar geral, trabalho por um propósito, lideranças justas, comprometimento com uma sociedade mais justa e sustentável são aspectos decisivos para a permanência dos colaboradores.
3 EM CADA 4 TRABALHADORES querem se sentir motivados e apaixonados pelo seu trabalho
7 EM CADA 10 acreditam que o trabalho que fazem é importante e querem que suas contribuições sejam reconhecidas pela gestão
A remuneração adequada também conta, mas naturalmente organizações que trabalham pelos aspectos como esses revelados na pesquisa já perceberam também o fenômeno da escassez de talentos e, portanto, já se mobilizam para criar pacotes atraentes com esse conjunto do que conta para manter os bons profissionais.
Num artigo publicado no início do ano pela Robert Walters podemos ver que esse é um pensamento que começa a ser difundido por muitos executivos:
“É extremamente importante que todas as empresas, independente do tamanho, comecem a pensar em sua estratégia de Talent Acquisition [recrutamento] e retenção de talentos. Não será suficiente apenas oferecer um salário bom. É preciso considerar o bem-estar, vida fora do trabalho e o desenvolvimento de cada funcionário. Essa é uma tendência que veio para ficar em 2022.” Richard Townsend, gerente da Robert Walters no Brasil
O momento é um convite para que possamos rever nossas concepções como líderes de nós mesmos e líderes de pessoas. Se as relações são o grande motor das organizações não há razão para não considerar o que faz bem para todos. São motivações legítimas, possíveis de se realizar e que trazem produtividade.
Retomo a pergunta do início desse artigo. Quem é você nesse cenário? Sabemos que é uma escolha que exige autoconhecimento, preparo, sensibilidade. Mas se você escolheu ser um profissional nessa era e mais ainda se sua escolha envolve liderar, certamente está em suas mãos optar pelo que vai gerar o famoso “ganha-ganha”.
Não normalize o turnover, não entenda como valor a substituição de profissionais com velocidade maior do que o tempo de desenvolvimento que dedicou a eles. É sua responsabilidade como líder à frente de qualquer time. Faça por você também.
Pessoas felizes querem ficar, ganham todos, pense nisso!
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Mestranda PUCSP; Gestão escolar; Coordenação Pedagógica; Formação de professores
2 aBelo texto, querida Viviane. Quem não se reconhece neste contexto não saberá fazer boas escolhas.