Não existe NEM-NEM no Botafogo

Não existe NEM-NEM no Botafogo

O conceito de "Nem-Nem" com o alarde que vemos nas nossas redes socias faz muito sentido de ser analisado, na minha opinião, em economias que proporcionam acesso democrático as condições de ensino.

É um tema abordado pela OCDE para países desenvolvidos onde existe alguma "paridade de armas" entre os mais pobres e os mais ricos e um importante direcionador de políticas públicas para essas nações.

Agora temos o Brasil.

E nossa supercrítica eufórica aos Nem-Nem (repito... termo tropicalizado de estudos europeus) tupiniquins.

O verbete da Wikipedia pra NEETs nos dá um contexto de onde e para qual finalidade essa expressão nasceu ("not in education, employment, or training") e passou a ser utilizada.

No Brasil temos uma alucinação coletiva de que o NEM NEM é reflexo de alguma mudança de comportamento das populações carentes. Uma visão classista que precisa ser revista com urgência.

É como se esse fenômeno fosse consequencia de uma procrastinação crônica proveniente dos video-games ou das redes sociais.

Um sintoma cultural.

Qualquer sondagem preguiçosa com alunos do ensino médio em qualquer escola vai apontar sonhos-sonhos-sonhos (e mais sonhos) sobre as aspirações para o futuro desses jovens.

Pergunte pra qualquer criança de 1º, 2º ou 3º ano de ensino médio do rincão mais miserável do país e você vai perceber um desejo consistente de uma profissão formal como seu objetivo no porvir.

E daí eu recebo esse terremoto de reportagem essa semana.

Eu tentei - confesso - por horas e à exaustão buscar dados da população matriculada no Ensino Superior por bairro, região ou subprefeitura da cidade de São Paulo.

Concluí que inexistem e portando é impossível alguma comparação entre as duas maiores cidades do pais.

Mas tomando como referência as informações do excepcional trabalho que a Pref. do Rio desenvolveu montei uma tabela das populações dos bairros mais e menos assistidos pelo acesso a faculdade.

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Claramente um exercico retorico mas que da a grandeza da distorção.

As populações dos bairros mais e menos assistidos se assemelham enquanto o acesso ao ensino superior é 10x menor nas comunidades mais carentes que naquelas menos.

O desafio do ensino superior há algumas décadas era a INTERIORIZAÇÃO. Acredito que democratizamos a oferta nesse segmento.

Agora precisamos vencer o desafio de chegar nas "quebradas" das cidades. Seja promovendo a urbanização desses espaços seja formatando:

- Produto;

-Canal de Distribuição;

-Preço;

-Promoção e Comunicação.

Para alcançarmos essas audiências.

Eu fiquei chocado com essa reportagem e torço pra que você a consuma com um olhar sensível aos desafios dessas comunidades e que na próxima vez que encher os pulmões pra falar que os NEM-NEMs são a origem de todos os problemas do país tenha a empatia de entender que nossos NEETs possuem motivações diferentes dos seus pares NORUEGUESES.

Precisamos resolver esse enrosco!

Somos parte da solução desse problema enquanto executivos da Educação, afinal...

Tiago Stachon, Me.

Vice-presidente Vitru Educação | Growth Marketing | Conselheiro ABF | Negócios | Board Member | Vendas | Branding | Inovação | ESG

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Belo artigo. Belo texto. Dados tristes. Bruna Emerich vale ver o artigo.

Bruno Richter

Sócio-Diretor de Criação, Camisa 10

1 a

Triste realidade que precisa ser transformada. Educação é a base de tudo. Muda um país.

José Rogério Neto

Presidente na Fundação Educacional Dom André Arcoverde.

1 a

Boa reflexão, um importante problema para a nossa sociedade.

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