Não esqueça dos seus sonhos

Não esqueça dos seus sonhos

Certa vez, ouvi em um podcast que Ayrton Senna deixou de realizar 3 sonhos: ter um filho; dirigir na Ferrari; e ir para a Disney.

Nessas horas você se pergunta: Como um campeão mundial de F1 não realizou o sonho de ir para Disney? Embora fosse algo tão fácil em seu contexto financeiro, segundo Adriane Galisteu, sua então namorada, quando o acidente fatal ocorreu, sempre outras prioridades relacionadas ao trabalho surgiam.

Quando paro para pensar, em menor ou maior grau, eu, você, nós estamos sempre com nossos sonhos ofuscados pelos problemas do dia a dia. Somos sempre movidos a procrastinar, deixar para amanhã, ou até mesmo nos esquecer deles.

Para deixar nossos sonhos vivos e transformá-los em realidade, 3 práticas podem nos ajudar:


 1. Não esqueça dos seus sonhos

A primeira coisa que não podemos fazer é esquecer nossos sonhos. Sonhar é o primeiro passo para conseguirmos algo.

Uma vez, conversei com o então Superintendente do C.E.S.A.R, empresa de tecnologia sediada no Porto Digital, no Recife/PE. Na ocasião, ele me apresentou um estudo do Governo do Estado de PE, comparando as escolas públicas. Dentro do estudo, uma escola específica despontava, com relação ao desempenho e resultado dos alunos, era um clássico outlier.

Analisando todas as variáveis das escolas (estrutura, professores, condição financeira dos alunos, etc.), apenas uma única coisa de diferente existia na escola dos melhores resultados: um mural dos sonhos.

Geralmente, as pessoas de classe social mais baixa nem se permitem sonhar, por isso é tão difícil ascender socialmente nesse público, pois o primeiro passo, que é um simples sonho, não existe.

No nosso caso, não há como negar que temos mais oportunidades que a maioria da população brasileira. Por outro lado, nessa vida repleta de problemas, não é difícil esquecermos nossos sonhos, até mesmo quando os alcançamos.

Quando me mudei de Caruaru/PE e fui morar em Recife, procurei vários apartamentos para alugar, junto com Joyce, minha esposa. Um deles era bem espaçoso, perto da família, no bairro tinha de tudo, amamos, era um sonho, mas desistimos, porque o aluguel estava fora do valor teto que nos propusemos.

Dois anos depois, fui para Brasília, e depois de dois anos, voltei para Recife. Dessa vez, resolvemos comprar um apartamento. Compramos, reformamos, uma dor de cabeça danada a reforma. Entramos no apartamento e no início diversas queixas surgiam, seja da reforma (quem já fez, sabe como é difícil um resultado perfeito) ou do próprio espaço, quando víamos apartamentos maiores.

As queixas cessaram quando nos demos conta de que era o mesmo apartamento que sonhávamos 4 anos antes. Ficar reclamando beirava a ingratidão referente a tudo que a vida vinha nos dando. Terminamos colocando um quadro na sala que diz “Isso aqui já foi um sonho”, para não esquecermos mais disso.

Hoje, estou mais na fase de sonhar com experiências, com foco mais em ser do que ter. Nada contra o ter, já sonhei muito dessa forma, e em outras fases devo voltar a sonhar. Sonho é algo muito particular e do contexto de vida de cada um. O importante é você se permitir sonhar e não esquecer.


2. Inclua-os na sua rotina

Outro ponto essencial para tirar seu sonho do papel é incluí-lo na sua rotina. Precisamos transformar sonhos em objetivos e metas. Sonho, como premissa, é algo bom, e se você não define o que fazer para alcançá-lo, problemas vão surgir, e ele deixa de ser prioridade.

Os objetivos e metas decorrentes dos seus sonhos precisam estar na sua agenda, como qualquer outra atividade. Eles precisam concorrer de igual para igual com os problemas que surgem, não podem sair de vista, também são suas prioridades.


3. Conviva melhor com os problemas

Como você já deve ter percebido, no nosso caso, onde podemos e temos o costume de sonhar (quem nunca se pegou fazendo planos com o prêmio da mega), cheguei à conclusão de que os problemas são agentes ofuscadores dos nossos sonhos. Como nem sempre podemos impedir que eles surjam, precisamos aprender a conviver melhor com eles.

No meu caso, a primeira prática para conviver melhor com os problemas remonta à minha primeira semana na CAIXA, como engenheiro. Entrei em Petrolina/PE, na área de Governo. Na unidade, tinha o hábito da colega operacional colocar os processos que chegavam com demanda no armário da engenharia, e o engenheiro ia seguindo a sequência.

Em poucos dias, percebi que várias demandas não gastavam 5 minutos e às vezes passavam dias para ser atendidas (por exemplo, dar baixa na pendência de uma Licença Ambiental). Identificado isso, pedi para as colegas me entregarem os processos, que eu mesmo passaria para o armário. Passei então a fazer uma triagem, se eu resolvesse a demanda em 5, 10 minutos, já fazia de imediato (os clientes gostaram, as colegas nem tanto, pois grande parte dos processos só faziam quicar na minha mesa).

Aonde eu quero chegar com isso: problema não se cultiva, você deve tirá-los da frente, ainda mais problemas pequenos (lembre-se, o problema que hoje é grande, já foi pequeno).

Atualmente, adicionei uma nova prática, cujo hábito ainda está em construção, é o exercício do pior cenário. Quando um problema está tirando seu sono, imagine o pior cenário. Geralmente, o pior cenário dificilmente vai acontecer, e se acontecer, o mundo não vai acabar,


Em resumo, para que você realize seus sonhos:

 1. Se permita sonhar e não esqueça deles;

2. Transforme seus sonhos em metas e objetivos, inclua-os na sua rotina, eles precisam concorrer de igual para igual com os problemas do seu dia a dia;

3. Conviva melhor com os problemas, pois se você deixar, eles ofuscam seus sonhos.

 

Por fim, reforço, os problemas existem e sempre vão existir, busque tirá-los da frente e tenha a clareza de que, geralmente, o mundo não vai acabar. Assim, você tira o que ofusca sua mente, enxerga as oportunidades e pode transformar seus sonhos em objetivos e seguir em frente.

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