Mundo V.U.C.A
Recentemente, tem se falado sobre a sigla V.U.C.A, com muita frequência. Mas, afinal, o que significa, e como devemos nos posicionar e preparar, em 2018, para este tal Mundo V.U.C.A?
Esse conceito não é novo e tem sua origem nos Estados Unidos; sendo V.U.C.A (volatility, uncertainty, complexity, ambiguity) um acrônimo para descrever quatro características marcantes do momento em que estamos vivendo: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade; e surgiu na década de 90, em ambiente militar. O U.S. Army War College utilizou esse conceito para explicar o mundo no contexto pós-Guerra Fria.
Esses termos podem se adaptar facilmente para o ambiente de negócios atual e o diplomático, o que gera novos desafios tanto para as pessoas, países quanto para as organizações.
Todos nós já percebemos e sentimos, de forma tácita, os efeitos desse chamado Mundo VUCA, pois acompanhamos os acontecimentos do mundo pelas redes sociais e temos a percepção de que “algo está fora da ordem”, “fora de controle”.
Para quem nasceu em um mundo “off-line”, que gosta de segurança e estabilidade, será um grande desafio lidar com as características deste “novo mundo”.
.Volatilidade: o volume das mudanças e a agilidade com a qual elas têm ocorrido tornam muito difícil prever cenários como era feito tempos atrás.
.Incerteza: apesar da grande disponibilidade de informações, atualmente, elas não são necessariamente úteis para compreender o futuro. Mudanças disruptivas pressupõem novos paradigmas.
.Complexidade: a conectividade e a interdependência são fatores que ampliam a complexidade. Os modelos tradicionais de gestão de riscos e tomada de decisão não são suficientes para lidar com o número de variáveis desses contextos interconectados.
Os impactos de uma transformação disruptiva podem ser analisados com base no histórico e em experiências anteriores, porém, com uma nova ótica, pois temos um novo cenário. Isso dá margem à múltiplas interpretaçõesigualmente pertinentes.
Eis algumas das competências necessárias para prosperar neste MUNDO V.U.C.A.
•Resiliência para lidar com a Volatilidade
•Flexibilidade para lidar com a Incerteza
•Multidisciplinariedade para lidar com a Complexidade
•Coragem para lidar com a Ambiguidade
Mas, afinal, como as pessoas, empresas/organizações e a diplomacia podem se preparar para este novo contexto?
Nas organizações, nas relações humanas e diplomáticas, precisaremos criar um ambiente favorável ao compartilhamento e a criação de novos conhecimentos, bem como ao aprendizado coletivo.
É essencial o desenvolvimento contínuo dos profissionais e a criação de processos integrados, que possibilitem ao máximo a formação de uma cultura organizacional dinâmica, colaborativa e voltada a resultados.
A exemplo do General Stanley McChrystal, no livro “Team of Teams”, foi criado um time de times, conectado por meio de uma consciência compartilhada e execução empoderada.
Por fim, vivemos uma revolução incendiada pelo MUNDO V.U.C.A que será a força motriz de uma mudança profunda nas pessoas, nas corporações e, é claro, no campo diplomático, na forma como os problemas e as soluções vão ser desenhadas.
“Temos de nos tornar na mudança que queremos ver”. (Guandi)
*Empresário há 35 anos, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife. (colunadiplomacia@gmail.com)
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