NÃO, NÃO É TÃO GRAVE ASSIM.

NÃO, NÃO É TÃO GRAVE ASSIM

                                                                Moises Suriba

“Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz.” Jer.6.14

“Sim, é verdade, os pulmões estão comprometidos, mas..., não se preocupe, não é nada tão grave. O paciente está entubado, portanto, recebendo oxigênio. Eu entendo que se trata de uma pessoa querida de toda a família, mas gostaria de dizer-lhe, e espero que isto o ajude de alguma forma, o seu caso não é o primeiro. Não, não! Outros têm sido trazidos aqui em situações bem mais complicadas. Então, não se desespere, o seu estado não é tão grave assim...

Em verdade, estou com grandes expectativas. Um outro ponto, também sem muita importância, mas que seria bom que você soubesse..., não, você não precisa levar esta informação para casa, os seus rins não estão trabalhando como deveriam. Ele ainda tem metade do trabalho dos rins. Não é uma boa notícia? Veja, o seu estado não é tão grave assim... Saiba que muita gente boa está numa situação bem pior. Quanto ao seu fígado, confirmou-se o prognóstico da semana passada: foi atingido, mas... menos do que pensei. Veja, não gostaria de vê-lo preocupado, seu estado não é tão grave para se desesperar.

E aquele meu conselho daquele dia... repito-o: ‘Volte pra casa sem estresse, brinque um pouco com as crianças, coloque-as para dormir e saia para se divertir um pouco..., todos precisamos. Ora, vinte e duas horas ainda é cedo. Veja, não leve a vida tão a sério, isto nos deprime. E, são somente os pulmões, os rins e o fígado!’”

Pausa para reflexão...

Imagine se o paciente em questão fosse o seu pai, mãe, cônjuge ou um filho. Você sairia aliviado com o tratamento prescrito? Mas, não ouvimos nada sobre um tratamento!

O que vimos foi: A situação é gravíssima (ainda que negada), não a leve a sério, divirta-se.

Que um diálogo assim nunca ocorra num consultório médico...

Mas, e fora do consultório... vamos aceitá-lo?

Ainda um ponto:coloquemos, por um pouco, o diagnóstico físico à parte...

Agravemos ainda mais a situação: Pior do que tudo o que foi apresentado até aqui, o paciente em questão desconhece, por completo, a fonte da vida eterna.

E se o paciente morre?

Imaginem um comentário do tipo: “Ora, foi melhor assim. Agora, ele descansa em paz. Quanto a vocês... distraiam-se um pouco e procurem descansar também.”

Paz? Qual paz? Não há paz!!!

Não há paz sem Cristo. Não há paz nas trevas. Não há paz no mundo, e, nunca houve, não há e jamais, jamais, jamais haverá paz no inferno, cuja garganta recebe, aos goles, os milhares que morrem sem Jesus.

O estado da humanidade é crítico sim, a situação é séria, muito mais do que conseguimos imaginar.

Que ela nos perturbe, nos tire o sono, nos leve à angústia e à busca de Deus.